16 de fev. de 2011

Muito a falar, pouco a concluir por Rafael Lopes

Rubens Barrichello no teste em Jerez
Após a segunda sessão de testes da pré-temporada da Fórmula 1, realizada no último fim de semana em Jerez de la Frontera, no sul da Espanha, poucas conclusões sobre o desempenho das equipes já podem ser tiradas. O melhor tempo dos quatro dias ficou com Rubens Barrichello, da Williams, marcado na manhã de domingo, na primeira volta de um stint de oito. Como já era de se esperar, a volta do brasileiro levantou polêmicas entre os rivais, que não acreditam na evolução do FW33 em relação ao modelo do ano passado. Especula-se até que o modelo estava abaixo do peso mínimo regulamentar. O que eu acho sobre isso? Besteira.

 Para começar, a equipe inglesa andou no último dia em Jerez sem o Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers), que apresentou vários problemas em sua refrigeração. Mas fontes próximas à equipe me garantiram que o carro estava dentro do peso, graças ao uso de lastros, o que é normal. Apesar da velocidade de Barrichello e o melhor tempo da semana, ainda não dá para avaliar o quanto a Williams vai andar neste campeonato. Mas o FW33 parece não ter um dos problemas iniciais de seu antecessor, que era a velocidade em uma volta lançada – ele foi resolvido, de forma paliativa, com um ajuste no câmbio que acabava prejudicando as largadas, daí os atrasos de Rubinho e Hulkenberg em algumas corridas. O time garante que os problemas com o Kers foram solucionados e ele voltará nos próximos testes em Barcelona.
Os tempos marcados nos primeiros testes não deixam muito espaço para conclusões. O fato é que a RBR continua a ser um dos melhores carros do ano. O RB7 foi muito elogiado no contorno das curvas do circuito de Jerez, o que já era uma forte característica do modelo anterior. A equipe austríaca não se preocupou em fazer voltas rápidas neste fim de semana, mas em ver a durabilidade e o comportamento do carro em trechos mais longos na pista, em simulações de corrida. Sebastian Vettel e Mark Webber andaram muito bem nestas condições e o modelo parece ser bem confiável desde o início, o que não havia acontecido em 2010.
Sebastian Vettel no teste em Jerez
A Ferrari foi outro destaque nas duas primeiras sessões de testes, em Valência e Jerez. O F150th Italia (ê nomezinho…) teve apenas um problema mecânico, o vazamento de óleo no motor de Felipe Massa ainda nos primeiros dias. Em Jerez, ao contrário, foi o carro que mais andou: Massa e Fernando Alonso, juntos, deram 463 voltas, mais do que qualquer outra equipe. O modelo parece também estar bem adaptado aos novos pneus Pirelli. A equipe italiana deve continuar forte na briga pelo título, assim como no ano passado.
A McLaren, com o inovador MP4/26, tem potencial para este ano, mas ainda está sofrendo com muitos problemas mecânicos. Além disso, a equipe inglesa disse ainda ter poucas peças de reposição para o novo carro. Foi apenas a primeira atividade do novo modelo após o lançamento. A Mercedes, após um 2010 decepcionante, teve um sopro de esperança com os tempos marcados por Michael Schumacher, que parece ter se adaptado muito bem ao W02. Entretanto, Nico Rosberg lidou com falhas no modelo em todos os testes. A grande candidata à surpresa é a Renault-Lotus com seu escapamento dianteiro. Mas a ausência de Robert Kubica após o grave acidente em um rali na Itália pode ser um golpe quase fatal em suas ambições.
Entre os outros times, destacaria os resultados de Sauber, STR e do Team Lotus. Com um carro convencional e dois pilotos arrojados, a equipe suíça parece ter um bom potencial para 2011. Precisa apenas tomar cuidado com o excesso de ímpeto de Kamui Kobayashi e Sergio Pérez. A STR, por sua vez, não tem uma dupla de pilotos das mais animadoras – Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari – mas parece ter acertado a mão no carro, com a novidade do assoalho duplo. O modelo foi bastante regular em Jerez. O Team Lotus, por sua vez, conta com a parte traseira da RBR e o motor Renault. Só isto já deve ser capaz de alavancar o desempenho da equipe. Para completar, Heikki Kovalainen está motivado e apresentou resultados consistentes.
Os testes em Jerez de la Frontera terminaram com poucas conclusões a serem tiradas, a não ser que a relação de forças do ano passado deve continuar parecida em 2011, com RBR, Ferrari e McLaren nas primeiras posições. De qualquer forma, as atividades marcadas para Barcelona, no próximo fim de semana, devem ser mais decisivas. A pista da Catalunha é a melhor para a avaliação do potencial aerodinâmico dos carros. Os carros que andarem bem lá deverão ser fortes em toda a temporada.
Confira os melhores tempos dos quatro dias de testes em Jerez de la Frontera:
1 – Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth) – 1m19s832 (202 voltas)
2 – Michael Schumacher (ALE/Mercedes) – 1m20s352 (226)
3 – Nick Heidfeld (ALE/Renault) – 1m20s361 (86)
4 – Felipe Massa (BRA/Ferrari) – 1m20s413 (217)
5 – Fernando Alonso (ESP/Ferrari) – 1m20s493 (246)
6 – Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) – 1m20s601 (170)
7 – Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) – 1m21s009 (139)
8 – Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) – 1m21s099 (94)
9 – Sebastien Buemi (SUI/STR-Ferrari) – 1m21s213 (182)
10 – Jaime Alguersuari (ESP/STR-Ferrari) – 1m21s214 (130)
11 – Bruno Senna (BRA/Renault) – 1m21s400 (68)
12 – Sergio Perez (MEX/Sauber-Ferrari) – 1m21s483 (151)
13 – Mark Webber (AUS/RBR-Renault) – 1m21s522 (207)
14 – Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault) – 1m21s574 (188)
15 – Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Renault) – 1m21s632 (104)
16 – Daniel Ricciardo (AUS/STR-Ferrari) – 1m21s755 (37)
17 – Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes) – 1m21s780 (101)
18 – Nico Rosberg (ALE/Mercedes) – 1m22s103 (113)
19 – Timo Glock (ALE/Virgin-Cosworth) – 1m22s208 (99)
20 – Vitaly Petrov (RUS/Renault) – 1m22s493 (122)
21 – Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth) – 1m22s591 (52)
22 – Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) – 1m22s945 (163)
23 – Jerome d’Ambrosio (BEL/Virgin-Cosworth) – 1m22s985 (117)
24 – Jarno Trulli (ITA/Lotus-Renault) – 1m23s216 (93)
Fonte: voandobaixo
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo

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