FIA faz maiores mudanças no regulamento da história da Fórmula 1 de olho na competitividade e segurança dos pilotos
por Igor Macário
Auto Press
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De tempos em tempos, a Federação
Internacional de Automobilismo, a FIA, promove mudanças no regulamento
da Fórmula 1. Um dos objetivos é aumentar a competitividade entre
pilotos e equipes. Outro é diminuir os custos dos bólidos.
Mas em 2014 a
carga de mudanças foi uma das maiores da história da categoria. A
entidade divulgou ainda em julho de 2013 diversas novidades, que começam
a aparecer com o início da pré-temporada e nos testes de pneus no
circuito espanhol de Jerez de La Frontera. Nesse ano, surgiram
modificações importantes, como o fim dos motores V8 de 2.4 litros –
substituídos por unidades V6 de apenas 1.6 litro com turbocompressor. As
mudanças se estendem também ao regulamento desportivo da Fórmula 1, que
passam a incluir um sistema de pontos acumulados por infrações
cometidas a cada corrida – com 12 pontos um piloto pode ser suspenso da
corrida seguinte.
O novo regulamento prevê ainda a redução
das horas de testes em túneis de vento e de análise computadorizada dos
resultados, para reduzir os custos do projeto dos carros. Com a mudança
dos motores, a FIA permitiu a realização dos testes em janeiro, para
melhor afinação dos conjuntos. Cada piloto também poderá usar cinco
motores durante a temporada e seis caixas de câmbio. No ano passado eram
8 motores e 5 caixas. E qualquer alteração nos propulsores trocados
resultará na perda de 10 posições no grid de largada.
No âmbito técnico, a troca de motores –
os V8 foram regulamentados ainda em 2006 – demandou uma elevação em 5 kg
no peso mínimo dos propulsores, agora fixado em 145 kg. As unidades de
força têm 1.600 cm³ e produzem cerca de 610 cv, com mais 160 cv vindos
do sistema de recuperação de energia cinética, o Kers. O peso mínimo
total dos carros também subiu, de 642 kg da temporada de 2013 para 690
kg esse ano. Os propulsores têm a rotação máxima limitada a 15 mil rpm e
os carros poderão ter o freio traseiro controlado eletronicamente, para
permitir o funcionamento mais consistente do Kers.
Esteticamente, os carros de 2014 também
estão diferentes. A principal mudança está na diminuição do “degrau” no
bico, que dava um aspecto estranho aos carros antigos. O “nariz” também
está bem mais baixo. As especificações de resistência a impactos serão
definidas por testes estáticos de carga e compressão em vez dos “crash
tests” de 2013. As tolerâncias em relação aos materiais, no entanto,
foram reduzidas, para garantir mais segurança aos pilotos no caso de
colisões. A estrutura básica dos chassis é igual em todos os carros,
construída de acordo com padrões estabelecidos pela FIA.
Principais mudanças
Motor – Os propulsores
passaram a ser V6 de 1.6 litro turbinados e com injeção direta de
combustível, em vez dos antigos V8 de 2.4 litros e aspiração natural. A
rotação máxima permitida também caiu dos 18 mil rpm para 15 mil giros,
mas a potência combinada – cerca de 760 cv, quando somada a força
produzida pelo Kers – foi praticamente mantida. O câmbio passou de sete
para oito marchas.
Carroceria – A frente
dos carros ficou mais baixa, para proteger pilotos em caso de colisões.
Antes, o bico mais alto poderia atingir os pilotos em batidas laterais –
onde a carroceria também recebeu reforços. As estruturas também são
testadas de maneira diferente, com ensaios estáticos em vez de testes
dinâmicos.
Campeonato – Cada
piloto está sujeito a um sistema de pontos punitivos. Penalidades
cometidas durante as provas são traduzidas numa pontuação válida por um
ano – como na Carteira Nacional de Habilitação. A diferença é que com 12
pontos acumulados, o piloto é automaticamente suspenso da corrida
seguinte.
Equipes
RBR – O RB10 de
Sebastian Vettel e do novato australiano Daniel Ricciardo tem visual
mais discreto, com a frente baixa e carenagem com pintura azul escuro
predominante – muito parecido com o RB9 de 2013. A frente é pontiaguda e
o design geral do modelo da Red Bull Racing é bastante harmônico.
Mercedes-Benz – A alemã
foi outra a apostar no estilo mais contido, com linhas fluidas e a
tradicional pintura dos “flecha de prata”. Os W05 que serão usados por
Lewis Hamilton e Nico Rosberg ainda tem tons verdes na carroceria.
Force India – O modelo
VJM07 do time indiano será pilotado em 2014 por Nico Hulkenberg e Sergio
Pérez. O monoposto usa motor Mercedes-Benz, cor predominantemente preta
e adotou bico estreito, mas bem proeminente.
McLaren – A maior
novidade do MP4-29 é o bico fino e que lembra o formato de um nariz. O
inglês Jenson Button e o dinamarquês Kevin Magnussen vão pilotar o
bólido, que também usa motor Mercedes-Benz.
Caterham – Certamente é
o carro com visual mais chamativo da temporada. As linhas retilíneas da
frente do CT04 são interrompidas e terminam num bico fino e totalmente
desconexo com o restante do carro. O motor é Renault e os pilotos são o
japonês Kamui Kobayashi e o estreante sueco Marcus Ericsson.
Williams – O modelo
FW36 marca a volta dos motores Mercedes-Benz à escuderia inglesa. O
modelo também adota linhas pouco ortodoxas para o bico e será o carro
pilotado pelo brasileiro Felipe Massa e pelo finlandês Valtteri Bottas. A
equipe ainda não apresentou a pintura final de seu bólido.
Ferrari – O F14 T
pilotado por Kimi Haikkonen e Fernando Alonso terá a missão de tentar
quebrar o jejum de títulos da equipe italiana. O visual também não é dos
mais elaborados esteticamente, com um bico achatado, formado após uma
brusca queda das linhas da frente.
Sauber – O C33 da
equipe suiça mantém muito do visual de 2013 para este ano e um bico
parecido com o de Williams e McLaren. O motor é Ferrari e os pilotos são
o mexicano Esteban Gutierrez, mantido de 2013, e o alemão Adrian Sutil.
Toro Rosso – O carro da
Toro Rosso trocou os motores Ferrari pelos Renault para a temporada
2014, e conta com o francês Jean-Eric Vergne e o novato russo Daniil
Kvyat ao volante. O visual do STR9 é discreto, mas o bico ganhou um
apêndice para se adequar às novas regras.
Marussia – O novo MR03
foi outro a mudar o fornecedor de motores. Em vez dos Cosworth de 2013,
entram unidades da Ferrari. Os pilotos seguem os mesmos do ano anterior –
o francês Jules Bianchi e o inglês Max Chilton.
Lotus – A Lotus apostou
num visual mais limpo que as rivais para 2014. O E22 tem o bico
dividido e, estranhamente, assimétrico – é ligeiramente maior em um dos
lados. Os pilotos são o francês Romain Grosjean e o venezuelano Pastor
Maldonado.
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