Com desenho e preço parecidos com os do A4, bom conforto de rodagem e nível de itens convincente, futuro nacional desembarca no Brasil
Fazer gênero. Essa poderia ser a condensação do objetivo de um sedã "médio-pequeno" de marca premium. Nesse ponto, o Audi A3 Sedan manda bem. O modelo parece uma versão lipoesculturada do A4.
Até no tamanho: a primeira geração do A4 de 1994 tinha 4,52 metros de comprimento e 2,61 metros de entre-eixos, enquanto o A3 Sedan tem 4,45 m e 2,63 m, respectivamente, na medida para ocupar o posto do antigo modelo que, por sua vez, cresceu para 4,70 m e 2,81 m para abrir caminho. É como se uma geração anterior desse lugar a ousadia da próxima. O A3 Sedan é a geração Y da alemã.
Até mesmo na pretensão: chega por R$ 116.400 promocionais (o preço vai valer apenas até o final de fevereiro, depois aumentará em R$ 10 mil). Com opcionais caros como a central multimídia MMI com GPS, HD de 40 GB e DVD de R$ 9.900, mais pintura metálica por R$ 1 mil, chega a R$ 127.300, contra R$ 125.700 do A4 Attraction. Não chega a ser caro como a versão First Edition do CLA e seus R$ 150.500, mas poderia vir mais barato.
Parece que a tarefa de brigar pelas massas será do A3 Sedan equipado com o motor 1.4 TFSI, esse sim capaz de servir de degrau seguinte para os que pagam mais de R$ 75 mil pelos sedãs médios nacionais. Até, pelo menos, começar a ser produzido em São José dos Pinhais (PR) no ano que vem com motores flex 1.4 TSI (o mesmo que equipará o Golf e o Audi Q3) e também o 1.8 TFSI convertido - será o primeiro nacional a combinar os dois tipos de injeção eletrônica e direta.
Pelo menos ele tem conjunto para basear essa ambição. A lista de itens de série é quase completa: há ar condicionado de duas zonas, faróis e lanternas de xenônio, teto solar, banco do motorista elétrico, sete airbags e estrutura reforçada com aço especial que dá resistência, rigidez torcional e, de quebra, leveza. São apenas 1.295 kg, um mérito dividido com outros companheiros da plataforma MQB.
Na prática, a força máxima é esticada até os 5 mil giros, o suficiente para entabular uma marcha após a outra no ótimo DSG de dupla embreagem e sete marchas. Com passagens sequenciais também nas aletas no volante, a caixa sempre tem uma carta, ops, marcha na manga. No automático, tem a suavidade que falta ao DCT da Mercedes. Isso se refletiu na pista, onde o A3 Sedan arrancou de zero a 100 km/h em apenas 7,5 segundos e retomou de 60 a 100 km/h em 3,9 segundos. Só na frenagem decepcionou, mesmo com discos ventilados nas quatro rodas, fez o 80 a 0 km/h em 29,7 metros, o Honda Civic LXR fez o mesmo em 27,3 m.
Esportividade
A esperteza também se ampara no ajuste dinâmico. Escorado em rodas aro 17 e pneus 225/45, o A3 não geme em buracos ou tortura os ocupantes. Terno, negocia a passagem por irregularidades com domínio de causa. E segura bem em curvas, onde o limite fica distante. A direção poderia ser menos artificial, principalmente no modo Dynamic. Pelo menos o peso nas manobras e passeios em baixa velocidade é ideal.
MOTOR | Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, comando duplo, injeção direta e eletrônica, turbo, gasolina |
CILINDRADA | 1.798 cm³ |
POTÊNCIA | 180 cv de 5.100 a 6.200 rpm |
TORQUE | 25,5 kgfm entre 1.250 e 5.000 rpm |
TRANSMISSÂO | Dupla embreagem de sete marchas, tração dianteira |
DIREÇÂO | Eletromecânica |
SUSPENSÂO | Independente, McPherson na dianteira e multilink na traseira |
FREIOS | Discos ventilados |
PNEUS | 225/45 R17 |
DIMENSÕES | Compr. 4,456 m, largura 1,796 m, altura 1,416 m, entre-eixos 2,637 m |
CAPACIDADES | Tanque 50 l e porta-malas 425 l |
PESO | 1.295 kg |
Defeitos
Os passageiros do banco traseiro não têm tanto espaço, ainda que contem com comodidades como a saída de ar dedicada. Para começar, o entre-eixos não é tão grande assim, o que tolhe o espaço para as pernas, ainda mais apertadas pelo túnel central ressaltado reservado para o eixo de transmissão integral na versão S3 de 280 cv, que começa a ser vendido no final de março. Ao menos o espaço para as cabeças é maior do que no concorrente CLA e seu jeitão de cupê de quatro portas. Para alguns, o painel de revestimento macio é simples em aparência. Para a Audi, que segue a corrente Bauhauss desde o divisor de águas TT de 1998, trata-se de minimalismo elegante.
ACELERAÇÃO | aceleração 0-100 km/h: 7,5 s; 0-400 m: 15,5 s |
RETOMADA | 40-80 km/h (D): 3,7 s; 60-100 km/h (D): 3,9 s; 80-120 km/h (D): 5,4 s |
FRENAGEM | 100 km/h: 39,2 m; 80 km/h: 29,7 m; 60 km/h: 14,7 m |
CONSUMO | 10,1 km/l na cidade e 17 km/l na estrada |
Ao menos a beleza põe a mesa. Pensando desde o início como um sedã, o modelo equilibra bem as linhas dos três volumes, um objetivo para ganhar mercados em que o A3 nunca teve penetração, como o norte-americano, e, de quebra, também fazer bonito na China, atual menina dos olhos da Audi. A traseira curta parece bem integrada e não um enxerto. Não é daquelas belezas que, após sair do salão do cirurgião plástico, serão elogiadas apenas pelas amigas mais próximas.
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