25 de jan. de 2014

Range Rover Sport vai para pista. Veja teste


Range Rover Sport
Por Gerson Campos / Fotos: Renato Durães

Chego à sede da C/D 9h e pouco da matina, ainda sonolento (vamos dar um desconto, era feriado). Fui direto até a garagem pegar aquela gostosona inglesa que me tiraria da rotina pelos próximos dias. Garagem que fica em um quadradão escuro e silencioso.
E o que me esperava era um convite a um cochilo em suas belas poltronas, um outro quadradão: o novo Range Rover Sport.
Enfim, tomei vergonha na cara inchada e dei a partida. Acordei. Na hora. Tomei mais ou menos o mesmo susto que levaram os Josés do Mensalão naquela manhã. O som do V8 daquele utilitário era um acinte ao meu modorrento estado de espírito pré-feriado. 
Eu até poderia dar aquele charme ao texto dizendo que achei que tivesse me enganado e entrado em um AMG. Claro que não achei. Sonolento, sim. Tonto, não. Aquilo era um Range Sport em sua mais pura essência, eu sabia: mais esportivo na nova geração, mas ainda assim quadrado, elegante, com grande balanço traseiro e interior absolutamente impecável. Mas era um Range com ronco de AMG V8, não os 5.5 turbo, aqueles aspirados 6.2. Isso não se pode negar. Um ronco encorpadíssimo, lindo e instigante que deu mais vida a estes dias de folga. 
Range Rover Sport
Daí em diante, tudo o que eu queria saber é o que aqueles 510 cv poderiam fazer carregando 2.310 kg. Sistema de tração Terrain Response? Sistema de som com 23 alto-falantes? Depois eu vejo esses detalhes. O que eu tinha nas minhas mãos era o carro de racha da rainha. Se quisesse, Elizabeth poderia massacrar a playboyzada que adora fuçar os Subaru Impreza por lá. Com uma patada pesada de 63,8 kgfm de torque, o novo Range Sport foi a 100 km/h em 5,3 s na nossa pista de testes (mesmo tempo divulgado pela fabricante). É tempo de Ferrari dos anos 90. Repito: numa barca de 2,3 toneladas.
Pode parecer exagero falar tanto do desempenho de um carro feito para encarar qualquer terreno e oferecer conforto, muito conforto, acima de tudo. Acontece que ninguém aqui comprará um Range Rover para colocá-lo na terra. Eu passei numa poça d’água e fiquei morrendo de dó. Imagine lama? Argh! 
Range Rover Sport

VAMOS MUDAR DE ASSUNTO!

O que fará você decidir por um Range Rover Sport,um BMW X6 M, um BMW X5 M, ou um Porsche Cayenne Turbo não são os detalhes, o cheiro do couro, nem quantos morros ele pode subir. É a mais pura e irracional emoção. A mesma que eu senti quando liguei o carro na garagem. Aliás, não ficarei só no motor. Vou além: o câmbio de 8 marchas (qual será a primeira marca a chegar aos dois dígitos?) também é uma retumbante surpresa. Esperto, ele deixa o Range deslizar a 120 km/h marcando apenas 1.700 rotações. A 140 km/h, são 2.000 rotações. Uma estrada lisa, uma companhia cheia de curvas e um playlist nervoso compõem o cenário imbatível a bordo. 
Bom, seu negócio não é marasmo? Quer acelerar em umas curvinhas e trocar as marchas? Ok, as borboletas estão lá. Borboletas que parecem ter sido moldadas às minhas mãos. E olha que antes eu estava em um Audi, o precursor dos paddle-shifters.   
Mas, e sempre há um mas, a serrinha asfaltada não é o lugar para o Range Rover mostrar no que ele é melhor. Ele é bom de arrancada, bom de frenagem e bom de conforto. É bom em tudo. Até em curvas rápidas. Mas há limite para o abuso ao volante de mais de 2,3 toneladas. Limite que o controle de tração faz questão de não deixar chegar nem perto. Ao menor excesso, a eletrônica já dá uma pincelada aqui e outra ali para colocar o garotão (neste caso, o motorista) no lugar. É como um aviso: “milagre eu também não faço, né, amigo?”. Não faz, mas chega perto. Em miúdos: é potência demais para centro de gravidade de menos. 
Range Rover SportQuem faria melhor? Nesse quesito, a dupla da BMW e o Cayenne têm mais know-how. E não é surpresa ou vergonha. O Range Rover Sport não nasceu para desafiá-lo nesses quesitos. Ele quer brigar, sim, em status, conforto e gadgets a bordo. E aí o Range volta com tudo. Além das qualidades mecânicas, ele ainda traz novidades como o painel de TFT e telas nos bancos traseiros com fones para que cada passageiro veja e escute o que bem entender. E eles também não brigam para escolher a temperatura: o ar-condicionado tem quatro zonas. 
Por fora, o novo Land Rover ficou mais bonito, mais, digamos, Evoque e sem deixar de cumprir os predicados que um legítimo Range Rover Sport deve trazer na alma. Mas o melhor mesmo é fechar os olhos, dar a partida e deixar a imaginação desenhar o carro. Acredite: não será um SUV. Quer se divertir? Tem R$ 500 mil? Não escape dele!
Range Rover Sport
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