31 de jan. de 2014

Peugeot 308 2.0 AT6: à espera da nova geração

Depois da chegada dos novos Golf e Focus ao Brasil, a briga entre os hatches médios passou a ficar mais acirrada. A diferença de modernidade entre os modelos da Volkswagen e Ford em relação entre os principais rivais aumentou. E isso acabou deixando mais difícil a vida de Cruze, 308, Bravo, i30, C4 e companhia. 


No caso do modelo da Peugeot, a marca incluiu um novo câmbio automático de seis marchas (Aisin, japonês) no lugar do de apenas quatro (PSA, francês), além de uma série de ajustes, para tornar o carro um pouco mais atraente enquanto a nova geração, feita sobre a nova plaforma EMP2, não é fabricada na Argentina, apenas a partir de 2016, quando o novo 308 desembarcará no Brasil.    

 Quem já passou um bom tempo dirigindo o 307/308 com o câmbio automático de quatro marchas (como eu) vai notar uma diferença evidente depois que experimentar a nova caixa de seis marchas. As trocas são mais suaves, sem trancos, o que contribui com o conforto, principalmente pelo rodar mais silencioso e progressivo. Mas, mesmo pisando de leve no acelerador, o 308 2.0 Flex, de seis marchas, não fez cerimônia em gastar combustível. Pela média do computador de bordo, na cidade, com etanol no tanque, o consumo ficou em torno dos 5 km/l. Segundo a Peugeot, o 308 2.0 Flex ficou 0,5% mais econômico em relação ao modelo equivalente de quatro marchas.

Mas essa sede por combustível vai mudar no 308 completamente novo, daqui a dois anos. A nova plataforma EMP2  é feita com aço de alta resistência, alumínio, entre outros materiais, o que deixará o carro, pelo menos, 140 kg mais leve, contribuindo com  desempenho, consumo e emissões de poluentes. Além disso, vai permitir a instalação de componentes mais modernos, como direção com assistência elétrica e sistema stop/start. 


No 308 atual, com câmbio AT6, os ganhos foram discretos. A Peugeot diz que na aceleração de 0 a 100 km/h, houve uma melhora de 0,8 s comparado ao câmbio de quatro marchas, pois a caixa AT6 tem relações mais curtas em 1ª e 2ª marchas. De fato, pisando com mais força no pedal da direita o 308 até que não faz feio, mas não empolga. De acordo com os dados de fábrica, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 8,9 segundos.  O funcionamento da nova caixa Aisin é superior à antiga PSA, adaptando-se às várias condições pelo caminho. Em descidas, segura uma marcha, aplicando o chamado "freio motor", o que é desejável por ajudar a manter o carro sob controle e evitar o superaquecimento dos freios (a disco nas quatro rodas). 
Mas como o motor 2.0 flex atinge o torque máximo apenas a 4.000 rpm, a nova caixa não pode manter o nível de rotação  baixo o tempo todo, entre 1.500 rpm e 2.500 rpm, com trocas rápidas, o que acontece na versão THP 1.6 turbo, que tem 24,5 kgfm a meros 1.400 rpm. Por isso, mesmo com o novo câmbio AT6, o 308 2.0 Flex acaba gastando mais e andando menos que o ideal. 

Porém, além do conjunto mecânico, a linha 2014 do 308 2.0 Flex também recebeu melhorias na suspensão. No eixo traseiro foram trocadas as buchas de articulação, que agora estão mais macias, e colocado um calço de elastômero no apoio da mola com a carroceria. Nas ruas mal conservadas da capital paulista o carro passou incólome, absorvendo bem as irregularidades do piso e contornando as curvas com segurança, mesmo em velocidades mais altas. Faltou apenas um volante um pouco menor, com melhor empunhadura e que tenha um revestimento de couro que dê mais aderência. 


Em contrapartida, um ponto positivo do 308 avaliado é o baixo nível de ruído, o que foi conseguido com ajuda de um bom isolamento acústico, que envolve a rigidez da carroceria, juntas de dupla vedação e de vidros laterais com espessura de 4 mm, placas insonorizantes que revestem o capô e a tampa do porta-malas e à aplicação de um para-brisas acústico que filtra os ruídos provenientes do exterior. 

 Pena que no interior existem vários componentes vindos do 307, como avalanca de câmbio, maçanetas, bancos, pedais, botões dos vidros, entre outros, o que deixa uma sensação de "deja vù". 
À espera da nova geração, o 308 atual tem o rodar confortável e silencioso como principal mérito diante dos principais concorrentes. Mas apesar das evoluções da linha 2014 (principalmente o novo câmbio de seis marchas), o hatch médio da marca francesa não é páreo para os novos Golf e Focus que acabam de chegar. 
Ficha Técnica
Preço: R$ 63.490
Motor: Dianteiro, transversal, 2.0, 16V, flex
Potência (cv):  151 a 6.000 rpm
Torque (kgfm): 22 a 4.000 rpm
Transmissão: Automática, seis marchas, tração dianteira 
Dimensões (m): 4,28 (comprimento), 1,82 (largura), 1,50 (altura), 2,61 (entreeixos)
Peso (kg): 1.360 kg
0 a 100 km/h: 8,9 segundos
Velocidade máxima: 213 km/h

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