Sob pressão diplomática em grande parte liderada pelos Estados Unidos, o Irã assinou um acordo provisório que suspende sanções comerciais impostas ao país por seis meses, a partir de janeiro de 2014.
Em troca, os iranianos limitarão seu programa nuclear, com suspensão de diversas atividades no período do acordo. Nesse cenário, as francesas Renault e PSA, marcas tradicionais por lá, são as maiores beneficiadas e preparam um forte retorno a este mercado.
De acordo com Carlos Ghosn, CEO da Renault-Nissan, este mercado, sem restrições ou embargos teria potencial para algo entre 1,5 milhão e 2,0 milhões de veículos por ano. É amplamente apoiado nessa visão por Patrick Blain, presidente da Organização Internacional de Fabricantes de Veículos Automotores (OICA), lembrando que o Irã é o 11º mercado mundial com “potencial considerável sub-explorado desde 2012″. Segundo ele, a taxa de motorização no país é de apenas 89 veículos por 1.000 pessoas (menor do que na China) e o país possui um PIB per capita de US$ 12,5 mil (quase o dobro do gigante chinês).
A produção de automóveis do Irã atingiu um pico de 1,6 milhões de veículos em 2011, ano em que as novas sanções foram aplicadas. Cerca de metade dos automóveis vendidos no país vieram da fabricante Iran Khodro, que tem joint ventures com a Peugeot, Renault e Suzuki. A segunda fabricante, SAIPA, também constrói carros sob licença da Kia Motors, Renault e Nissan. Ambas as montadoras locais também exportaram alguns modelos produzidos localmente, onde o Peugeot 206 Sedan é o mais conhecido.
Com 458 mil carros vendidos no país islâmico em 2011, a Peugeot respondeu por 29% do mercado, enquanto a Renault ficou com 6%. Por outro lado, as montadoras dos EUA ainda mantém distância do Irã porque o embargo comercial norte-americano sobre o país ainda deve permanecer por tempo indeterminado.
O fato é que ambas as montadoras francesas vão usar a flexibilização das restrições comerciais de seis meses para recuperar sua posição no mercado, antes da chegada em massa dos concorrentes que poderia vir junto com uma suspensão permanente das sanções comerciais.
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