Tudo começou em 1978, quando a Fiat lançou a primeira picape compacta derivada do pioneiro 147, criando um novo segmento no Brasil. Desde então, a marca italiana não parou de inovar na categoria: com a Strada, modelo líder de vendas há 13 anos, também saiu na frente ao oferecer opção de cabine estendida e, mais recentemente, cabine dupla. Para abrir ainda mais distância da concorrência, agora a cabine dupla estreia uma terceira porta.
O que é?
A Strada chega à linha 2014 com significativas modificações, além da porta extra. Afora o melhor acesso à cabine, a Fiat também aumentou a altura caçamba em 8 centímetros. Pode parecer pouco, mas o reflexo é grande. Primeiro porque visualmente ajuda a transmitir a sensação de um carro maior. Segundo que a capacidade de carga aumentou em até 18%. São 120 litros a mais de volume para a versão com cabine simples, 110 litros adicionais para a cabine estendida e 100 litros extras para a cabine dupla.
Agora a picapinha está disponível em seis versões, partindo da Working (cabine curta, estendida e dupla), Trekking apenas com cabine dupla e duas Adventure (cabine estendida e dupla). A gama de motores segue sem alterações, mantendo na linha o propulsor Fire 1.4 de 86 cv (ainda não é o EVO do Uno), E-torQ 1.6 16V de 117 cv e E-torQ 1.8 16V de 132 cv.
No visual, as mudanças mais significativas estão na traseira. Além do aumento da altura da caçamba, as lanternas ganharam novo desenho. Elas finalmente estão em posição mais elevada e passaram a invadir as laterais, com desenho voltado para cima – antes sempre foi para baixo. O para-choque também muda nas três versões, assim como a tampa da caçamba, que recebeu traços mais limpos. Na versão topo, há uma nova inscrição “Adventure” injetada na proteção traseira.
A versão Working foi a única a ganhar novo para-choque dianteiro, que por ser mais voltada para ao trabalho traz desenho mais despojado, sem pintura. Na lateral, a linha de cintura ficou mais elevada, o que resultou em novos vidros laterais. Todas as versões trazem novas molduras para as caixas de rodas e, na Adventure, novo friso e proteção da parte inferior das portas. O resultado geral é mais harmônico que no modelo anterior, mas fica a sensação de que a dianteira também poderia ter sido renovada.
Por dentro, as mudanças no acabamento foram mais tímidas. As versões Trekking e Adventure estreia novo volante, enquanto a carroceria de cabine dupla recebe quatro novos porta-copos. Toda linha agora tem abertura elétrica da tampa do combustível e porta escada.
Como anda?
Antes de acelerar, algumas curiosidades sobre a terceira porta. A solução para melhorar o acesso ao banco traseiro realmente facilita a vida, eliminando o contorcionismo necessário para adentrar na cabine dupla. Primeiro é necessário abrir a porta do passageiro e depois puxar a maçaneta escondida no vão central, que permite abrir tanto por dentro quanto por fora. A porta dos fundos abre em sentido reverso, a chamada “porta-suicida”, e traz consigo a fixação do cinto de segurança do passageiro da frente. Para não atrapalhar o passageiro de trás, o cinto corre num trilho, liberando totalmente o acesso. O ponto negativo é que isso obriga o passageiro da frente tirar o cinto de segurança para poder abrir a porta de trás.
Inicialmente, dirigimos a Strada Adventure cabine dupla Dualogic Plus por cerca de 70 quilômetros na região de Comandatuba, na Bahia. A ergonomia é boa com regulagens do banco e volante, mas falta ajuste de profundidade da direção e o assento é sempre muito alto O acesso ao banco traseiro melhorou, mas o espaço continua limitado. Na estrada, a picape absorve bem os trechos irregulares e oferece bom isolamento acústico, enquanto o motor E.torQ 1.8 dá conta com sobras. Destaque para as rápidas trocas de marchas por meio das borboletas (novidade) do câmbio automatizado, que vai bem em velocidades mais baixas, mas ainda soluça aceleramos mais forte. Outro ponto positivo é a estabilidade: a Strada transmitiu segurança mesmo entrando mais forte nas curvas.
Em seguida foi a vez da versão Trekking E.torQ 1.6. Com câmbio manual de cinco marchas, a picape mantém as mesmas características de condução. Os pedais de freio e embreagem são relativamente próximos, o que exige um pouco de atenção até se acostumar. Em relação ao desempenho, as acelerações são satisfatórias e o carro desenvolve velocidade de forma até animada, fazendo com que a diferença entre o motor mais forte não seja tão evidente. Já a versão Working 1.4 é bem mais despojada e sua vocação para o trabalho é nítida. Nela, o barulho e a vibração do motor invadem a cabine de forma mais consistente.
Quanto custa?
Um dos pilares da liderança da Strada é a grande oferta de versões – seis no total. A de entrada, Working cabine simples, sai por R$ 33.750, enquanto a estendida custa R$ 36.870 e a dupla R$ 42.330. O motor é o 1.4 Flex (86 cv) e a picape traz grade protetora do vidro traseiro e porta-escadas. Airbags frontais e freios ABS passam a ser itens de série em todas as versões.
Por R$ 48.360, a intermediária Trekking chega apenas com cabine dupla. Com motor E-torQ 1.6 16V Flex, ela sai de fábrica equipada com direção hidráulica, ar-condicionado, travas e vidros elétricos, novo volante e faróis de neblina. Como opcional, a marca oferece o câmbio automatizado Dualogic Plus e o bloqueio do diferencial Locker.
Por fim, a Strada Adventure é oferecida na cabine estendida, começando em R$ 49.480, e dupla a R$ 54.360. O motor é sempre o E-torQ 1.8 16V Flex. Novidades ficam por conta do quadro de instrumentos com novo grafismo e do volante multifuncional em couro, opcional, com borboletas para trocas de marchas associado ao câmbio automatizado Dualogic Plus.
Mais uma vez, a Strada inova no segmento das picapes pequenas. Única com cabine dupla e agora com a terceira porta, o modelo da marca italiana tem mais uma exclusividade diante das rivais. Também só a Strada traz câmbio automatizado e o bloqueio de diferencial Locker. Mas também é evidente que a Fiat cobra o preço da liderança do modelo (principalmente nas versões mais caras), uma vez que a picape não teve alteração nenhuma de plataforma – e já existe um novo Palio desde 2011. Só que enquanto Saveiro e Montana não ofertarem pelo menos as mesmas sacadas da Strada, ela tem tudo para continuar reinando.
Por Fábio Trindade, de Comandatuba (BA)
Viagem a convite da Fiat
Ficha Técnica – Fiat Strada 1.8 16V Adventure CD
Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.747 cm3, flex; Potência: 130/132 cv a 6.300 rpm; Torque: 18,4/18,9 kgfm a 4.500 rpm; Transmissão: manual de cinco marchas/automatizado Dualogic Plus cinco marchas, tração dianteira; Direção: hidráulica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e traseiro com eixo eixo rígido tipo Ômega; Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS; Rodas: aro 16 com pneus 205/65 R16; Peso: 1.253 kg (manual) / 1.258 kg (dualogic); Porta-malas: 680 litros; Capacidade de carga: 650 kg, tanque 58 litros; Dimensões: comprimento 4.471 mm, largura 1.740 mm, altura 1.648 mm, entreeixos 2.753 mm
Ficha Técnica – Fiat Strada 1.6 16V Trekking CD
Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.598 cm3, flex; Potência: 115/117 cv a 5.500 rpm; Torque: 16,2/16,8 kgfm a 4.500 rpm; Transmissão: manual de cinco marchas/automatizado Dualogic Plus cinco marchas, tração dianteira; Direção: hidráulica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e traseiro com eixo eixo rígido tipo Ômega; Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS; Rodas: aro 14 com pneus 175/70 R14; Peso: 1.216 kg; Porta-malas: 680 litros; Capacidade de carga: 650 kg, tanque 58 litros; Dimensões: comprimento 4.440 mm, largura 1.664 mm, altura 1.580 mm, entreeixos 2.718 mm
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