28 de set. de 2013

Teste: Fiat Uno College – Coração de estudante

Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias
Teste: Fiat Uno College – Coração de estudante
Série College explora o visual descontraído do Fiat Uno para ampliar o apelo à juventude

A Fiat não deixa passar nada. Já fez séries especiais com mote em filmes, estradas e até em homenagem à “pátria-mãe” Itália. Sempre na expectativa de trazer interesse para algum carro.
E se há um modelo em sua linha que se adapta facilmente a novas propostas estéticas é o Uno. Foi por isso que a marca introduziu em março a série College para o subcompacto. Baseada na versão Vivace 1.0, ela cria uma relação ainda mais óbvia entre o Uno e universitários. Afinal, mesmo quem é mais velho se identifica com a ideia de juventude – pelo menos até que os jovens comecem a fazer bobagens.

Assim como todas as recentes séries especiais dos carros da Fiat, o College é basicamente um kit de personalização do Uno. Tanto que nem é vendido como versão separada e sim um pacote de opcionais. Mas que se juntam para um recheio bem suficiente para o segmento. Ele traz ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de liga leve de 14 polegadas, faróis de neblina, vidros e travas elétricas, volante com regulagem de altura, pré-disposição para rádio, conta-giros e econômetro por R$ 5.656. No total, o Uno College sai por R$ 33.666. Cerca de R$ 1 mil a menos do que se os mesmos equipamentos fossem selecionados separadamente.



Ainda há, é claro, um apelo estético. O exterior só pode vir pintado de branco ou azul, enquanto retrovisores, maçanetas e as molduras  das três aberturas no capô são sempre vermelhos. As rodas, por sua vez, são brancas e o teto tem racks. Por dentro, os bancos, saídas de ar, maçanetas, puxadores de porta, volante e parte central do painel trazem detalhes em azul e vermelho.

Na mecânica, tudo na mesma. O motor segue o 1.0 Fire Evo de 75 cv e 9,9 kgfm de torque com etanol e a transmissão manual com cinco velocidades. Juntos, levam o pequeno hatch a 100 km/h em 13,8 segundos e até 151 km/h. Marcas razoáveis para um “mil”.



A introdução da versão, no entanto, não significou qualquer variação positiva no mercado para o modelo. E, com certeza, nem era a pretensão da Fiat. Mas, o fato é, que o Uno já perdeu o ar de novidade. Tanto que nos últimos dois meses cedeu a posição de segundo carro mais vendido do país para o companheiro Palio e já vê o Ford Fiesta – que acumula as versões New e RoCam – crescer no retrovisor. Mudanças significativas no Uno devem acontecer apenas em 2014, quando receberá uma reestilização e a estreia de um inédito motor 1.0 de três cilindros. Novidades que podem fazer o subcompacto voltar a ficar em primeiro na turma.

Ponto a ponto
Desempenho –
Como a maioria dos 1.0 do mercado nacional, o Uno não empolga. A força do motor é suficiente apenas para o básico. Não há sobra de potência ou torque para uma ultrapassagem, por exemplo. Ao menos, o Uno é leve, pesa só 920 kg, o que deixa a tarefa do propulsor menos cruel. O câmbio de cinco marchas tem engates imprecisos e não adiciona muito para um conjunto acima da média. Nota 6.

Estabilidade –
O Uno é um carrinho acertado na direção. É claro que a carroceria rola em curvas e que os pneus finos não contribuem para uma estabilidade excelente. Porém, o chassi é bem construído e torce pouco. A direção é precisa e é fácil prever as reações do pequeno hatch. Nota 7.

Interatividade –
A série College mantém as premissas básicas desta nova geração do Uno. Ou seja, painel de instrumentos estiloso e completinho – há até econômetro. Os comandos básicos do carro também ficam em posições óbvias e de simples acesso. O único que destoa é o controle dos vidros elétricos dianteiros, posicionados no console central. A visibilidade é sempre eficiente. Nota 8.

Consumo –
O College é baseado na versão Vivace 1.0 quatro portas do Uno. Testada pelo InMetro, ele fez 8,6 km/l de etanol e 13,0 km/l de gasolina em circuito misto. Suficiente para ficar com a nota “B” no segmento de subcompacto – e “A” no geral. Nota 7.

Conforto –
O formato quadrado fornece um bom espaço interno para o pequeno hatch. Evidentemente, não há folga para cinco adultos. Mas, na maioria das vezes, espaço não é um problema. Como é comum nos Fiat, a suspensão é calibrada para absorver bem a buraqueira das ruas. O isolamento acústico claramente evoluiu desde o lançamento. Nota 8.



Tecnologia –
A atual geração do Uno foi lançada em 2010 e teve desenvolvimento conjunto com o Panda europeu. Para o segmento, é uma plataforma moderna e que beneficia bastante o modelo da Fiat. A série College traz um pacote até interessante para um popular. Nota 7.

Habitalidade –
A cabine do Uno é muito bem pensada. Existem muitos porta-objetos úteis de acesso fácil. Entrar e sair do pequenino também não é tarefa complicada. O porta-malas, de 280 litros, é bom para o segmento. Nota 8.

Acabamento –
É notável a evolução de acabamento do Uno em relação aos Fiat da década de 2000. O carrinho é bem feito e bem construído. O painel e console recebem plásticos rígidos, mas com alguns detalhes estéticos que fazem a diferença no segmento. A versão College dá um charme extra ao Uno com pintura especial no interior. Nota 7.

Design –
Nesses três anos de mercado, o Uno pouco envelheceu. Seu desenho “engraçadinho” continua se destacando em um segmento marcado por linhas previsíveis. A série College traz um excesso de “adornos”, como os adesivos laterais e pintura vermelha em retrovisores e maçanetas. Mas, de maneira geral, agrada. Nota 9.

Custo/benefício –
O pacote College só pode ser adicionado na versão Vivace 1.0 e custa R$ 5.656. No total, a conta chega ao cabalístico valor de R$ 33.666. Comprados por fora, os opcionais que compõe a série custam mais de R$ 6 mil – mas alguns itens, se não viessem no pacote dificilmente seriam escolhidos. O valor deixa o Uno muito próximo de modelos também modernos, mas maiores, do segmento de compactos. Nota 6.
Total –
O Fiat Uno College 1.0 somou 73 pontos em 100 possíveis.



Impressões ao dirigir
Lições de marketing

A tática da Fiat para criar séries especiais para seus modelos é interessante. Com pequenas alterações estéticas e pouco investimento, dá ao carro uma personalidade ligeiramente distinta. Com o Uno, principalmente, a estratégia funciona muito bem. A versão College é criativa, “bem humorada” e não é apelativa. Claro que os detalhes vermelhos no exterior saltam aos olhos, mas, o subcompacto é um dos poucos carros que “aceita” isso. O mesmo acontece por dentro, com os detalhes em vermelho e azul. Tudo parece feito para deixar o carro ainda mais jovial.



No resto, o Uno continua o mesmo. E isso é boa coisa. O hatch brasileiro foi desenvolvido em conjunto com o Panda italiano e tem um conjunto dinâmico competente. A carroceria torce bem pouco e, guardadas as devidas proporções, proporciona um comportamento bem satisfatório ao pequenino modelo. O motor 1.0 não é um poço de potência e nem preza por uma extrema suavidade. Mas tem ao seu lado o baixo peso para conseguir manter o Uno com acelerações e retomadas aceitáveis.

Na suspensão, a Fiat seguiu a sua tradição e apostou em um acerto mais macio, que beneficia o conforto. O Uno roda tranquilo, sem grandes solavancos e com boa absorção de impactos. O isolamento acústico, principalmente o vindo do motor, melhorou bastante desde 2010. Agora, dá para explorar giros maiores do motor sem sofrer com ruídos e vibrações extremas. Sempre importante em um 1.0.


        
Ficha técnica
Fiat Uno College 1.0 8V
Motor:
A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 999 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 73 cv com gasolina e 75 cv com etanol a 6.250 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 14,7 segundos com gasolina e 13,8 s com etanol.
Velocidade máxima: 151 km/h com gasolina e etanol.
Torque máximo: 9,5 kgfm com gasolina e 9,8 kgfm com etanol a 3.850 rpm.
Diâmetro e curso: 70,0 mm X 64,9 mm. Taxa de compressão: 12,1:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, braços oscilantes inferiores transversais e molas helicoidais. Traseira com barra de torção e rodas semi-independentes, amortecedores hidráulicos e molas helicoidais. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 175/65 R14.
Freios: Discos sólidos na frente e tambores atrás. Oferece ABS de série.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,77 metros de comprimento, 1,64 m de largura, 1,48 m de altura e 2,37 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais.
Peso: 920 kg.
Capacidade do porta-malas: 280 litros.
Tanque de combustível: 48 litros.
Produção: Betim, Brasil.
Itens de série: Ar-condicionado, direção hidráulica, faróis de neblina, vidros e travas elétricas, pré-disposição para rádio, rodas de liga leve de 14 polegadas, volante com regulagem de altura, conta-giros, econômetro, airbag duplo e ABS.
Preço: R$ 33.666.








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