Fabricantes recorrem a aliança de motores a combustão e elétricos para juntar desempenho e eficiência em novos esportivos
Nem só de intenções “verdes” vivem os modelos híbridos. Ao combinar poderosos motores de combustão interna com sistemas de propulsão elétrica eficientes, alguns fabricantes – famosos pela falta de preocupação com consumo – buscam dar mais agressividade a seus modelos, atrás de potência e performance – e também se adequar às cada vez mais limitantes normas de emissões.
Era, de fato, apenas questão de tempo
para o uso da eletricidade resultar em propostas bem menos comportadas.Nem só de intenções “verdes” vivem os modelos híbridos. Ao combinar poderosos motores de combustão interna com sistemas de propulsão elétrica eficientes, alguns fabricantes – famosos pela falta de preocupação com consumo – buscam dar mais agressividade a seus modelos, atrás de potência e performance – e também se adequar às cada vez mais limitantes normas de emissões.
Os híbridos esportivos têm usado, basicamente, dois tipos de motorização. Uma é o híbrido em paralelo, que é a alternativa mais “simples”, com o motor elétrico funcionando sozinho ou em conjunto com o a combustão, e a energia armazenada em baterias – num arranjo semelhante ao dos híbridos “econômicos”. Outro é o sofisticado sistema Kers – como o dos bólidos de Fórmula 1 –, que armazena energia das frenagens e devolve em torque nos momentos de aceleração ou retomada.
Audi Sport Quattro
No último Salão de Frankfurt, BMW, Audi e Honda apresentaram seus novos esportivos i8, Sport Quattro e NSX com seus respectivos sistema híbridos. Mas outros “hiperesportivos” já haviam explorado esta combinação. A Ferrari LaFerrari, por exemplo, tem um motor elétrico que adiciona 163 cv ao já poderoso V12 de 6.3 litros e 800 cv de potência. Com 963 cv e 90 kgfm de torque enviados às rodas traseiras, ela é a virtual sucessora da Enzo e o carro de rua mais potente já feito pela fabricante italiana. Segundo a Ferrari, com este conjunto ela é capaz de acelerar zero a 100 km/h em menos de três segundos e ultrapassar 350 km/h. Serão somente 499 unidades fabricadas e o preço estimado deve ser superior a R$ 3,6 milhões no mercado europeu.
Ferrari LaFerrari
A inglesa McLaren também apostou numa tecnologia semelhante para empurrar o P1, concorrente direto do LaFerrari e também sucessor o mítico F1. O bólido utiliza o mesmo V8 turbo de 3.8 litros do modelo “de entrada” MP4-12C, mas amplamente revisado para render 739 cv. Acoplado a ele, um sistema Kers adiciona outros 178 cv para chegar a 917 cv. No P1, o sistema híbrido tem função econômica. Ele pode ser dirigido por até 20 km – a uma velocidade constante de 50 km/h – em modo totalmente elétrico graças às compactas baterias de íons de lítio de alta densidade instaladas entre o habitáculo e o motor central-traseiro. Os números são semelhantes aos do LaFerrari: zero a 100 km/h em menos de 3 segundos, máxima de 350 km/h e preço perto de R$ 3,5 milhões por lá.
McLaren P1
A Porsche, no entanto, havia adotado estratégia diferente em seu 918 Spyder. O superesportivo alemão usa um sistema com dois motores elétricos: um, de 127 cv, move exclusivamente as rodas dianteiras. O segundo, de 156 cv, trabalha em conjunto com o V8 de 4.6 litros de 616 cv e atua apenas nas rodas traseiras. O total de 899 cv e exorbitantes 127 kgfm de torque são capazes de fazer o 918 Spyder acelerar de zero a 100 km/h em 2,8 segundos e ir aos 340 km/h. Mesmo com todo esse poder, ele ainda é capaz de rodar cerca de 30 km/l em modo normal ou percorrer 32 km em modo totalmente elétrico – e também chegar a 150 km/h apenas com a carga das baterias. As emissões de poluentes ficam nos 79 g/km de CO2, bem menos que os 330 g/km divulgados pela Ferrari, por exemplo. O Porsche, no entanto, é o mais “barato” do trio super poderoso e deve custar cerca de R$ 1,2 milhão para os europeus.
Porsche 918 Spyder
Já a intenção da BMW com seu novo i8 é manter a pegada esportiva mesmo em sua linha de modelos energeticamente eficientes. Ele usa um propulsor 1.5 litro turbo de três cilindros, com 234 cv e 32,6 kgfm de torque para mover as rodas traseiras e um motor elétrico com 132 cv responsável pela tração nas rodas da frente. São dois câmbios, ambos automáticos, com seis marchas para as rodas traseiras e duas para as dianteiras. Esse pacote leva o i8 aos 100 km/h em 4,4 segundos e consegue um consumo médio de 40 km/l – além de apenas 25 g/km de CO2 emitidos. O preço é bem razoável: 106 mil euros, cerca de R$ 320 mil, no mercado europeu.
BMW i8
Já a Honda, ao reviver o NSX, apelou para um sistema chamado de SH-AWD. A marca japonesa ainda não revelou maiores detalhes, mas estima-se que ele combine um motor a combustão com 450 cv que aciona as rodas traseiras e um elétrico de cerca de 110 cv para mover as rodas da frente. Enquanto isso, a Audi criou o Sport Quattro, outro revelado em Frankfurt, com o conhecido V8 biturbo de 560 cv acoplado a um elétrico de 150 cv, totalizando 710 cv. É capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 3,7 km/h e chegar à máxima de 304 km/h. Considerando que o Sport Quattro pesa 1.850 kg em função das baterias, é impressionante. Isso mostra que a virada para a propulsão híbrida não deve matar os esportivos, e sim garantir sua sobrevivência em tempos de leis antipoluição cada vez mais rígidas.
Honda NSX Concept
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