19 de set. de 2013

Híbridos deixam de ser exclusividade de sedãs e SUVs e chegam aos esportivos

 Fotos: Divulgação
Híbridos deixam de ser exclusividade de sedãs e SUVs e chegam aos esportivos
Fabricantes recorrem a aliança de motores a combustão e elétricos para juntar desempenho e eficiência em novos esportivos


Nem só de intenções “verdes” vivem os modelos híbridos. Ao combinar poderosos motores de combustão interna com sistemas de propulsão elétrica eficientes, alguns fabricantes  – famosos pela falta de preocupação com consumo – buscam dar mais agressividade a seus modelos, atrás de potência e performance – e também se adequar às cada vez mais limitantes normas de emissões.
Era, de fato, apenas questão de tempo para o uso da eletricidade resultar em propostas bem menos comportadas.
   
Os híbridos esportivos têm usado, basicamente, dois tipos de motorização. Uma é o híbrido em paralelo, que é a alternativa mais “simples”, com o motor elétrico funcionando sozinho ou em conjunto com o a combustão, e a energia armazenada em baterias – num arranjo semelhante ao dos híbridos “econômicos”. Outro é o sofisticado sistema Kers – como o dos bólidos de Fórmula 1 –, que armazena energia das frenagens e devolve em torque nos momentos de aceleração ou retomada.


Audi Sport Quattro

No último Salão de Frankfurt, BMW, Audi e Honda apresentaram seus novos esportivos i8, Sport Quattro e NSX com seus respectivos sistema híbridos. Mas outros  “hiperesportivos” já haviam explorado esta combinação. A Ferrari LaFerrari, por exemplo, tem um motor elétrico que adiciona 163 cv ao já poderoso V12 de 6.3 litros e 800 cv de potência. Com 963 cv e 90 kgfm de torque enviados às rodas traseiras, ela é a virtual sucessora da Enzo e o carro de rua mais potente já feito pela fabricante italiana. Segundo a Ferrari, com este conjunto ela é capaz de acelerar zero a 100 km/h em menos de três segundos e ultrapassar 350 km/h. Serão somente 499 unidades fabricadas e o preço estimado deve ser superior a R$ 3,6 milhões no mercado europeu.

Ferrari LaFerrari

A inglesa McLaren também apostou numa tecnologia semelhante para empurrar o P1, concorrente direto do LaFerrari e também sucessor o mítico F1. O bólido utiliza o mesmo V8 turbo de 3.8 litros do modelo “de entrada” MP4-12C, mas amplamente revisado para render 739 cv. Acoplado a ele, um sistema Kers adiciona outros 178 cv para chegar a 917 cv. No P1, o sistema híbrido tem função econômica. Ele pode ser dirigido por até 20 km – a uma velocidade constante de 50 km/h – em modo totalmente elétrico graças às compactas baterias de íons de lítio de alta densidade instaladas entre o habitáculo e o motor central-traseiro. Os números são semelhantes aos do LaFerrari: zero a 100 km/h em menos de 3 segundos, máxima de 350 km/h e preço perto de R$ 3,5 milhões por lá.


McLaren P1

A Porsche, no entanto, havia adotado estratégia diferente em seu 918 Spyder. O superesportivo alemão usa um sistema com dois motores elétricos: um, de 127 cv, move exclusivamente as rodas dianteiras. O segundo, de 156 cv, trabalha em conjunto com o V8 de 4.6 litros de 616 cv e atua apenas nas rodas traseiras. O total de 899 cv e exorbitantes 127 kgfm de torque são capazes de fazer o 918 Spyder acelerar de zero a 100 km/h em 2,8 segundos e ir aos 340 km/h. Mesmo com todo esse poder, ele ainda é capaz de rodar cerca de 30 km/l em modo normal ou percorrer 32 km em modo totalmente elétrico – e também chegar a 150 km/h apenas com a carga das baterias. As emissões de poluentes ficam nos 79 g/km de CO2, bem menos que os 330 g/km divulgados pela Ferrari, por exemplo. O Porsche, no entanto, é o mais “barato” do trio super poderoso e deve custar cerca de R$ 1,2 milhão para os europeus.


Porsche 918 Spyder

Já a intenção da BMW com seu novo i8 é manter a pegada esportiva mesmo em sua linha de modelos energeticamente eficientes. Ele usa um propulsor 1.5 litro turbo de três cilindros, com 234 cv e 32,6 kgfm de torque para mover as rodas traseiras e um motor elétrico com 132 cv responsável pela tração nas rodas da frente. São dois câmbios, ambos automáticos, com seis marchas para as rodas traseiras e duas para as dianteiras. Esse pacote leva o i8 aos 100 km/h em 4,4 segundos e consegue um consumo médio de 40 km/l – além de apenas 25 g/km de CO2 emitidos. O preço é bem razoável: 106 mil euros, cerca de R$ 320 mil, no mercado europeu.


BMW i8

Já a Honda, ao reviver o NSX, apelou para um sistema chamado de SH-AWD. A marca japonesa ainda não revelou maiores detalhes, mas estima-se que ele combine um motor a combustão com 450 cv que aciona as rodas traseiras e um elétrico de cerca de 110 cv para mover as rodas da frente. Enquanto isso, a Audi criou o Sport Quattro, outro revelado em Frankfurt, com o conhecido V8 biturbo de 560 cv acoplado a um elétrico de 150 cv, totalizando 710 cv. É capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 3,7 km/h e chegar à máxima de 304 km/h. Considerando que o Sport Quattro pesa 1.850 kg em função das baterias, é impressionante. Isso mostra que a virada para a propulsão híbrida não deve matar os esportivos, e sim garantir sua sobrevivência em tempos de leis antipoluição cada vez mais rígidas.


Honda NSX Concept

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