24 de set. de 2013

F-1:“Não sei como chegamos a isso”, diz Webber, sobre relação com Vettel

Perto de se aposentar da F1, australiano diz que o convívio com seu companheiro de equipe é estritamente profissional

Mark Webber e Sebastian Vettel, da Red Bull, no constrangedor pódio do GP da Malásia (AP Photo/Vincent Thian)Mark Webber e Sebastian Vettel, da Red Bull, no constrangedor pódio do GP da Malásia (AP Photo/Vincent Thian)

Mark Webber irá se despedir da F1 no final deste ano. Com seis provas para o fim da temporada, o australiano irá deixar a categoria orgulhoso de suas realizações, porém, com um convívio estremecido com Sebastian Vettel, com quem correu lado a lado por quatro anos.

Dividindo a equipe com o alemão desde 2009, a relação entre os companheiros começou a se perder após o GP da Inglaterra de 2010, como afirma o veterano. Naquela prova, a Red Bull colocou a asa de Webber no carro do tricampeão. Da mesma maneira, o competidor de 37 anos venceu a corrida, o que, em suas palavras, “não foi nada mal para um segundo piloto”.
“Você se esforça tanto e acaba sendo colocado para trás. É muito difícil de engolir isso. Na Malásia, durante as últimas 15 voltas, pensei muito em como a situação chegou àquele ponto. Não fiquei surpreso pelo que Seb fez, mas como chegamos a isso”, disse em entrevista ao jornal inglês “The Guardian”.

“Suponho que algumas das discussões privadas que tive com Sebastian desde este episódio foram um pouco decepcionantes. Esqueça as coisas na pista. Tivemos algumas conversas e não ficamos felizes em como elas se desenrolaram ou como nos sentimos um em relação ao outro. Testou a relação ao máximo”, completou.
O veterano, ao ser questionado se a relação entre os companheiros havia se resolvido após seu anúncio, no início de junho, negou qualquer melhora, e ressaltou apenas um tratamento estritamente profissional entre eles. “A situação não melhorou, na verdade. Estamos apenas enfrentando a situação de maneira profissional, pois temos muita gente dando o máximo deles por você, como os caras que trabalham no carro”, pontuou.
Mas o desconforto entre eles não é de agora. Ele começou em 2007, no GP do Japão. Vettel, que ainda defendia a Toro Rosso, jogou Webber para fora da pista, o que acabou enfurecendo o piloto, que passava mal e havia vomitado dentro do capacete. “É uma criança. Elas sempre estragam tudo”, disse ter pensado na época.
Em seus 11 anos de atividade na F1, o representante da Red Bull, até o final do ano, disputará 215 corridas. Ao olhar para o seu desempenho nesses últimos anos, o australiano mostrou profunda satisfação com todos os resultados alcançados.
“Estou orgulhoso. Nunca imaginei correr mais de 200 GPs com algumas vitórias bastante especiais, tão disputadas. Tenho nove triunfos e 38 pódios. E nunca perdi uma só corrida ou uma sessão de treinos. Nunca perdi uma só hora no carro. Já corri com intoxicação alimentar, e terminei a prova, em Fuji, no ano de 2007. Também já pilotei com costelas fraturadas”, observou.
Vettel e Webber brigam roda a roda na Malásia (Foto: (AP Photo/Andy Wong, File)
“Os números falam por si só. Apenas três pilotos australianos venceram uma corrida em 60 anos [Jack Brabham e Alan Jones]. Então não é particularmente uma categoria fácil para nós. Espero deixar um legado para outros compatriotas”, comentou o piloto.
Demorou para o competidor 131 etapas e oito anos até conseguir conquistar pela primeira vez o degrau mais alto do pódio. Ao comentar sobre o episódio, o australiano exaltou o feito, principalmente por ter sido na Alemanha, terra natal de Vettel.
“Aquela primeira vitória [na Alemanha] foi provavelmente a mais doce, por conta da maneira que consegui, saindo da pole e depois de receber um drive-through. Me distanciar tanto de Seb e triunfar por uma grande vantagem, em seu território, foi a melhor maneira de vencer”, analisou.
Por fim, Webber disse que a mudança para a nova categoria e nova casa farão com que ele sinta novamente a paixão por pilotar. “Ainda sinto vontade de terminar bem o ano, mas estou ansioso para o próximo estágio de minha carreira”, afirmou.
“Você não consegue continuar se não sente aquela chama. E nos últimos anos sinto que ela vem diminuindo cada vez mais. Mas a mudança para a Porsche irá acendê-la novamente. Ir para um novo ambiente de trabalho, com outra equipe será muito bom”, encerrou o piloto.
Abaixo, veja a disputa entre os pilotos no GP da Malásia:

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