O Mitsubishi Outlander nunca foi o carro da moda ou teve grande volume de vendas. Segundo a marca, o segredo dele é outro: alto índice de satisfação dos proprietários.
Totalmente renovado, o crossover chega ao Brasil com mais itens de conforto e tecnologia para continuar agradando seu público fiel. experimentamos a versão top de linha.
O que é?
A terceira geração do Outlander é construída sobre a nova plataforma “RE”, que deve dar origem também ao novo Lancer. O visual, de aspecto agressivo na geração anterior, dá lugar à formas mais arredondadas e suaves, perdendo o característico nariz de tubarão. Confesso que as primeiras fotos não me agradaram, mas ao vivo o crossover demonstra certa imponência, principalmente no desenho da parte dianteira com a nova identidade da Mitsubishi ostentada por cromados.
Outra novidade é a terceira fila de bancos, que amplia a capacidade para até sete passageiros. Isso fez com que o desenho da lateral trocasse aquele aspecto esportivo por um mais espichado. Na traseira, as novas lanternas têm acabamento quase todo cromado que invade a lateral e se integra à uma barra na tampa do porta-malas. De acordo com a Mitsubishi, o novo design possibilitou obter um coeficiente aerodinâmico 10% melhor do que a segunda geração, registrando o bom Cx de 0,33.
Por dentro também muda tudo. É notável a qualidade e o cuidado na montagem do painel, com material emborrachado macio ao toque em toda a sua extensão. O desenho não chega a ser revolucionário, mas agrada em termos de ergonomia. O quadro de instrumentos oferece boa leitura e agora o volante multifuncional traz ajuste de altura e profundidade. Mas o grande destaque fica para a nova central multimídia, chamada de “Black Glass”. A tela LCD sensível ao toque é capaz de interpretar movimentos para acessar as funções, como num tablet. Para reduzir ou aumentar o volume, por exemplo, basta deslizar dois dedos na horizontal para a esquerda ou direita, respectivamente. Para acessar o GPS, um movimento de baixo para cima com três dedos. É realmente bastante prática!
Na versão disponível no test-drive, o nível de conforto era complementado pelo ar-condicionado digital de duas zonas, teto solar elétrico, abertura elétrica do porta-malas com três níveis e o pacote “High Tech”, que adiciona o “ACC” (piloto automático adaptativo) e o “FCM” (sistema para redução de risco de colisão através de radar).
Como anda?
O novo Outlander será vendido com duas opções de motores: 2.0 16V de 160 cv com câmbio automático CVT e tração dianteira, e 3.0 V6 de 240 que trabalha em conjunto com um câmbio automático de seis marchas e tração 4×4. Andamos na versão mais forte.
Encontrar a posição adequada para dirigir é facilitada pelos comandos elétricos do banco do motorista. Por falar em bancos, eles são confortáveis e oferecem bom apoio para as costas e pernas. Tudo ajustado, ligo o motor por um botão no console – outra novidade do modelo.
Na estrada, iniciamos o trajeto em comboio para testar o piloto automático adaptativo. Com o recurso, é possível definir uma velocidade máxima (como num sistema comum) e acionar o “ACC” indicando três níveis de distância. Ao perceber um carro à frente, ele estabiliza a velocidade entre ambos, bastando apenas seguir o fluxo. Se o carro da frente reduzir ou efetivamente parar, o sistema aciona o freio automaticamente até a parada total, se necessário, indicando ao motorista para assumir o comando pisando no freio.
O motor V6 demonstrou bom apetite por velocidade, oferecendo grande vigor às investidas ao acelerador. Em velocidade de cruzeiro, o nível de ruído é baixíssimo, exigindo certa concentração para não extrapolar o limite de velocidade. Em curvas mais acentuadas, forcei um pouco e senti o carro bem firme, sem interferência dos controles de tração e estabilidade.
Tivemos também a oportunidade de acelerar rapidamente o crossover no autódromo Vello Cità, no interior de São Paulo, onde alguns obstáculos foram colocados para exaltar a agilidade do carro. Numa reta, aceleração até 120 km/h e, no fim, frenagem forte com desvio de 90 graus colocavam à prova a estabilidade do modelo, simulando uma situação de emergência. Gostei do resultado, com controle total durante a tarefa. Em outro ponto, cones exigiam manobras mais rápidas do tipo slalom. Apesar da inclinação da carroceria, algo esperado para um carro deste porte e altura, mais uma vez o desafio foi vencido sem sustos. Ainda foi possível experimentar o sistema FCM (redução de risco de colisão), que é capaz de frear completamente o carro (em velocidades até 30 km/h) ao identificar um obstáculo à frente.
Num rápido trecho off-road, também foi possível testar o controle de estabilidade (ASC) em curvas de baixa aderência (muito cascalho) e o Hill Start Assistance (HSA) em rampas à frente e de ré. O modelo possui ainda o controle de tração (ATC) que evita o escorregamento das rodas em curvas ou arrancadas.
Quanto custa?
Fabricado no Japão, o novo Outlander será vendido no Brasil na versão 2.0 4×2 por R$ 102.990, valor R$ 2.700 acima do anterior. Nela, o itens de série são o rack de teto, sensores de luz e chuva, teto solar elétrico, bancos de couro, ajuste elétrico do banco do motorista, nove airbags (sendo um para o joelho do motorista), sistema multimídia com rádio, CD, DVD, MP3 integrado e Bluetooth. Rodas de liga leve de 18 polegadas, freios ABS e controle de estabilidade completam o pacote.
A opção intermediária GT vem equipada com o motor 3.0 V6 e câmbio automático de seis marchas com paddle-shifts no volante. Com tração 4×4, seu preço é de R$ 130.900. A versão top de linha é a GT Full Technology Pack, que, por R$ 139.900, traz o “ACC” e o sistema multimídia Black Glass, que concentra navegador GPS, Bluetooth com áudio streaming, USB, CD/DVD, rádio, entrada para cartões SD e câmera de ré, além do Dynamic Information System (DIS), com acelerômetro, aceleração lateral, bússola, inclinação frontal e altitude. Faróis de xenônio com lavador fecham o pactote.
Para o modelo, a Mitsubishi também dispõe do pacote de revisões com preço fixo, conforme tabela abaixo:
Com esta nova geração do Outlander, a estratégia da Mitsubishi é clara. Em primeiro lugar, quer agradar aos proprietários da geração anterior oferecendo um carro renovado com mais conforto, segurança e tecnologia embarcada. De quebra, quer beliscar alguns consumidores de outras marcas, principalmente com a versão de entrada.
Por Fábio Trindade, de Mogi Guaçu (SP)
Fotos Divulgação
Ficha Técnica – Mitsubishi Outlander 3.0 V6
Motor: dianteiro, transversal, V6, 24 válvulas, SOHC, 2.998 cm³, injeção eletrônica multiponto sequencial, gasolina; Potência: 240 cv de 5.100 rpm a 6.250 rpm; Torque: 31,0 kgfm a 3.750 rpm; Transmissão: automática de seis marchas, tração sistema eletrônico 4WD; Direção: elétrica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e independente multibraço na traseira; Freios: discos nas quatro rodas com ABS e EBD e BAS; Peso: 1.570 kg; Capacidades: porta-malas 798 litros, tanque 60 litros; Dimensões: comprimento 4.655 mm, largura 1.800 mm, altura 1.680 mm, entre-eixos 2.670 mm, altura livre do solo 208 mm
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