Se você esteve ligado no site nos últimos diasa, já deve saber que o Volkswagen Passat completa 40 anos em 2013 — nós até fizemos uma mini-retrospectiva com uma bela galeria. Mas aquela era a história do Passat no mundo — no Brasil, como quase tudo, ele seguiu um rumo um tanto diferente.
A primeira geração do Passat, como você já sabe, é basicamente uma versão fastback do sedã Audi 80, lançada em 1973. Não demorou para que o Passat ganhasse uma versão Variant e retribuísse o favor, servindo como base para o Audi 80 wagon. No Brasil ela chegou em 1974, inicialmente apenas na versão duas-portas e só ganharia portas traseiras no fim daquela década.
A ligação entre o Audi 80 e o Passat seguiu firme e forte na segunda geração, lançada em 1980. Ambos compartilhavam plataforma e algumas peças da carroceria, mas o Passat sempre seria considerado o modelo mais “popular”, enquanto o Audi 80 era a versão engravatada. A segunda geração do Passat chegou ao Brasil em 1984, com o nome Santana, que identificava as primeiras versões do sedã europeu. Ele dividiu a linha de produção com a primeira geração até 1989, quando esta última deixou de ser fabricada, e ficou no mercado até meados da década de 2000 com outra cara e bem distante dos modelos europeus.
Depois de uma pausa de cinco anos, o nome Passat voltou a marcar presença no Brasil em 1994, quando a quarta geração europeia passou a ser importada em versões sedã e Variant, como é oferecido até hoje.
Agora que a história está contada, vamos relembrar as versões mais importantes que o Passat teve no Brasil — mesmo quando não se chamava Passat.
Passat TS e GTS Pointer
Com sua traseira de caimento suave, porte relativamente imponente e bom acerto dinâmico, o primeiro Passat, lançado em 1974, praticmente implorava por uma versão esportiva. E o pedido foi atendido com a versão TS.
O ano era 1976, e o Passat TS (sigla para “Touring Sport”), que se diferenciava das outras versões pelos quatro faróis redondos na dianteira e pela faixa preta na lateral, trazia um novo motor 1.6 de 80 cv com carburador Solex de corpo duplo que o levava de 0 a 100 km/h em 14 segundos, com máxima de 160 km/h — números excelentes para a época.
A primeira reestilização veio em 1979, quando passou a ser utilizada a dianteira do Audi 80, mas com o emblema da VW, e para-choques mais largos. O TS acompanhou a remodelação.
Nos anos seguintes o Passat foi perdendo espaço com a chegada do Monza, e por isso foi realizada mais uma reestilização, desta vez conferindo ao carro quatro faróis retangulares. Foi neste ano que surgiu a versão mais aclamada do Passat: o GTS Pointer.
Usando um motor 1.8, o mesmo que seria adotado no Santana em 1984, o Passat GTS Pointer tinha 99 cv e um ótimo acabamento interno, com novo painel e novas forações. Ia de 0 a 100 km/h em 11 segundos, com máxima de 175 km/h.
Em 1985 toda a linha recebeu para-choques envolventes de plástico, nesta que foi sua última atualização antes de sair de linha em 1988. Enquanto isso, a segunda geração do Passat seguia firme e forte por aqui, mas com outro nome: Santana.
Santana Sport e Executivo
O Santana foi lançado em 1984. Embora fosse um sedã médio e, naturalmente, sua proposta fosse mais conforto do que esportividade. Isto, porém, não impediu que versões com visual mais esportivo fossem oferecidas, como Santana e a Quantum Sport da primeira geração, de 1990, e o Santana Sport da segunda geração, de 1993.
Também não podemos esquecer do Santana Executivo, um dos carros mais luxuosos do Brasil na época, com motor 2.0 de 114 cv com injeção multiponto Bosch (primazia em um carro de luxo nacional). Ele vinha em três cores — vermelho, preto e azul — e tinha rodas BBS douradas, spoiler traseiro, bancos de couro e teto solar. Podia ter câmbio manual ou automático.
Passat VR6
O ano de 1994 viu a volta do Passat, com o modelo de quarta geração. Na verdade, a quarta geração era baseada na terceira, mas com interior revisto e todos os painéis da carroceria diferentes. Era um estilo tipicamente alemão, na época, e modelos nacionais como o Santana e o Logus foram inspirados nele.
Tivemos duas versões deste Passat: GL, com motor 2.0 de 116 cv, e Exclusive, com motor VR6 de 2,8 litros e 174 cv. As duas eram recheadas e bem equipadas mas, claro, vamos falar é da que tinha mais cilindros.
O Passat VR6 tinha ar-condicionado, trio elétrico, bancos em couro, airbag duplo, freios ABS e podia vir com câmbio automático de quatro marchas. Não é uma lista impressionante hoje em dia, mas era tudo o que se esperava de um bom sedã médio naquela época — e ainda tinha o belo ronco do motor VR6.
A invasão alemã
A geração começou a consolidar a imagem de carro de luxo que o Passat tem hoje. O substituto do Audi 80 de quarta geração foi o A4, que compartilhou a plataforma com o novo Passat. Foi uma revolução estética com as linhas retas bem marcadas dando lugar a formas mais arredondadas, fluidas e limpas.
A quinta geração do Passat ainda está fresca na memória: foi vendido de 1998 até 2004 com uma atualização no meio do caminho, e usou vários motores que hoje são cultuados pelos fãs de Volkswagen e Audi, como o 1.8 turbo de 150 cv e o V6 2.8 de 190 cv. Todas as versões eram importadas da Alemanha.
Duas letras: CC
Com a sexta geração, em 2005 o Passat se tornou o modelo topo de linha da Volkswagen, que adotou os motores FSI que são usados até hoje em vários modelos da Volks e da Audi. Contudo, a esportividade foi resgatada com um carro especial: o Passat CC.
Lançado em 2008, o sedã com cara de cupê tinha três opções de motor: 1.8 turbo de 160 cv, 2.0 turbo de 200 cv (211 cv a partir de 2011), e a versão mais recente do motor VR6, com 3,6 litros e 300 cv — esta última aliada à tração integral 4Motion. E o VR6 foi o único Passat CC a ser oferecido no Brasil.
Em 2012 o Passat foi reestilizado e virou apenas CC, mas ainda carrega a plataforma do Passat de sexta geração. O sedã comum está na sétima geração e é um dos Volkswagen mais vendidos do mundo.
[Fotos: Pedro Ruta Jr, Quatro Rodas, Santana Fährer Club, Volkswagen]
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