18 de jul. de 2013

Teste: Ford Ranger Limited Flex - Sem fugir à luta

 Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias
Teste: Ford Ranger Limited Flex - Sem fugir à luta
O segmento de picapes médias está entre os mais versáteis da indústria automotiva. Ao mesmo tempo que é associado ao trabalho, também é bastante usado para o lazer, tanto na cidade quanto no meio rural. Talvez por isso as fabricantes oferecem modelos com motorizações adaptáveis a qualquer tipo de uso. O diesel para aplicações mais pesadas e fora-de-estrada e o flex para usos mais urbanos e rodovias. A Ford, porém, demorou a entrar no “jogo” e por muito tempo manteve gasolina e diesel como únicas opções para a Ranger. Assim, viu concorrentes como Chevrolet S10 e Toyota Hilux abrirem vantagem no mercado com versões bicombustíveis mais baratas, que têm alta demanda em regiões onde o preço do etanol é mais baixo. Na mais recente geração da Ranger, apresentada no ano passado, a fabricante decidiu se mexer e, além de modernizar a picape com novo design e plataforma, incluiu uma opção flex na gama. E a Ranger Limited 4X2 cabine dupla, topo da linha bicombustível, exemplifica bem isso. Traz sob o capô um propulsor de 2.5 litros e cabine repleta de itens de conforto e conveniência.

A evolução no padrão das picapes deu aos modelos ares de sedãs. Com isso, aproximou o segmento do consumidor que mescla a aplicação utilitária com a de passeio. Desta maneira, as opções flex, mais baratas que as movidas a diesel, começaram a ganhar mercado. Tanto é que a Chevrolet S10, primeiro modelo do segmento a ser oferecido com o motor flex, lidera o ranking, com média mensal de 4.400 unidades emplacadas no primeiro semestre. Destes, 43% – ou algo em torno de 1.900 por mês – são bicombustíveis. No mesmo período, a Ford Ranger emplacou 1.530 por mês, em média, sendo 49% – ou 750 unidades – com o motor bicombustível. Além de ter chegado depois ao mercado flex, a picape da Ford tem outro fator que pesa contra seu desempenho comercial diante da rival norte-americana: o preço. A Ranger Limited flex cabine dupla custa R$ 89.900 – R$ 5.600 mais cara que a versão topo da Chevrolet com o nível similar de equipamentos.



O bom desempenho das picapes movidas a gasolina e etanol se explica pela diferença na etiqueta de preços. No caso da Ranger, por exemplo, a versão Limited movida a diesel – sempre com tração 4X4 e transmissão automática – custa quase R$ 50 mil a mais que o modelo bicombustível. Numa estimativa que leva em consideração apenas a diferença entre os motores, a conta chega a aproximadamente R$ 40 mil. Para se ter uma ideia, esse valor corresponde ao preço equivalente de 22 mil litros de etanol. Ou seja, um custo adicional que só se justifica quando a aplicação do modelo for mesmo para o uso extremamente intensivo, o que não é o caso da Ranger Limited, cuja vocação é mais para o lazer do que para o trabalho – algo muito mais indicado para versões de cabine simples, que tem maior capacidade de carga na caçamba.

Tanque de combustível à parte, a Ranger tem boas “armas” para recuperar terreno e começar a incomodar as rivais. O recheio da versão Limited inclui airbags frontais, laterais e de cortina, GPS integrado ao painel, sensores de estacionamento, de chuva e crepuscular, bancos em couro, sistema multimídia, bancos dianteiros com ajustes elétricos, além de ar-condicionado de duas zonas e trio elétrico.



Por fora, a Ranger ganhou novas linhas, com mais curvas, que deixam o desenho mais moderno mas sem reduzir sua habitual robustez. A frente tem visual agressivo, com uma grade formada por três grandes barras horizontais. O para-brisa com inclinação bastante acentuada, além de favorecer a aerodinâmica, cria um perfil esportivo no modelo. Na traseira, as lanternas verticais chamam a atenção e dão um ar mais sóbrio à picape.

O motor flex escolhido foi um 2.5 16V Duratec – usado também no Fusion –, capaz de fornecer 173 cv de potência com etanol. O propulsor foi revisto para entregar mais torque que o do sedã – 24,7 kgfm ante os 22,9 kgfm do três-volumes. A transmissão é sempre manual de cinco velocidades, com tração 4X2 nas versões bicombustíveis. A linha 2.5 flex tem ainda outras duas versões, que partem de R$ 71 mil e R$ 77.700. Já a gama da Ranger com motores diesel de 3.2 litros, começa em R$ 111.600 e chega aos R$ 139.100 da versão Limited.


   
Impressões ao dirigir

Lei do mais forte

É impossível deixar de notar a evolução no design da Ranger diante das gerações anteriores. No entanto, um dos aspectos mais flagrantes é o espaço interno. Motorista e passageiro não passam por apertos e os ocupantes do banco traseiro da picape também não têm do que reclamar. Pernas, cabeça e ombros se acomodam tranquilamente. Os assentos de couro são confortáveis e a densidade do estofado agrada. Apesar do tamanho, tudo está ao alcance e os comandos são suficientemente intuitivos. Ao girar a chave, o motor faz barulho e o ruído invade a cabine, mas nada acima do aceitável.

Com a primeira marcha engatada, a Ranger começa bem. Mesmo com torque consideravelmente mais baixo que o de versões diesel, a picape tem força suficiente para sair da inércia com disposição. A considerar o tamanho e os 1.939 kg da picape, a progressão de velocidade é satisfatória. A Ranger oferece boas respostas às exigências do motorista e também não se intimida com trechos em aclive. Supera ladeiras no perímetro urbano e subidas de serras com alguma tranquilidade. 

Trafegar pela cidade com a Ranger também revela outro aspecto de seu design: apesar de se tratar de uma picape média, suas linhas impõem certo respeito e parecem intimidar motoristas de veículos de menor tamanho. No entanto, falta um pouco de praticidade no uso cotidiano, já que as ruas estão cada vez mais cheias e as vagas para estacionamento, menores e mais raras a cada dia. Em trajetos mais sinuosos, a altura de 1,84 metro depõe contra a picape e a cabine oscila um pouco além do desejável.



Ficha técnica

Ford Ranger Limited flex

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, longitudinal, 2.488 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual com seis marchas à frente e uma a ré. Tração traseira.
Potência máxima: 168 cv com gasolina e 173 cv com etanol a 5.500 rpm.
Torque máximo: 24 kgfm com gasolina e 24,9 kgfm com etanol a 4.250 rpm
Diâmetro e curso: 2.5: 89,0 mm X 100,0 mm. Taxa de compressão: 9,7:1.
Dianteira independente com molas helicoidais e amortecedores a gás. Traseira com eixo rígido, feixes de molas e amortecedores a gás. Barras estabilizadoras na frente e atrás. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 265/65 R17.
Freios:  Discos ventilados na frente e tambores atrás. ABS, EBD, assistente de frenagem de emergência e controle de frenagem em curvas.
Carroceria: Picape com carroceria sobre chassi, com quatro portas e cinco lugares. Com 5,35 metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,84 m de altura e 3,22 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais, para os joelhos dos ocupantes dianteiros e do tipo cortina.
Peso: 1.939 kg.
Capacidade da caçamba: 1.180 litros.
Tanque de combustível: 80 litros.
Produção: General Pacheco, Argentina.
Lançamento mundial: 2012.
Itens de série: Direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos, computador de bordo, freios ABS, para-choques e retrovisores na cor do carro, rodas de liga-leve 17 polegadas, volante multifuncional, ar-condicionado automático de duas zonas, controlador de velocidade de cruzeiro, vidros elétricos com acionamento por um toque, grade dianteira, capas dos retrovisores e estribos cromados, rádio/CD/MP3/USb/iPod/Bluetooth com tela de 5 polegadas, GPS, bancos dianteiros com ajustes elétricos, airbags frontais, laterais e de cabeça, sensores de estacionamento, sensor de chuva e crepuscular, e câmera de ré.
Preço: R$ 89.900







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