Francês chegou à principal categoria do automobilismo com uma equipe de estrutura extremamente modesta; time existe até hoje, como escola de pilotagem
Nomeado com os mesmos prenomes de dois pintores impressionistas
franceses, Henri Julien, fundador da AGS, ex-equipe de F1, faleceu no
último domingo, aos 85 anos. A causa e o local exato da morte ainda não
foram divulgados.
Nascido na pequenina cidade francesa de Gonfaron, Julien era piloto de competições regionais na década de 50, além de proprietário de uma oficina mecânica chamada “Garage de L’Avenir”. Como quase todos os casos de garagistas daqueça época, Henri apresentava melhores dotes ao construir seus carros do que ao pilotá-los e, por isso, fundou a Automobiles Gonfaronaises Sportives em 1968, equipe que construía carros de competições de forma praticamente artesanal para a disputa de competições como F-Renault e F3.
Dez anos após o nascimento do time, Julien resolveu se arriscar na F2 e apresentou resultados bastante competitivos, especialmente se considerada a estrutura simples e semiamadoresca de sua escuderia. Em 1980, vieram as duas primeiras vitórias, com Richard Galles no tradicional GP de Pau, em seu país de origem, e também em Zandvoort, na Holanda.
Foi a AGS quem lançou para o automobilismo uma jovem promessa francesa chamada Philippe Streiff, que acabou por ser o vencedor, ao lado do time, da última corrida da história da antiga F2, em 1984, no autódromo inglês de Brands Hatch. Depois, a categoria seria substituída pela F3000 Internacional e Henri Julien inscreveu seu time, junto com Streiff, para a temporada de estreia.
Com um campeonato mais atrativo a marcas poderosas como Lola, Ralt e March, a AGS voltou a ser mera coadjuvante e só conquistou um pódio ao longo de todo o certame. Mesmo assim, Julien achou que já era hora de tentar voos mais altos e iniciou o projeto para ingressar na F1 em 1986, com um chassi batizado JH21. O carro foi projetado e construído em um pequeno galpão na sede da equipe, graças ao esforço de Henri e mais sete engenheiros. Sim, o time era formado por menos de dez pessoas.
Com a versão C do modelo, equipado com os propulsores italianos da Motori Moderni, o jovem Ivan Capelli se classificou em 25º para as duas provas nas quais o time se inscreveu no ano de estreia, Itália e Portugal, sempre à frente de concorrentes como Zakspeed e Osella. Ou seja: vergonha a equipe não passou. Mas a AGS jamais deixaria de ser um nome de fundo de pelotão, tendo registrado mais DNQs e DNPQs (79) do que GPs disputados (47). Ao menos, conseguiu marcar dois pontinhos em sua história. O primeiro veio com o brasileiro Roberto Moreno, no GP da Austrália de 87, enquanto o segundo foi marcado pelo italiana Gabriele Tarquini na etapa do México de 89.
Aquele ano de 89, aliás, foi fatídico para a pequenina esquadra francesa: nos testes de pneus realizados em janeiro, no finado Jacarepaguá, Philippe Streiff, aquele mesmo, que voltara a ser piloto de Henri Julien desde 88, sofreu um terrível acidente e ficou tetraplégico, por dois motivos: primeiro, a falta de segurança do chassi (o santantônio quebrou com o impacto de uma capotagem); segundo, o despreparo dos fiscais de pista, que desviraram o veículo de forma brusca, com o piloto ainda dentro dele. Depois de duas campanhas sofríveis em 1990 e 91, a AGS foi aos poucos perdendo seus já escassos patrocinadores e chegou a ser vendida, até ficar sem recursos para continuar na categoria.
Você pensa que acabou? Não. Fora da F1 como competição, a equipe e seus novos investidores decidiram continuar focados na categoria como lazer e formaram uma escola de pilotagem para amadores, proporcionando a cidadãos comuns – porém endinheirados – a oportunidade de pilotar chassis originais de escuderias como Arrows, Prost e Jordan, em circuitos do calibre de Barcelona, Paul Ricard e Var. Há até alguns monopostos mais recentes criados pela própria AGS e um protótipo Porsche 905.
Se quiser uma leitura detalhada sobre a história da AGS, o blogueiro Rodrigo Mattar escreveu um especial em quatro partes que pode ser lido aqui, aqui, aqui e aqui.
Nascido na pequenina cidade francesa de Gonfaron, Julien era piloto de competições regionais na década de 50, além de proprietário de uma oficina mecânica chamada “Garage de L’Avenir”. Como quase todos os casos de garagistas daqueça época, Henri apresentava melhores dotes ao construir seus carros do que ao pilotá-los e, por isso, fundou a Automobiles Gonfaronaises Sportives em 1968, equipe que construía carros de competições de forma praticamente artesanal para a disputa de competições como F-Renault e F3.
Dez anos após o nascimento do time, Julien resolveu se arriscar na F2 e apresentou resultados bastante competitivos, especialmente se considerada a estrutura simples e semiamadoresca de sua escuderia. Em 1980, vieram as duas primeiras vitórias, com Richard Galles no tradicional GP de Pau, em seu país de origem, e também em Zandvoort, na Holanda.
Foi a AGS quem lançou para o automobilismo uma jovem promessa francesa chamada Philippe Streiff, que acabou por ser o vencedor, ao lado do time, da última corrida da história da antiga F2, em 1984, no autódromo inglês de Brands Hatch. Depois, a categoria seria substituída pela F3000 Internacional e Henri Julien inscreveu seu time, junto com Streiff, para a temporada de estreia.
Com um campeonato mais atrativo a marcas poderosas como Lola, Ralt e March, a AGS voltou a ser mera coadjuvante e só conquistou um pódio ao longo de todo o certame. Mesmo assim, Julien achou que já era hora de tentar voos mais altos e iniciou o projeto para ingressar na F1 em 1986, com um chassi batizado JH21. O carro foi projetado e construído em um pequeno galpão na sede da equipe, graças ao esforço de Henri e mais sete engenheiros. Sim, o time era formado por menos de dez pessoas.
Com a versão C do modelo, equipado com os propulsores italianos da Motori Moderni, o jovem Ivan Capelli se classificou em 25º para as duas provas nas quais o time se inscreveu no ano de estreia, Itália e Portugal, sempre à frente de concorrentes como Zakspeed e Osella. Ou seja: vergonha a equipe não passou. Mas a AGS jamais deixaria de ser um nome de fundo de pelotão, tendo registrado mais DNQs e DNPQs (79) do que GPs disputados (47). Ao menos, conseguiu marcar dois pontinhos em sua história. O primeiro veio com o brasileiro Roberto Moreno, no GP da Austrália de 87, enquanto o segundo foi marcado pelo italiana Gabriele Tarquini na etapa do México de 89.
Aquele ano de 89, aliás, foi fatídico para a pequenina esquadra francesa: nos testes de pneus realizados em janeiro, no finado Jacarepaguá, Philippe Streiff, aquele mesmo, que voltara a ser piloto de Henri Julien desde 88, sofreu um terrível acidente e ficou tetraplégico, por dois motivos: primeiro, a falta de segurança do chassi (o santantônio quebrou com o impacto de uma capotagem); segundo, o despreparo dos fiscais de pista, que desviraram o veículo de forma brusca, com o piloto ainda dentro dele. Depois de duas campanhas sofríveis em 1990 e 91, a AGS foi aos poucos perdendo seus já escassos patrocinadores e chegou a ser vendida, até ficar sem recursos para continuar na categoria.
Você pensa que acabou? Não. Fora da F1 como competição, a equipe e seus novos investidores decidiram continuar focados na categoria como lazer e formaram uma escola de pilotagem para amadores, proporcionando a cidadãos comuns – porém endinheirados – a oportunidade de pilotar chassis originais de escuderias como Arrows, Prost e Jordan, em circuitos do calibre de Barcelona, Paul Ricard e Var. Há até alguns monopostos mais recentes criados pela própria AGS e um protótipo Porsche 905.
Se quiser uma leitura detalhada sobre a história da AGS, o blogueiro Rodrigo Mattar escreveu um especial em quatro partes que pode ser lido aqui, aqui, aqui e aqui.
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