Ele deve chegar em 2015 e vai inaugurar um segmento mais em conta que o EcoSport
Existe ainda uma fila de espera que se organiza para entrar no país, encabeçada por Chevrolet Tracker e Renault Captur. E onde estaria a resposta da VW a tudo isso? Na nova geração do Tiguan? Quase. Troque as letras “i” e “a” de posição e temos a resposta: Taigun. Ele vai inaugurar um novo segmento de utilitários (verdadeiramente) compactos. Só deve chegar em 2015, mas Autoesporte foi até a Argentina para saber se esse jipinho é muito mais do que um trocadilho de letras.
A importância do Taigun para o mercado brasileiro foi comprovada em outubro passado, quando o modelo foi revelado ao mundo no Salão de São Paulo. E nós estávamos lá para conferir de perto os 3,85 metros de comprimento e o 1,72 m de largura do SUV. De cara, ele não nos pareceu um concorrente à altura, literalmente, do EcoSport. Isso porque o VW tem 1,57 de altura - 10 cm mais baixo que o Ford e 6 cm mais baixo que o CrossFox. “Ainda não é hora de apontar os concorrentes. Mas o mercado oferece hoje modelos como Sandero Stepway, Palio Adventure e até o CrossFox que são simplesmente modelos convencionais com a adição de plástico. O Taigun é um SUV de verdade”, explica o responsável pelo marketing de produto da VW, Jan-Phillip Kruthoff.
O painel é simples e bem objetivo. Não há porta-luvas, mas um espaçoso vão na parte inferior à direita. Há comandos individuais do ar-condicionado, que deverão ser simplificados na versão de produção. Outra vantagem está no ótimo espaço para as pernas, graças ao console posicionado lá embaixo, e que não está interligado com o painel - algo quase que inexistente nos modelos nacionais. Há mimos como squeezes sobre o painel, o celular Samsung responsável pelo sistema de som, cordas nas laterais de porta e as cores chamativas - azul, branca e amarela —, que não serão adotados na versão final.
Quem vai atrás se surpreende com o espaço que não é formidável para as pernas, mas incrível para a cabeça. Até mesmo pessoas mais altas viajam com conforto dentro desta “caixa”, mérito das linhas quadradas do Taigun. No conceito há banco dividido para duas pessoas, que dará espaço para três na versão de produção. Os vidros do tipo basculante, como no Up! europeu, parecem estranhos para o mercado brasileiro, mas haverá solução. “Deverá haver um vidro com abertura convencional em alguns mercados”, informa Jan-Philipp.
A VW nos impôs a condição de avaliar o modelo a até 60 km/h, por se tratar de um protótipo. A avaliação foi feita em circuito fechado e também numa rodovia em Cañuela, pequena cidade 1h30 distante da capital argentina. Isso limita um pouco a experiência ao volante, mas tivemos uma boa experiência a bordo do SUV em mais de 2 horas de avaliação. A direção elétrica é bastante suave e torna fácil a missão de conduzir o Taigun. Em movimento, há a certeza de que, embora muito pequeno, ele realmente é um crossover. Isso por conta da altura elevada em relação ao solo e o amplo campo de visão do trânsito ao redor. Se havia dúvidas, não há mais. Ele em nada se parece um hatch mais alto, é sim um SUV em tamanho praticamente micro. Nada parecido com o CrossFox, um hatch adaptado para parecer aventureiro.
A suspensão firme adere bem às imperfeições do piso, isso porque estamos falando de uma versão conceitual com certa dose de barulho devido ao encaixe das peças. Deve haver, logicamente, uma melhora na versão de produção, assim como no desempenho, já que o showcar é um pouco mais pesado que a versão de produção — e olha que segundo a VW o Taigun pesa só 985 kg. Segundo a VW, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, com máxima de 186 km/h. Esse motor, porém, deverá ser adotado somente na versão topo de linha, esta sim capaz de brigar com os Eco mais simples. Ao que tudo indica, o utilitário se posicionará numa faixa de preço abaixo do Ford. Ainda é muito cedo para falar na produção do modelo, assim como no preço. Mas o Taigun deverá partir de R$ 45 mil, uma faixa de preço que hoje estão modelos como CrossFox, Sandero Stepway, citados pelo executivo da marca alemã.
Mostrado pela primeira vez aqui na América Latina, o modelo deverá ser lançado antes por aqui do que na Europa. A produção deverá ficar entre Brasil e Argentina, disputa que muito provavelmente será vencida mais uma vez por nós — desculpem-nos, hermanos! Autoesporte aposta que o modelo desembarcará por aqui entre o final de 2014 e o começo de 2015. Demorou, mas a VW vai entrar na briga pra valer. Ou será que ela criou uma nova disputa?
Participe! Deixe aqui seu comentário. Obrigado! Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário