4 de jun. de 2013

Teste: Nissan Juke - Traços de risco

 Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias
Teste: Nissan Juke - Traços de risco
Cotado para virar “made in Brazil”, o exótico Nissan Juke mostra seus predicados em teste nos Estados Unidos

A história da indústria automotiva está repleta de carros que fracassaram por arriscarem algo realmente original em termos de design. Fiat Multipla e Pontiac Aztek são dois clássicos exemplos de desenhos inusitados que afundaram automóveis competentes.
Para sorte da Nissan, no entanto, o resultado da ousadia de seus projetistas foi bem recebido. Em 2010, a fabricante japonesa lançou o Juke, um utilitário compacto com linhas excêntricas. E a resposta foi imediata. Só no Japão, no primeiro mês de vendas foram encomendados quase 11 mil unidades. Detalhe: a expectativa da própria Nissan era vender algo em torno de 1.300 exemplares. Pouco mais de quatro meses depois, 30 mil pedidos já haviam sido feitos na Europa. Mesmo com tamanho sucesso de público em diversos mercados globais, a fabricante japonesa não confirma a venda do Juke no Brasil. Mas não seria surpresa nenhuma se a marca escolhesse o jipinho para completar a produção de sua fábrica de Resende, no estado do Rio de Janeiro, que já vai fazer March e Versa. Afinal, é uma maneira de investir no segmento “da moda” do mercado nacional.

Atualmente, o Juke é produzido no Reino Unido, Japão e Indonésia. A importação dessas fábricas para o Brasil é bastante improvável, já que o preço viria alto demais e dificultaria a briga com rivais como Renault Duster e Ford EcoSport. Mas, se vier a ser produzido na fábrica de Resende, o Juke é uma proposta instigante. Seu design passa longe da unanimidade. A ideia da Nissan era ter um crossover com proposta jovem e pouco “sisudo”. Algo que inegavelmente conseguiu. O carro todo é marcado pelos imensos arcos de roda, bastante saltados da carroceria. A dianteira abriga as soluções de design mais interessantes.



O conjunto óptico formado pelas pequenas lanternas no topo do capô, os faróis no meio do para-choque e os de neblina na base da peça dão um aspecto de inseto – principalmente à noite, quando os elementos luminosos ganham destaque. Os três furos no para-choque só completam o desenho incomum.

O perfil tem os para-lamas avolumados como destaque, mas ainda é delineado pela linha de cintuira elevada e pelos cortes abruptos no formato do teto, onde o caimento traseiro evoca os cupês. As maçanetas traseiras ficam “camufladas” na moldura das portas. A traseira é área mais polêmica do design. Com as lanternas posicionadas bem na extremidade da carroceria, parece vagamente uma escultura de cera que derreteu por demasiada exposição ao sol. Ou um bolo ligeiramente “solado”.

Nos Estados Unidos, o Juke é vendido em apenas uma configuração de motor. Sob o capô, traz um 1.6 turbo com injeção direta de gasolina, corpo em alumínio e duplo controle variável de válvulas. Ele entrega 190 cv a 5.600 rpm e 24,5 kgfm de torque entre 2 mil e 5.200 rotações. Ainda há a versão Nismo, em que o mesmo propulsor gera 199 cv e 25,4 kgfm. Bem no estilo americano, o Juke vem de série com câmbio automático CVT, mas pode ser equipado com transmissão manual de seis marchas. A força vai para as rodas dianteiras, mas há uma versão com tração integral. Na parte de equipamentos, um dos atrativos é um sistema que muda as respostas do acelerador, volante e transmissão, dependendo do acerto escolhido pelo motorista. Fora isso, há os tradicionais seis airbags, sistema de som completo, ABS e controles de tração e estabilidade.



Primeiras impressões

Diversão é solução

por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press


Scottsdale/Arizona/Estados Unidos - O local escolhido para testar a versão “top” SL AWD do Juke foram as ruas de Scottsdale, cidadezinha turística na periferia de Phoenix, capital do árido estado norte-americano do Arizona. E o jipinho da Nissan, em sua versão com tração nas quatro rodas, se mostrou bastante à vontade, tanto para subir ladeiras íngremes e arenosas quanto para acelerar no asfalto dos retões. Afinal, o motor turbo de 190 cv e 24,5 kgfm, com injeção direta de gasolina e duplo comando no cabeçote, dá e sobra para mover com desenvoltura os 1.455 kg de Juke. O moderno propulsor se harmoniza bastante bem com o câmbio continuamente variável e entrega força “on demand” em todas as faixas de giro. A transmissão CVT ainda oferece um “modo esportivo”, para quem prefere se mover mais rápido.

O conjunto permite que o motorista combine harmoniosamente a posição de dirigir elevada de um utilitário compacto com uma “tocada” dinâmica esportiva, digna de um cupezinho “bem temperado”. As rodas e pneus de 17 polegadas ajudam a manter o equilíbrio, mesmo em curvas de alta velocidade ou pisos arenosos de baixa aderência. O equilíbrio proporcionado pelo conjunto suspensivo – com multilink na traseira – é surpreendente. ABS, EBD e controle de tração se encarregam de preservar a sensação de domínio absoluto sobre o carro.



Para quem aprecia as personalizações, uma “atração” a bordo é o I-Con, que oferece três configurações de resposta de acelerador, transmissão e direção. Assim é possível optar entre a configuração Normal, a Esporte para maior desempenho e a Eco para mais eficiência energética. O Juke leva a designação “PureDrive”, utilizada nos modelos que utilizam as tecnologias mais avançadas da Nissan para menor consumo de combustível e redução nas emissões de CO2. Na versão SL AWD, a marca fala em  10,6 km/l na cidade e 12,7 km/l na estrada.

Uma característica divertida proporcionada pelo pequeno utilitário é dirigí-lo à noite. A halo em torno dos farois do Juke é bastante visível do habitáculo e dá ao motorista a sensação de que o veículo tem à sua frente “olhos luminosos” que buscam o melhor caminho nas estradas escuras. Dá até para brincar de se perder no deserto norte-americano. O  navegador GPS, apesar de eventuais “indecisões”, logo se encarrega de apontar o caminho da volta em segurança. Antes que, como acontece nos filmes de Hollywood, o motorista se veja cercado por coiotes famintos...



Ficha técnica

Nissan Juke SL AWD

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.618 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote, duplo comando variável de válvulas e turbocompressor. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático do tipo CVT. Tração integral.
Potência máxima: 190 cv a 5.600 rpm.
Torque máximo: 24,5 kgfm entre 2 mil e 5.200 rotações.
Diâmetro e curso: 79,7 mm x 81,1 mm. Taxa de compressão: 9,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson. Traseira independente do tipo multilink.
Pneus: 215/55 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece freios ABS com EBD de série.
Carroceria: Utilitário em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,12 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,56 m de altura e 2,53 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Peso: 1.455 kg.
Capacidade do porta-malas: 297 litros.
Tanque de combustível: 52 litros.
Produção: Oppama, Japão.
Lançamento mundial: 2010.
Itens de série: Airbags frontais, laterais e de cortina, rádio/CD/MP3/Bluetooth com GPS e tela de cinco polegadas, rodas de liga leve 17 polegadas, câmara de ré, ar-condicionado, trio elétrico, cruise control, keyless, revestimento interno em couro, ABS, controle de tração e estabilidade e sistema que muda respostas dinâmicas do carro.
Preço nos Estados Unidos: US$ 24.290, equivalente a R$ 51,6 mil.







 por Rodrigo Machado Auto Press
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 Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br/

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