19 de jun. de 2013

Teste: JAC J3 e J3 Turin - Estratégia e cara novas

 Fotos: Michael Figueredo/CZN
Teste: JAC J3 e J3 Turin - Estratégia e cara novas JAC 

 A propaganda era a alma do negócio da JAC Motors no Brasil. Porém, o “golpe” sofrido em 2011, com o super-IPI para automóveis importados, forçou a marca mudar de planos no mercado nacional.
A fabricante decidiu reduzir – e otimizar – os investimentos em publicidade e direcionar seus recursos para outras áreas, como a de logística. Mais tarde, com a criação do InovarAuto, os chineses iniciaram a construção de sua primeira fábrica na Bahia e puderam retomar os volumes de importação. É nessa balada que chegam os novos J3 e J3 Turin. A linha passou por um face-lift para ficar, segundo a JAC, mais próxima do gosto do brasileiro.

A reestilização inclui mudanças internas e externas. Do lado de fora, a frente foi bastante renovada, com capô redesenhado. Os faróis também foram modificados, assim como a grade frontal, que ostenta detalhes cromados e novo formato. A entrada de ar sob para-choque e os faróis de neblina também foram revistos pelos designers. Atrás, apenas o J3 Turin traz novidades significativas. Além das curvas traseiras, as lanternas foram redesenhadas e agora invadem a tampa do porta-malas.



Por dentro, o novo volante ganhou revestimento em couro sintético e agregou os controles do rádio. Recebeu ainda detalhes cromados e em laca preta, que se repetem no painel e nas portas. A organização dos instrumentos exibe agora dois grandes círculos nas extremidades – odômetro na esquerda e velocímetro na direita –, com o display do computador de bordo ao centro. Mais importante: agora o marcador de combustível é lido de forma tradicional, vazio à esquerda e cheio à direita – antes era invertido. A JAC mudou a textura dos plásticos do painel e as saídas de ar, antes circulares, passam a ser retangulares.

O J3 mantém sob o capô o mesmo motor 1.4 litro com comando variável de válvulas, que entrega 108 cv de potência a 6 mil rpm. O torque é de 14,1 kgfm a 4.500 giros. A lista de equipamentos é bem convincente. Ele sai da fábrica com direção hidráulica, trio, ar-condicionado, duplo airbags, ABS e rádio/CD/MP3/USB. A indicação de portas abertas no computador de bordo e a chave tipo canivete são as novidades.

A JAC quer brigar com modelos bastante consolidados no mercado. “Após dois anos, já temos habilidade suficiente para concorrer com outras marcas”, diz o chinês Xiang Xingchu, presidente global da empresa. E os R$ 35.990 pedidos pelo J3 colocam o hatch na disputa com versões mais básicas do Volkswagen Fox – com motor 1.6 – e do Chevrolet Onix, que custam cerca de mil reais a mais, equipadas apenas com airbags e freios ABS. Já o J3 Turin, por R$ 37.990, quer bater de frente com Nissan Versa SV e Toyota Etios sedã – talvez o rival mais propriado –, que custam em torno de R$ 2 mil a mais em versões menos equipadas. A JAC espera comercializar mil unidades por mês dos dois modelos, na proporção de um sedã a cada dois hatches. Bem menos do que vendia nos primeiros tempos, quando alcançou o triplo desse volume.


       
Primeiras impressões

Urbano às avessas

São Paulo/SP – Por mais que o compacto mantenha a “cara” de chinês, o face-lift deixou o JAC J3 mais agradável à primeira vista – exceto pela lanterna traseira do sedã, um tanto assimétrica em função do recorte na tampa da mala. Pode-se também dizer que os designers fizeram um bom trabalho no interior. Os plásticos usados nos revestimentos têm texturas agradáveis e os detalhes cromados e laqueados são aplicados com bom gosto.

A vocação de um compacto como o J3 é urbana. No entanto, o comportamento na cidade deixa a desejar. Falta torque em giro baixo e o carro se mostra preguiçoso em situações cotidianas, como arrancar nos sinais ou no para-e-anda tradicional da capital paulista. O compacto só “acorda” efetivamente quando o conta-giros chega às 3 mil rpm. Com caminho livre, aparece o câmbio de engates imprecisos.

Na estrada, onde supostamente não seria o habitat do J3, o carro apresenta comportamento melhor. As retomadas em alta rotação convencem e possibilitam a  ultrapassagens sem maiores dificuldades. Um problema comum aos dois modelos é a falta de precisão da direção, que apresenta certa flutuação. Em velocidades mais elevadas, o J3 se mostra instável e exige correções na trajetória – principalmente na versão Turin.



Ficha técnica


JAC J3/J3 Turin

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.332 cc, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, duplo comando variável de válvulas. Injeção eletrônica de combustível multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Potência máxima: 108 cv a 6 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 11,9 segundos.
Velocidade máxima: 186 km/h.
Torque máximo: 14,1 kgfm a 4.500 rpm.
Diâmetro e curso: 75 mm X 75,4 mm. Taxa de compressão: 10,5:1
Suspensão: Dianteira independente, do tipo McPherson com molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira independente, com braços duplos e molas helicoidais. Não oferece controle de estabilidade.
Pneus: 185/60 R15.
Freios: Dianteiro a disco ventilado e traseiro a tambor com sapatas auto-ajustáveis. Oferece ABS e EBD.
Carroceria: Hatch/sedã compacto em monobloco com quatro portas e cinco lugares. 3,96 metros/4,15 m de comprimento, 1,65 m de largura, 1,46 m de altura e 2,40 m de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo de série.
Peso: 1.060 kg /1.100 kg
Capacidade do porta-malas: 350 litros/490 litros.
Tanque de combustível: 48 litros.
Produção: Hefei, China.
Lançamento no Brasil: 2013.
Itens de série: Ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, airbag duplo, freios ABS com EBD, faróis e lanternas de neblina, sensor de estacionamento traseiro, rádio/CD/MP3 com entrada USB, volante com regulagem de altura, banco traseiro bipartido e travamento automático das portas a 15 km/h.
Preço: R$ 35.990/R$ 37.990.









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