15 de jun. de 2013

F-1:Por que Vettel faz a melhor temporada de sua carreira


Sebastian Vettel comemora vitória em Montreal (Paul Gilham/Getty Images)Sebastian Vettel comemora vitória em Montreal (Paul Gilham/Getty Images)
 
Assim como é uma espécie de consenso afirmar que Fernando Alonso fez a melhor temporada de sua carreira na F1 em 2012, também não seria exagero dizer o mesmo de Sebastian Vettel em relação a 2013. Quando se poderia perguntar no que mais esse jovem alemão tem para e evoluir, ele vai lá e nos mostra, a cada dia, o quanto é capaz de aliar velocidade e consistência.

O próprio Alonso reconheceu, antes do GP do Canadá, que a campanha feita pelo atual tricampeão neste começo de 2013 está “acima da média”, embora, por razões óbvias, não tenha colocado todos os méritos nas costas de seu maior rival nos últimos anos. Inteligentemente, Alonso levou a questão para o lado da “sorte ou azar”, mas não sem deixar transparecer o que vem sendo pouco falado, mas é fato: quem está em um degrau levemente acima dos demais, neste momento, é o alemão.

E há como comprovar isso, usando algumas estatísticas e cenários de prova. Vamos começar pelo segundo ponto. Desde as primícias de sua meteórica carreira, Vettel sempre foi conhecido por ser um piloto muito veloz, porém não tão sólido. Talvez por isso ele seja um daqueles caras que acabam sempre marcando mais poles do que vencendo corridas, pois vira e mexe não consegue manter o mesmo nível de rendimento num conjunto de voltas ou, pior, acaba fazendo alguma besteira no meio do caminho.
Se pegarmos as sete primeiras etapas de todas as temporadas em que o alemãozinho correu pela Red Bull, sempre foi assim até 2012. Não houve um ano em que ele não tenha deixado escapar pelo menos um bom resultado por vacilo próprio, tampouco algum em que ele tenha equiparado o número de vitórias ao das poles que marcou no mesmo período (confira na tabela abaixo) – veja bem: não estou falando de “superar” o número, mas somente igualar os números. Nem isso ele havia feito). Pois ele conseguiu acabar com essas duas regras em 2013.
SEBASTIAN VETTEL – COMPARATIVO DE POLES E VITÓRIAS NAS 7 PRIMEIRAS ETAPAS DE CADA TEMPORADA  
Ano Poles Vitórias
2009 2 1
2010 3 1
2011 6 5
2012 2 1
2013 3 3
Para sentir a diferença, é só usar um pouco a memória, e constatar que Vettel sempre aprontou alguma nas primeiras sete provas das temporadas analisadas: em 2009, bateu com Robert Kubica na Austrália, rodou na Malásia e bateu em Mônaco. No ano seguinte, bateu com o companheiro Mark Webber na Turquia. Em 2011, perdeu aquela clássica vitória no excruciante GP do Canadá para Jenson Button, na última volta, porque saiu do trilho seco e foi parar na brita. No ano passado, acertou o retardatário Narain Karthikeyan de forma besta em Sepang, deixando de pontuar.
Em 2013, você lembra de ter visto Vettel cometer algum erro que comprometesse seus resultados? Ok, teve aquela fritada de pneus na China, quando ele tentava uma ultrapassagem sobre Lewis Hamilton na volta de encerramento, e um pequeno lapso de concentração na curva 1 em Montreal (nada que Ayrton Senna ou Michael Schumacher já não tenham feito), mas nada disso representou abandono ou perda de posições. Portanto, podemos dizer que, diante do equipamento que a Red Bull oferece ao rapaz prova a prova, ele não tem  desperdiçado nenhuma oportunidade, extraindo o máximo e colhendo assim os melhores resultados possíveis.
Nesse preâmbulo, é preciso lembrar que a Red Bull está longe do domínio exercido na F1 em 2011, por exemplo. Simplesmente não há como impor qualquer tipo de hegemonia com os atuais pneus fornecidos pela Pirelli, que atuam de forma imprevisível em cada tipo de pista e deixam todos sem saber quem vai conseguir se destacar em qual etapa. Em 2013, já vimos a própria Red Bull, claro, mas também Lotus, Ferrari e Mercedes se darem bem em tipos diferentes de traçado e condições climáticas. Não dá nem mais para falar que o RB9 é o melhor bólido em “velocidade pura”, visto que o W04 de Lewis Hamilton e Nico Rosberg se mostrou até mais competitivo que o veículo púrpura nesse quesito.
Vettel em ação, durante o GP do Canadá (Shaun Botterill/Getty Images)
Vettel em ação, durante o GP do Canadá (Shaun Botterill/Getty Images)
Com relação aos pneus, aliás, é preciso enfatizar como a Red Bull foi uma das equipes que mais sofreram no processo de adaptação. Em GPs como o da Austrália, China e Espanha, o carro de Adrian Newey esteve longe da mesma janela de rendimento obtida por Ferraris e Lotus. Mesmo assim, Vettel se mostrou disciplinado aos planos táticos (e suas possível variações), e salvou os resultados que lhe eram possíveis, no caso um terceiro e dois quartos lugares. Acabaram sendo as três piores colocações finais do piloto em todo o ano até aqui. E convenhamos: ter uma quarta posição como sua atuação mais fraca é algo digno de aplausos, mesmo num universo de apenas sete corridas. Nas demais apresentações, Vettel conquistou um segundo lugar em Mônaco, num fim de semana de oportunismo para a Mercedes, e venceu as etapas da Malásia, Bahrein e Canadá. As três, aliás, de formas distintas.
A primeira, conforme expôs o colunista Fábio Seixas, da “Folha de S. Paulo”, veio “na marra”, ignorando uma ordem de equipe para ultrapassar o companheiro Mark Webber e ficar com as láureas do topo do pódio. Prima facie, pode até ser uma atitude questionável eticamente, mas não há como negar que Vettel se impôs como piloto de ponta e disposto a tudo para vencer, assim com outros grandes da história já fizeram antes. Acima disso, Sebastian expôs um racha presente na Red Bull já desde antanho, e ainda acabou com a motivação do australiano para achar que tem qualquer chance remota de superá-lo nesta temporada. Sim, porque por mais que o oceânico negue, Sepang-2013 serviu como uma espécie de Hockenheim-2010 em sua relação com o time e seu colega: foi um balde de água fria, mostrando definitivamente qual o papel de cada um dentro da casa.
O triunfo no Bahrein, por sua vez, veio com certa dose de determinação, pois Vettel havia caído para terceiro na largada, mas superou Alonso e Rosberg de forma rápida e decidida nas três primeiras voltas. Já o do Canadá tem aquele velho selo alemão de qualidade, com pole position, boa largada, formação de uma vantagem confortável logo no começo e administração de toda a situação até a linha de chegada. Em suma, enquanto os concorrentes oscilaram entre erros e algumas atuações ruins, Vettel esteve sempre na limiar (ou perto dela) do que poderia fazer com seu carro.
Sebastian Vettel é repecionado por membros da equipe e um vários fotógrafos após a vitória em Montreal (Mark Thompson/Getty Images)
Sebastian Vettel é repecionado por membros da equipe e um vários fotógrafos após a vitória em Montreal (Mark Thompson/Getty Images)

O objetivo desta análise é misturar vários dados estatísticos com com questões mais tangíveis à pilotagem em si (e também a alguns aspectos subjetivos). Se pegarmos somente número por número, 2011 ainda é a melhor campanha de Vettel com certa folga, porque, mesmo contando só as sete etapas iniciais daquele ano, o tedesco atingiu nada menos que cinco vitórias e dois segundos lugares. A parte complementar – e subjetiva – vem à tona quando pensamos nos cenários de cada temporada, que são bastante distintos.
Em 2011, Vettel estava competindo praticamente sozinho, com um carro bastante superior ao da concorrência. As únicas desafiantes se resumiam a McLaren e Ferrari, que penava para se encontrar na utilização dos excelentes difusores soprados. Agora, os adversários estão mais fortes e mais numerosos, já que Lotus e Mercedes também entraram na lista de aspirantes a vitórias e – por que não? – títulos.
Junto a isso, há o comparativo com seu próprio companheiro de equipe. Mesmo numa má fase desgramada em 2011, Webber ainda superou Vettel no grid de largada do GP da Espanha, quinta etapa do campeonato. Neste ano, o alemão conseguiu aplicar, pela primeira vez, um 7 x 0 contra seu parceiro, conforme o colega Lucas Berredo explicou neste texto, logo após a classificação em Montreal.
Ou seja: mesmo em um contexto mais difícil, Vettel ainda exibe o domínio interno mais avassalador do que nunca. Quando se fala em pontos, o tricampeão está atualmente com 132, o equivalente a 81,98% dos 161 que possuía no mesmo estágio de 2011. Ao mesmo tempo, Webber fechou o primeiro terço do certame atual tendo 69 tentos, ou 73,40% dos 94 que alcançara há dois anos. É interessante notar que, mesmo longe de sua melhor forma e sendo batido constantemente por Vettel, foi em 2011 que Webber alcançou o melhor aproveitamento de pontos nas sete primeiras etapas de um campeonato em toda sua carreira. Isso reforça a tese de como o RB7 era bom e confiável. Em contrapartida, seu aproveitamento agora é justamente o pior desde 2009, quando o sistema de pontuação nem era o mesmo (e a Red Bull também não dava as cartas na categoria). Isso indica que o carro já não é mais aquela Brastemp. Ainda assim, Vettel vem conseguindo chegar a números muito próximos aos absurdos que ele e a Red Bull conquistaram em 2011.
SEBASTIAN VETTEL – APROVEITAMENTO NAS 7 PRIMEIRAS ETAPAS DE 2009 A 2013
Ano Etapa Pontos Aproveitamento



2009 abandono abandono abandono 29 41,42%
2010 abandono abandono 78 44,57%
2011 161 92%
2012 11º 85 48,57%
2013 132 75,42%










MARK WEBBER – APROVEITAMENTO NAS 7 PRIMEIRAS ETAPAS DE 2009 A 2013
Ano Etapa Pontos Aproveitamento



2009 12º 11º 27,5 39,28%
2010 93 53,14%
2011 94 53,71%
2012 11º 79 45,14%
2013 abandono 69 39,42%
É claro que ainda está cedo demais para dizer que Vettel será tetracampeão e vai terminar o ano mantendo esse mesmo nível por todo o tempo. O mais provável (e quase inevitável) é que ele venha a vivenciar algum fim de semana ruim, ou cometer algum erro sério em dado momento. Contudo, pelo menos para mim, o jovem de 25 anos já mostrou nessas sete provas que deu um novo passo em sua evolução como piloto. E o que mais impressiona é exatamente isso: ele só tem 25 anos. Onde ou o que irá parar Sebastian Vettel? Só o tempo nos dirá.

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Sebastian Vettel comemora vitória em Montreal (Paul Gilham/Getty Images)Sebastian Vettel comemora vitória em Montreal (Paul Gilham/Getty Images)
Assim como é uma espécie de consenso afirmar que Fernando Alonso fez a melhor temporada de sua carreira na F1 em 2012, também não seria exagero dizer o mesmo de Sebastian Vettel em relação a 2013. Quando se poderia perguntar no que mais esse jovem alemão tem para e evoluir, ele vai lá e nos mostra, a cada dia, o quanto é capaz de aliar velocidade e consistência.
O próprio Alonso reconheceu, antes do GP do Canadá, que a campanha feita pelo atual tricampeão neste começo de 2013 está “acima da média”, embora, por razões óbvias, não tenha colocado todos os méritos nas costas de seu maior rival nos últimos anos. Inteligentemente, Alonso levou a questão para o lado da “sorte ou azar”, mas não sem deixar transparecer o que vem sendo pouco falado, mas é fato: quem está em um degrau levemente acima dos demais, neste momento, é o alemão.
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E há como comprovar isso, usando algumas estatísticas e cenários de prova. Vamos começar pelo segundo ponto. Desde as primícias de sua meteórica carreira, Vettel sempre foi conhecido por ser um piloto muito veloz, porém não tão sólido. Talvez por isso ele seja um daqueles caras que acabam sempre marcando mais poles do que vencendo corridas, pois vira e mexe não consegue manter o mesmo nível de rendimento num conjunto de voltas ou, pior, acaba fazendo alguma besteira no meio do caminho.
Se pegarmos as sete primeiras etapas de todas as temporadas em que o alemãozinho correu pela Red Bull, sempre foi assim até 2012. Não houve um ano em que ele não tenha deixado escapar pelo menos um bom resultado por vacilo próprio, tampouco algum em que ele tenha equiparado o número de vitórias ao das poles que marcou no mesmo período (confira na tabela abaixo) – veja bem: não estou falando de “superar” o número, mas somente igualar os números. Nem isso ele havia feito). Pois ele conseguiu acabar com essas duas regras em 2013.
SEBASTIAN VETTEL – COMPARATIVO DE POLES E VITÓRIAS NAS 7 PRIMEIRAS ETAPAS DE CADA TEMPORADA  
Ano Poles Vitórias
2009 2 1
2010 3 1
2011 6 5
2012 2 1
2013 3 3
Para sentir a diferença, é só usar um pouco a memória, e constatar que Vettel sempre aprontou alguma nas primeiras sete provas das temporadas analisadas: em 2009, bateu com Robert Kubica na Austrália, rodou na Malásia e bateu em Mônaco. No ano seguinte, bateu com o companheiro Mark Webber na Turquia. Em 2011, perdeu aquela clássica vitória no excruciante GP do Canadá para Jenson Button, na última volta, porque saiu do trilho seco e foi parar na brita. No ano passado, acertou o retardatário Narain Karthikeyan de forma besta em Sepang, deixando de pontuar.
Em 2013, você lembra de ter visto Vettel cometer algum erro que comprometesse seus resultados? Ok, teve aquela fritada de pneus na China, quando ele tentava uma ultrapassagem sobre Lewis Hamilton na volta de encerramento, e um pequeno lapso de concentração na curva 1 em Montreal (nada que Ayrton Senna ou Michael Schumacher já não tenham feito), mas nada disso representou abandono ou perda de posições. Portanto, podemos dizer que, diante do equipamento que a Red Bull oferece ao rapaz prova a prova, ele não tem  desperdiçado nenhuma oportunidade, extraindo o máximo e colhendo assim os melhores resultados possíveis.
Nesse preâmbulo, é preciso lembrar que a Red Bull está longe do domínio exercido na F1 em 2011, por exemplo. Simplesmente não há como impor qualquer tipo de hegemonia com os atuais pneus fornecidos pela Pirelli, que atuam de forma imprevisível em cada tipo de pista e deixam todos sem saber quem vai conseguir se destacar em qual etapa. Em 2013, já vimos a própria Red Bull, claro, mas também Lotus, Ferrari e Mercedes se darem bem em tipos diferentes de traçado e condições climáticas. Não dá nem mais para falar que o RB9 é o melhor bólido em “velocidade pura”, visto que o W04 de Lewis Hamilton e Nico Rosberg se mostrou até mais competitivo que o veículo púrpura nesse quesito.
Vettel em ação, durante o GP do Canadá (Shaun Botterill/Getty Images)
Vettel em ação, durante o GP do Canadá (Shaun Botterill/Getty Images)
Com relação aos pneus, aliás, é preciso enfatizar como a Red Bull foi uma das equipes que mais sofreram no processo de adaptação. Em GPs como o da Austrália, China e Espanha, o carro de Adrian Newey esteve longe da mesma janela de rendimento obtida por Ferraris e Lotus. Mesmo assim, Vettel se mostrou disciplinado aos planos táticos (e suas possível variações), e salvou os resultados que lhe eram possíveis, no caso um terceiro e dois quartos lugares. Acabaram sendo as três piores colocações finais do piloto em todo o ano até aqui. E convenhamos: ter uma quarta posição como sua atuação mais fraca é algo digno de aplausos, mesmo num universo de apenas sete corridas. Nas demais apresentações, Vettel conquistou um segundo lugar em Mônaco, num fim de semana de oportunismo para a Mercedes, e venceu as etapas da Malásia, Bahrein e Canadá. As três, aliás, de formas distintas.
A primeira, conforme expôs o colunista Fábio Seixas, da “Folha de S. Paulo”, veio “na marra”, ignorando uma ordem de equipe para ultrapassar o companheiro Mark Webber e ficar com as láureas do topo do pódio. Prima facie, pode até ser uma atitude questionável eticamente, mas não há como negar que Vettel se impôs como piloto de ponta e disposto a tudo para vencer, assim com outros grandes da história já fizeram antes. Acima disso, Sebastian expôs um racha presente na Red Bull já desde antanho, e ainda acabou com a motivação do australiano para achar que tem qualquer chance remota de superá-lo nesta temporada. Sim, porque por mais que o oceânico negue, Sepang-2013 serviu como uma espécie de Hockenheim-2010 em sua relação com o time e seu colega: foi um balde de água fria, mostrando definitivamente qual o papel de cada um dentro da casa.
O triunfo no Bahrein, por sua vez, veio com certa dose de determinação, pois Vettel havia caído para terceiro na largada, mas superou Alonso e Rosberg de forma rápida e decidida nas três primeiras voltas. Já o do Canadá tem aquele velho selo alemão de qualidade, com pole position, boa largada, formação de uma vantagem confortável logo no começo e administração de toda a situação até a linha de chegada. Em suma, enquanto os concorrentes oscilaram entre erros e algumas atuações ruins, Vettel esteve sempre na limiar (ou perto dela) do que poderia fazer com seu carro.
Sebastian Vettel é repecionado por membros da equipe e um vários fotógrafos após a vitória em Montreal (Mark Thompson/Getty Images)
Sebastian Vettel é repecionado por membros da equipe e um vários fotógrafos após a vitória em Montreal (Mark Thompson/Getty Images)
O objetivo desta análise é misturar vários dados estatísticos com com questões mais tangíveis à pilotagem em si (e também a alguns aspectos subjetivos). Se pegarmos somente número por número, 2011 ainda é a melhor campanha de Vettel com certa folga, porque, mesmo contando só as sete etapas iniciais daquele ano, o tedesco atingiu nada menos que cinco vitórias e dois segundos lugares. A parte complementar – e subjetiva – vem à tona quando pensamos nos cenários de cada temporada, que são bastante distintos.
Em 2011, Vettel estava competindo praticamente sozinho, com um carro bastante superior ao da concorrência. As únicas desafiantes se resumiam a McLaren e Ferrari, que penava para se encontrar na utilização dos excelentes difusores soprados. Agora, os adversários estão mais fortes e mais numerosos, já que Lotus e Mercedes também entraram na lista de aspirantes a vitórias e – por que não? – títulos.
Junto a isso, há o comparativo com seu próprio companheiro de equipe. Mesmo numa má fase desgramada em 2011, Webber ainda superou Vettel no grid de largada do GP da Espanha, quinta etapa do campeonato. Neste ano, o alemão conseguiu aplicar, pela primeira vez, um 7 x 0 contra seu parceiro, conforme o colega Lucas Berredo explicou neste texto, logo após a classificação em Montreal.
Ou seja: mesmo em um contexto mais difícil, Vettel ainda exibe o domínio interno mais avassalador do que nunca. Quando se fala em pontos, o tricampeão está atualmente com 132, o equivalente a 81,98% dos 161 que possuía no mesmo estágio de 2011. Ao mesmo tempo, Webber fechou o primeiro terço do certame atual tendo 69 tentos, ou 73,40% dos 94 que alcançara há dois anos. É interessante notar que, mesmo longe de sua melhor forma e sendo batido constantemente por Vettel, foi em 2011 que Webber alcançou o melhor aproveitamento de pontos nas sete primeiras etapas de um campeonato em toda sua carreira. Isso reforça a tese de como o RB7 era bom e confiável. Em contrapartida, seu aproveitamento agora é justamente o pior desde 2009, quando o sistema de pontuação nem era o mesmo (e a Red Bull também não dava as cartas na categoria). Isso indica que o carro já não é mais aquela Brastemp. Ainda assim, Vettel vem conseguindo chegar a números muito próximos aos absurdos que ele e a Red Bull conquistaram em 2011.
SEBASTIAN VETTEL – APROVEITAMENTO NAS 7 PRIMEIRAS ETAPAS DE 2009 A 2013
Ano Etapa Pontos Aproveitamento



2009 abandono abandono abandono 29 41,42%
2010 abandono abandono 78 44,57%
2011 161 92%
2012 11º 85 48,57%
2013 132 75,42%










MARK WEBBER – APROVEITAMENTO NAS 7 PRIMEIRAS ETAPAS DE 2009 A 2013
Ano Etapa Pontos Aproveitamento



2009 12º 11º 27,5 39,28%
2010 93 53,14%
2011 94 53,71%
2012 11º 79 45,14%
2013 abandono 69 39,42%
É claro que ainda está cedo demais para dizer que Vettel será tetracampeão e vai terminar o ano mantendo esse mesmo nível por todo o tempo. O mais provável (e quase inevitável) é que ele venha a vivenciar algum fim de semana ruim, ou cometer algum erro sério em dado momento. Contudo, pelo menos para mim, o jovem de 25 anos já mostrou nessas sete provas que deu um novo passo em sua evolução como piloto. E o que mais impressiona é exatamente isso: ele só tem 25 anos. Onde ou o que irá parar Sebastian Vettel? Só o tempo nos dirá.

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