Depois do lançamento do Gol, da Saveiro e do sedã Voyage, restava o último membro da família: a perua. O lançamento da Parati marcou o fim da produção da bem sucedida Brasília no fim de 1982, época em que a Volkswagen estava renovando seus produtos com a consolidação da família BX no Brasil.
Adotando a mesma mecânica do sedã Voyage, a Parati tinha visual agradável e um ar mais moderno do que suas concorrentes. Sua grande área envidraçada ajudava na visibilidade. O vidro lateral inteiriço remetia à antecessora Variant II. Era uma solução pouco usada pelas peruas, que em sua maioria adotavam a terceira janela – a Ford Belina utilizou esse layout apenas em 1978, passando a adotar a terceira janela no ano seguinte.
O interior seguia o padrão do Voyage, com bom espaço interno e destaque no ótimo porta-malas de 563 litros que poderia chegar a 1.110 litros com o banco rebatido. Suas principais concorrentes eram a Fiat Panorama, Chevrolet Marajó e versões mais em conta da Ford Belina.
A perua inovou com as primeiras rodas de alumínio oferecidas na linha VW. No ano seguinte a Parati, assim como o Voyage, se beneficiava em adotar o motor MD-270 1.6, também chamado de motor “torque”, que já era usado no Passat. Este novo motor usava dois carburadores e entregava 81 cv de potência e torque de 12,8 kgfm, sendo o mais potente fabricado pela Volkswagen do Brasil na época. Ele era associado a um novo câmbio de quatro marchas, do tipo 3+E, com overdrive, para maior economia de combustível.
Os modelos Voyage e Parati receberam em seguida o motor 1.8 derivado do VW Gol GT, que neste último alcançava 99cv (aproximadamente). No Gol, entretanto, havia o câmbio de cinco marchas com relações melhor distribuídas do que as do antigo câmbio de quatro velocidades. Juntamente com o novo motor, Voyage e Parati também ganharam modificações estéticas.
Toda a família BX passava pela primeira reestilização em 1987. Voyage e Parati voltavam a se diferenciar do Gol, usando faróis maiores, como acontecia até 1984. Embora o interior permanecesse o mesmo, por fora a mudança era notável, pois haviam também novos para-choques envolventes e lanternas traseiras maiores. As versões de acabamento passavam a ser CL, GL e GLS.
No mesmo ano, Voyage e Parati sofrem mais de 2 mil modificações, entre elas a adoção de injeção eletrônica analógica, para serem exportados para os EUA e Canadá – com o nome Fox e Fox Wagon, respectivamente. Por lá, eles seriam carros de entrada da gama Volkswagen, posicionados abaixo do Golf.
No ano seguinte, mais mudanças: interior atualizado, novo painel de instrumentos, novas portas e retrovisores embutidos completavam as mudanças aplicadas na reestilização do ano anterior. Com isso, haviam dois painéis de instrumentos: um para a versão de entrada e outro para as superiores GL e GLS.
Em 1991 houve uma nova reestilização e a linha ganhava uma frente que abrigava faróis e grade mais estreitos. Novos para-choques e acabamento interno também faziam parte das mudanças. O motor AP 1.6 é trocado pelo AE 1.6 (CHT) de origem Ford, por conta da parceria com a marca do oval azul na Autolatina. Um ano depois, o motor 1.8S mais forte, de 99 cv, passava a equipar o modelo top de linha, a Parati GLS.
Logo após adotar o catalizador em toda a linha, devido às novas normas de emissões, os motores AP 1.6 retornariam à linha em 1993.
Segunda geração
Resultante do projeto AB9, o Gol ganhava uma nova geração em 1995. Com visual moderno de linhas arredondadas, melhor aerodinâmica, mais espaço interno e acabamento superior, a nova geração ficou conhecida como “bolinha”. No ano seguinte, era a vez da Parati receber esse visual.
A Parati “bolinha” foi lançada apenas na versão duas portas e a versão de topo GLS passava a usar o motor 2.0 com injeção multiponto e 109 cv de potência.
Em 1997 a Volks desenvolve o primeiro motor 1.0 16V que foi usado no Gol e também na Parati. Na época, era o mais potente 1.0 e tinha 69 cv e 9,3 kgfm de torque máximo. Um ano depois, mais novidades na linha: a perua ganha a versão GTI 16V e passa a usar o mesmo motor do Gol, um 2.0 16V de 145 cv que permitia velocidade máxima de 206 km/h.
Nesta versão, a Parati foi considerada uma das peruas mais velozes já produzidas no mercado nacional até os dias de hoje. Além disso, ela finalmente ganhou a versão cinco portas, aguardada desde o lançamento em 1996.
Nova reestilização chega em 1999. Chamada de “geração III”, deixou o visual mais retilíneo. A frente muda bastante e ganha faróis de superfície complexa. O interior é todo redesenhado e ganha um novo painel de instrumentos. Assim como o Gol, a Parati também ganhou o 1.0 16V turbo de 112 cv, que foi o motor 1.0 mais potente do mundo na época.
A versão Evidence, foi lançada no fim de 2002. Baseada nas versões 16V Turbo e 1.8 tinha uma ampla lista de equipamentos de série, como pára-choques e aerofólio com brake-light na cor do veículo e vidros escurecidos.
Poucos meses depois era a vez da Parati Crossover, de visual mais agressivo. Ela tinha suspensão elevada (27 mm mais alta), detalhes cromados nos pára-choques e na grade dianteira, ponteira de escape oval, faróis duplos, luzes de neblina, roda exclusiva aro 15” com pneus mais altos 195/55, lanternas traseiras fumês e vidros escurecidos.
Fruto da parceria com a grife Track & Field, a VW lançou em 2003 a série especial Parati Track & Field com os motores 1.6 Total Flex e 2.0 gasolina. Os destaques eram o motor flexível e a suspensão elevada em 27 mm, além da lista de equipamentos mais ampla.
Para 2006, a VW atualizava novamente a linha com o lançamento da “geração 4″. Externamente a Parati ganhou visual de linhas mais retas e atuais, novos para-choques e novo desenho na traseira, além de lanternas e vidros maiores. Por outro lado, o interior ficava mais pobre e ganhava um painel mais simples (o mesmo usado no Fox), perdendo muito do refinamento da “geração III”.
No fim de 2007 chegava a série especial Surf da Parati. O modelo era vendido com duas opções de motorização: 1.6 e 1.8. No ano seguinte mudanças leves: faróis escurecidos e nova iluminação do painel nas versões superiores.
Depois, a linha Parati passa a ter duas versões de acabamento, Plus e Comfortline, com duas opções de motor, 1.6 e 1.8 Total Flex. Os modelos 1.6 e 1.8 da Parati modelo 2010 são Titan (para uso misto) e Surf com roda de liga leve(estrada).
Depois de uma história de 30 anos, a Volkswagen anunciou o fim da produção da perua em junho de 2012. Era necessário abrir espaço para a produção da SpaceFox, sua sucessora. Não havia mais espaço para a Parati, que sentia o peso da idade, uma vez que o restante da linha havia sido atualizado e a ela mantinha o mesmo visual de 2006, além de usar uma plataforma mais antiga que os demais membros da família, o que muitos podem considerar uma aposentadoria pouco digna para um carro que marcou época.
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