28 de mai. de 2013
Um Fiat Uno 1985 de competição pelo preço de um Mille 0km By Kenji Ashimi
O site da Fiat diz que um Mille Economy básico, com duas portas e motor 1.0 de 66 cv, custa R$ 22.230 — praticamente o mesmo preço deste Uno 1985 preparado para as pistas. Qual seria a sua escolha?
A primeira geração do Uno (hoje chamada de Mille) tem grande potencial para melhorias. Peso baixo, ótimo coeficiente aerodinâmico para a época em que foi projetado (0,34) e suspensão independente nas quatro rodas (exclusividade do modelo brasileiro — o europeu usa eixo de torção) fazem dele um carro estável e bastante ágil. A própria Fiat sabe disso, e no passado explorou as qualidades dinâmicas do Uno em versões mais apimentadas.
O Uno agora está na condição de carro mais barato da marca, rebatizado como Mille e com custo de produção reduzido ao limite. Sua única opção de motor é o Fire 1.0 de 66 cv (etanol). Mas a gente encontrou outra maneira de gastar R$ 22 mil em um Uno, e esta promete ser bem mais divertida.
Esse carro das fotos é um Uno 1985 — segundo ano de produção do carro no Brasil — que foi depenado ao limite e recebeu no cofre, no lugar do habitual Fiasa 1.3 / 1.5, um motor 1.6 Sevel com carburador de corpo duplo. O motor Sevel era fabricado na Argentina e foi usado na versão CSL e 1.6 R (e, mais tarde, ganhou injeção eletrônica e o sobrenome MPI).
Por dentro, o carro traz apenas o essencial para pilotagem esportiva: um banco do tipo concha, cintos de competição, painel com conta-giros, gaiola e… só.
De acordo com o anúncio no Mercado Livre, o carro também teve a parte elétrica toda refeita, recebeu um para-brisa laminado e janelas laterais de acrílico. A suspensão é preparada, e as rodas (bem estilosas, por sinal) são de época, com pneus novos, largos e borrachudos, à moda antiga.
O anúncio ainda diz que o carro pertenceu à antiga equipe Marinelli, fundada por Giuseppe Marinelli, piloto de testes e mecânico italiano que trabalhou na Abarth na juventude, e que veio para Minas Gerais dedicar-se à preparação de carros da Fiat para as ruas e competições no Brasil.
O vendedor conta que o carro foi vendido pela equipe e totalmente reformado, porém a mecânica permanece a mesma. É possível que, além do carburador de corpo duplo, se escondam outros segredos debaixo daquele cofre. O motor Sevel, como bem sabem os vizinhos argentinos, tem bastante potencial para preparação sem que se precise recorrer à indução forçada.
Por fim, a descrição do anúncio diz que o carro está apto para participar de campeonatos como o Troféu Clássico de Marcas e Pilotos. Também conseguimos imaginar que ótimo brinquedo para track days ele pode se tornar.
O que vocês acham? Dá para encarar?
Dica do leitor Kenji Ashimi
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Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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