Lançados no Brasil com menos de um mês de diferença, Peugeot 208 e Ford New Fiesta reestilizado polarizaram as conversas de bar nas últimas semanas. Afinal, qual a melhor opção entre os novos compactos?
Aainda não pôde reunir os dois na pista de testes, mas desde já vamos colocar mais lenha na fogueira: avaliamos as versões 1.5 de cada um deles em separado e antecipamos, a seguir, como seria esse combate em dez itens. Confira e dê o seu pitaco também!
Estilo
É quase uma unanimidade que o 208 e o New Fiesta são os dois hatches compactos mais belos da atualidade. E a preferência por um ou outro se dará nos pormenores. O Peugeot é mais inovador, até porque chegou depois – ele é de 2012, enquanto o Fiesta nasceu em 2008 na Europa e foi reestilizado por lá ano passado. Detalhes como faróis e lanternas de formato irregular, a grade cromada e até o contorno à frente dos retrovisores deixa o 208 muito interessante. Já o Ford apela mais para a esportividade, com destaque para a grade bocão que remete aos Aston Martin. As lanternas na coluna traseira também são bacanas. Mas, ao menos nos primeiras unidades que tivemos contato, o nível de construção do Fiesta nacional ficou abaixo do modelo mexicano, e também fica devendo ao 208 nesse aspecto.
Interior/acabamento
Da mesma forma que a qualidade de construção do Fiesta perdeu alguns pontos, o interior também está mais simples. O material emborrachado que cobria o painel foi trocado por um plástico duro e os detalhes pintados de prata deram lugar quase que totalmente à peças pretas. Acabou tirando o refinamento do carro e o deixando no nível de modelos mais baratos, como Gol e Palio. Ainda assim, o Ford tem o painel bem desenhado e uma posição de dirigir esportiva, com bancos acolhedores e volante de boa pegada. Mas é pouco para brigar com o 208, que tem como grande atração a sua parte interna. O Peugeot inova no quadro de instrumentos elevado (como um head-up display) e no volante de diâmetro reduzido e bases achatadas, que proporciona uma maneira mais divertida de dirigir. Além disso, a decoração interna do 208 e o acabamento são mais caprichados que no rival.
Espaço/porta-malas
Nenhum dos dois tem como premissa levar a família. Mas o 208 oferece melhor acomodação no banco traseiro, com mais espaço para as pernas. O teto baixo, porém, limita a acomodação dos mais altos em ambos os hatches. O Fiesta prioriza os ocupantes da frente, ainda que ofereça a fixação Isofix para cadeirinhas de criança no banco de trás. Quanto ao porta-malas, temos praticamente um empate técnico: 281 litros no Ford e 285 l no Peugeot.
Desempenho/consumo
Aqui o Fiesta abre certa vantagem. O novo motor Sigma 1.5 16V manteve praticamente a mesma (boa) performance do 1.6 anterior, oferecendo 111 cavalos de potência e 15 kgfm de torque. Com quatro ocupantes e ar-condicionado ligado, o hatch respondeu a contento durante o test-drive de lançamento, com boas respostas mesmo em baixa rotação e funcionamento suave em altos giros. Já o 208 usa uma evolução do motor 1.4 do 207, com a cilindrada aumentada. Com cabeçote de oito válvulas e bloco de ferro (alumínio no Ford), rende menos: 93 cv e 14,2 kgfm, com a vantagem de que o torque máximo surge logo a 3 mil rpm, o que deixa as respostas agradáveis em baixos giros. Anda direitinho, mas, acelerando mais forte, o 208 não tem pique para acompanhar o Fiesta. Quanto ao consumo, a Ford divulga 7,8 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada com etanol – números quase idênticos aos do Peugeot, com 8 km/l e 9,6 km/l, respectivamente. Vale lembrar que ambos foram aferidos pelo Inmetro.
Dirigibilidade
Ambos agradam nesse quesito. O 208, além da posição de dirigir mais lúdica, tem uma direção elétrica bem acertada, levinha em baixas velocidades e precisa e firme em alta. A suspensão valoriza conforto, sem descuidar da estabilidade. No fim, temos um carro divertido de guiar. A única ressalva fica para o câmbio, de engates longos e barulhentos. Só que do outro lado está o Fiesta, ainda a referência em dirigibilidade da categoria. Essa versão 1.5, mesmo um pouquinho mais fraca que a 1.6 anterior, ainda mantém a pegada mais esportiva que caracteriza o modelo. A direção, também elétrica, é tão macia quanto a do 208 e consegue oferecer maior sensibilidade ao andar rápido. Já a suspensão é ligeiramente mais firme, mas ainda assim confortável. E o câmbio tem engates melhores que o rival, na medida para explorar os cavalos a mais que o Fiesta oferece.
Equipamentos
Se a Ford recheou o Fiesta 1.6, o 1.5 SE traz apenas o essencial para a categoria: ar, travas, retrovisores e vidros dianteiros elétricos, rodas de liga aro 15 e sistema de som com entradas USB/AUX e Bluetooth, além dos obrigatórios freios ABS e duplo airbag. Já a Peugeot apostou mais forte no 208 Allure, versão intermediária que foi eleita a principal do mix de produção. Ela traz tudo que o Ford oferece e ainda o teto panorâmico de vidro e a central multimídia com tela sensível ao toque e navegador por GPS integrado.
Custo-benefício
Boa briga! O Fiesta é mais dinâmico de dirigir e tem melhor desempenho, enquanto 208 exibe um interior sem igual, melhor acabamento e uma lista de equipamentos superior. Mas a conta é de R$ 45.990 na marca do leão, contra R$ 42.490 do oval azul. Neste início das vendas, porém, é preciso ficar atento. Pelo que apuramos, as concessionárias Peugeot estão seguindo o preço sugerido, enquanto o Ford já é encontrado com ágio de R$ 2 mil. No fim, a diferença cai para cerca de R$ 1.500 e a boa vantagem que o Fiesta levava em preço se dissolve um pouco. Ambos oferecem três anos de garantia e seguro em parceria com a fábrica, com preços competitivos e sem perfil de motorista. E aí, qual deles você levaria?
Disponível no(a):http://carplace.virgula.uol.com.br
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