6 de abr. de 2013

Teste: Chevrolet Sonic hatch - Vaga na vitrine

Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias
Teste: Chevrolet Sonic hatch - Vaga na vitrine Chevrolet Sonic é bonito e bom, mas preço alto impede que as vendas decolem

Nem todo carro precisa vender bem para cumprir o seu papel no mercado. O Chevrolet Sonic é um belo exemplo disso. Lançado no Brasil em maio de 2012, o compacto carregava consigo a missão de rejuvenescer a linha e os clientes da marca por aqui. A proposta era de um carro agressivo, moderno e bem equipado, porém, com preço lá em cima. A versão básica parte de R$ 47.500, longe até dos compactos tradicionais “top”. E as vendas nunca chegaram a decolar. Mas isso até joga a favor do Sonic. Para um carro que precisa conquistar pelo emocional, a exclusividade e curiosidade acabam sendo pontos importantes.

Desde o lançamento, o Sonic passou por muitos altos e baixos. Principalmente na variante hatch. Em outubro de 2012 foram vendidas apenas 77 unidades do compacto. Dois meses depois, o volume subiu para 1.029. Este ano, os emplacamentos se estabilizaram na faixa dos 700 mensais. Número superior até à expectativa inicial da Chevrolet, que era vender 500 hatches por mês.



O dois volumes, por sinal, consegue fazer melhor esse papel de atrair o público jovem. A ausência do terceiro volume deixa o visual mais agressivo e mais condizente com a proposta. A traseira curta e chapada e a coluna com a maçaneta embutida combinam com a dianteira de faróis expostos que remetem a motos naked. A referência é ampliada para o interior com o painel de instrumentos que lembra o usado em muitas motocicletas esportivas.

O conjunto mecânico é moderno, apesar de não ser tão esportivo quanto o resto do carro poderia denunciar. O motor é o 1.6 16V da família Ecotec – a mesma do 1.8 do médio Cruze – com duplo comando variável de válvulas. Ele desenvolve 120 cv a 6 mil giros e 16,3 kgfm de torque a 4 mil rpm. A transmissão pode ser uma manual de cinco marchas ou automática de seis relações.



O Sonic não tem grande variação nas versões: são apenas duas. A de entrada, a LT traz ar-condicionado, ABS, direção hidráulica, trio elétrico, computador de bordo e rádio/CD/MP3/USB/bluetooth. O preço é de R$ 47.500 e atinge R$ 50.800 com o câmbio automático. A LTZ adiciona sensor de estacionamento, rádio mais potente, acabamento em couro, cruise control, faróis de neblina, rodas de 16 polegadas e volante multifuncional por R$ 51.600 – R$ 54.900 com a transmissão automática.

O preço alto se explica – em partes – na origem do Sonic. Atualmente, ele é importado da Coreia do Sul e paga imposto extra por isso. A situação de mercado do Sonic pode mudar se ele de fato for produzido no México. Algo que já está prometido há algum tempo, mas ainda não se concretizou. Até lá, ver um Sonic nas ruas vai ser uma figura rara.



Impressões ao dirigir

Lobo manso

É interessante ver a maneira como a Chevrolet realçou um desenho mais esportivo no Sonic. Os elementos básicos dos modelos atuais da marca ainda estão lá, mas o ângulo e a falta de cobertura dos faróis dão uma “cara de mau” ao hatch. O corte abrupto na traseira ajuda a dar a impressão de um carro pequeno e ágil. Algo que não é propriamente acompanhado pelo desempenho. O motor 1.6 16V é competente, mas não é um poço de potência. Mesmo com duplo comando variável de válvulas o torque só aparece em sua totalidade nos 4 mil giros, deficiência que deixa o comportamento um tanto preguiçoso em giros baixos. O câmbio tem engates precisos e macios e facilitam as constantes trocas de marcha. A alavanca é bem curtinha e passa a sensação de ser um carro realmente esportivo.

O desempenho em curvas agrada mais. A suspensão é muito bem calibrada e a plataforma – utilizada também em Spin, Cobalt e Onix – já mostrou em outras situações que faz bem o seu trabalho. As rolagens de carroceria são controladas e dá para se divertir ao volante do compacto. Lá dentro, o Sonic mostra uma cabine bem construída e com acabamento agradável. Não é fora da curva, mas é suficiente para acompanhar o alto preço do modelo. Este é o real motivo do fraco desempenho de vendas do modelo no mercado nacional.

Ficha técnica

Chevrolet Sonic LTZ hatch

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote e duplo comando variável de válvulas. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 120 cv e 116 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina.
Torque máximo: 16,3 kgfm e 15,8 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 79,0 mm x 81,5 mm. Taxa de compressão: 10,8:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra de torção e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás. Traseira semi-independente com eixo de torção e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás.
Pneus: 195/65 R15.
Freios: Discos na frente e a tambor atrás. Oferece freios ABS com EBD de série.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,03 metros de comprimento, 1,73  m de largura, 1,51 m de altura e 2,52 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
Peso: 1.163 kg.
Capacidade do porta-malas: 265 litros.
Tanque de combustível: 46 litros.
Produção: Bupyong-Gu, Coréia do Sul.
Lançamento mundial: 2011.
Lançamento no Brasil: 2012.
Itens de série: Ar-condicionado, airbag duplo, ABS com EBD, direção hidráulica, computador de bordo, trio elétrico, desembaçador do vidro traseiro, rádio/CD/MP3/USB/bluetooth, sensor de estacionamento traseiro, acabamento em couro, cruise control, faróis de neblina, apliques cromados, rodas de 16 polegadas, descansa-braço central e volante multifuncional.
Preço: R$ 51.600.
 







Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br/

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