22 de mar. de 2013

Teste: Audi S7 Sportback - O bom selvagem

Fotos: Divulgação
Teste: Audi S7 Sportback - O bom selvagem
O cupê de quatro portas Audi S7 exibe uma esportividade comportada

por Rodrigo Machado
Auto Press


No Brasil, as idas e vindas da Audi fizeram dela uma espécie de “patinho feio” entre as marcas de luxo alemãs. Na Europa, ao contrário, o fato de ser a de menor tradição acaba até exercendo um certo fascínio sobre o público jovem.
É para este público que a marca direciona os modelos mais esportivos que cria. Atualmente, a fabricante alemã tem duas linhas diferentes de carros com apelo mais agressivo. A mais extrema é a RS, que briga exatamente com M e AMG, das rivais BMW e Mercedes-Benz, enquanto a S seria a destinada a iniciantes. Uma espécie de meio termo entre luxo e esportividade. Caso do S7 Sportback que chega agora ao Brasil. O cupê de quatro portas até tem atributos que o apontariam como um legítimo esportivo, mas sobram itens de conforto para permitir “desfiles” mais pacatos.

O motor explica bem essa história. Assim como qualquer modelo com pretensão agressiva, ele é o “centro das atenções” no S7. Porém, cheio de recursos tecnológicos que ajudam na redução do consumo de combustível – algo que seria facilmente esquecido em um “puro sangue”. No caso, se trata de um V8 biturbo de 4.0 litros que desenvolve 420 cv entre 5.500 e 6.400 rpm e 56,1 kgfm de torque entre 1.400 e 5.200 rotações. Na prática, ele fica no meio do caminho entre o A7 Sportback de 300 cv e o poderoso RS7 de 560 cv, apresentado no Salão de Detroit.



Mesmo com dados de potência e torque tão instigantes, as maiores qualidades do propulsor do S7 passam longe da frieza de números. Um dos destaques é o sistema Cylinder on Demand, que desativa quatro dos oito cilindros se não houver real demanda de força. A desativação ocorre entre 900 e 3.500 giros e a partir da terceira marcha, ou seja, em velocidade de cruzeiro. Nesse momento, dois cilindros de cada bancada são “desligados” – através do fechamento de suas válvulas. Mas além de economizar combustível, os cilindros inertes cheios de ar ainda funcionam como amortecedores pneumáticos para suavizar as vibrações do motor. A própria localização dos turbos dentro do “V” é pensada para esfriar as laterais do bloco e diminuir as emissões de dióxido de carbono.

O complexo motor é aliado à já conhecida – e elogiada – transmissão automatizada S-Tronic de dupla embreagem. Através da tração integral nas quatro rodas, o conjunto leva o pesado cupê de 1.945 kg até 100 km/h em 4,7 segundos e até uma velocidade máxima de 250 km/h limitada eletronicamente. Tudo isso com um consumo bastante honesto para um carro de tamanhos “poderes”. Os números oficiais da Audi apontam para uma média combinada de 10,4 km/l, sendo 7,4 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada.



A faceta mais “social” do S7 é composta por equipamentos como o ar-condicionado de quatro zonas, acabamento interno de alumínio escovado, suspensão a ar e sistema de entretenimento completo com direito até à tevê a bordo. Entre os itens de segurança, destaque para o sistema da câmara de visão noturna, controle de cruzeiro adaptativo e o conjunto de radares que podem até frear o carro na iminência de uma colisão.

Claro que juntar tudo isso em um carro custa caro. A Audi cobra redondos R$ 500 mil pelo S7. Com todos os opcionais, o meio esportivo meio luxuoso da Audi pode atingir R$ 551,5 mil. Atualmente, Mercedes-Benz e BMW não importam os concorrentes diretos do S7 – no caso, seriam o CLS 500 e o Série 6 Gran Coupé 650i. O que pode ajudar a dar algum tipo de vantagem mercadológica para a fabricante de Ingolstadt.



Primeiras impressões

Sentidos em equilíbrio

São Paulo/SP – Um automóvel de mais de R$ 500 mil precisa tratar bem todos os sentidos de quem desembolsa essa pequena fortuna por um carro. Como acontece em qualquer veículo, a primeira impressão vem pela visão. E nesse quesito, o S7 vai bem. As alterações feitas para deixar a cara do modelo mais esportiva foram bem sucedidas e conseguiram distanciar o aspecto um tanto estranho do A7 tradicional. Uma “dica” de que não se trata de um cordeiro em pele de lobo vem dos imensos discos de freio abrigados nas rodas de 19 polegadas.

Por dentro, o excelente acabamento interno inclui bancos tipo concha com uma costura diamantada. Já o painel é cheio de alumínio escovado, couro e outros materiais nobres, organizados em um desenho interessante. Em movimento, é marcante a suavidade do S7 em altas velocidades, apesar da ferocidade e competência do V8. O isolamento acústico beira tanto a perfeição que a Audi precisou simular dentro da cabine o barulho do motor através de alto-falantes e até um ressonador que reproduz a vibração do propulsor. Com o pé embaixo, o conta-giros sobe com agilidade e as marchas são trocadas com extrema rapidez.

Para um carro de duas toneladas e dimensões nada discretas, o cupê da Audi atua com muita leveza. Ele se apoia nos pneus 255/40 R19 e a tração integral Quattro faz com que ele cole no chão. Direção, motor e suspensão tem dois modos de trabalhar e podem ser combinados de forma mais esportiva ou mais confortável. Mas o S7 não se torma um esportivo puro esmo com a configuração de todos os elementos no modo mais agressivo. Não vira fera indomável nem animal doméstico, mas fica um meio termo bem acertado.



Ficha técnica

Audi S7 Sportback

Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 3.993 cm³, com oito cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro, comanco varíavel de válvulas e dois turbos. Acelerador eletrônico e injeção direta de combustível.
Transmissão: Câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas à frente e uma a ré. Tração integral e controle de tração e de estabilidade.
Potência máxima: 420 cv entre 5.500 e 6.400 rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 4,7 segundos.
Velocidade máxima: 250 km/h limitada eletronicamente.
Torque máximo: 56,1 kgfm entre 1.400 e 5.200 rpm.
Diâmetro e curso: 84,5 mm x 89,0 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.
Suspensão: Dianteira com cinco braços, barra estabilizadora e amortecedores a ar. Traseira com braço trapezoidal, barra estabilizadora e amortecedores a ar.
Pneus: 255/45 R19.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás. ABS, EBD, assistente de frenagem de emergência e controle de frenagem em curvas.
Carroceria: Cupê em monobloco, com quatro portas e quatro lugares. Com 4,98 metros de comprimento, 1,91 m de largura, 1,40 m de altura e 2,91 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais e de cabeça.
Peso: 1.945 kg.
Capacidade do porta-malas: 535 litros.
Tanque de combustível: 75 litros.
Produção: Neckarsulm, Alemanha.
Lançamento mundial: 2012.
Reestilização: 2013.
Itens de série: Acabamento interno em alumínio escovado, ar-condicionado de quatro zonas, bancos, volante e alavanca de câmbio em couro, banco traseiro rebatível, bancos dianteiros com ajustes elétricos, computador de bordo com display colorido, retrovisor interno eletrocrômico, porta-malas com abertura e fechamento elétricos, sensor de lux e chuva com assistente de farol alto, teto solar, trio elétrico, volante com ajustes elétricos, rodas de liga leve de 19 polegadas, seis airbags, câmara de ré, cruise control, direção elétrica, controle de tração e estabilidade, keyless, lanternas de led, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro e  sistema de rádio/CD/DVD/Bluetooth/GPS com som Bose.
Preço: R$ 500 mil.
Opcionais: Sistema de entretenimento com acesso a internet, sistema de auxílio de ponto cego, controle de cruzeiro adaptativo, câmara de visão noturna, head up display, faróis de led, bancos em couro napa e pintura metálica/pelorizada.
Preço completo: R$ 551.500 mil








Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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