Uma vez, eu almocei com
Estelle Skornik, a atriz francesa que interpretou Nicole nos lendários
comerciais “Papa, Nicole” do Renault Clio.
Bom, quando eu digo “eu
almocei com”, eu quero dizer que eu estava num almoço, sentado ao lado
dela e de cerca de um milhão de outros jornalistas do setor automotivo.
Eu achei que me saí muito bem; não soltei nenhum peido durante toda a
hora e meia que passamos juntos, não derrubei nada nela e não soltei um
único palavrão. Ela não pareceu interessada em continuar nossa coversa
depois do almoço, então eu a deixei ir. Ela não sabe o que perdeu.
Mas por favor, não deixe essa baboseira
francesa em um vestido de bolinhas brancas e carinha fofa influenciar
suas impressões do Renault Clio Williams. Ele é um monstro. Um
verdadeiro hot-hatch bravo que, em muitas maneiras, define o gênero.
Feito para ser homologado para o
campeonato de rali francês, ele foi lançado em 1993 e você podia tê-lo
em azul com rodas douradas ou em azul com rodas douradas. Apenas 5.400
modelos da primeira versão foram feitos, e as versões 2 e 3 somaram
outras 6.700 unidades.
O carro que você vê é o número 001 – o
primeiro a ser feito. Seu dono era Sir Frank Williams, mas ele fez uma
limpeza há alguns anos e o vendeu de volta à Renault. Obviamente. Eu
deveria tomar cuidado com ele, por causa da sua exclusividade. Mas, e
eis o negócio com o Clio Williams, ele não é feito para cuidar de você
como uma mãe. Ele quer machucá-lo.
O 4-cilindros 2.0 soa tão bravo e
mal-humorado como você podia querer; o bastante para fazer você ignorar o
fato dos cintos de segurança serem azuis. O resto do interior é bem
moderno e aceitável hoje, apesar de ter 20 anos de idade. E quem liga?
Quem olhá-lo verá apenas o exterior volumoso e quadrado e seu sorriso
brilhando do lado de dentro feito um tigre em um helicóptero de guerra.
Ele produz 150 cavalos, o bastante para
levá-lo de 0 a 96 km/h em 7,8 segundos, o que deixa-o longe do
território dos supercarros. Mas ele acelera com tanto estilo e
determinação, e então, quando ele ganha velocidade, o simples prazer de
sentir a traseira querer perseguir a dianteira toda vez que você tira
seu pé direito do acelerador é horrivel e maravilhosamente viciante.
Ele é tudo que um hot-hatch deve ser:
rápido o bastante para deixá-lo bem encrencado se você quiser, mas que
também exige um pouco de esforço para isso. Ele é especial, poucas
unidades foram feitas e é muito valorizado por colecionadores, então eis
um motivo para dirigí-lo. Pode ter certeza de que você receberá acenos
de entusiastas, ao invés da adoração de aspirantes a popstars se você
estivesse em um supercarro. Eu quero muito um, e se você comprar um, eu
ficarei com muita inveja, além de muito impressionado.
Disponível no(a):http://topgearbr.wordpress.com/
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