Durante os dias reservados à imprensa no Salão de Genebra, tivemos a oportunidade de conversar com alguns dos nomes mais interessantes da indústria automotiva. Horacio Pagani foi um deles, e ele nos contou o que gostou e o que não gostou. Se você trabalha para a McLaren, é melhor parar de ler esse texto agora.
Aconteceu por acaso, nos últimos minutos de nossa estada no Salão. Percebemos que o cara de calça branca que passou por nós era o próprio Pagani. Ele não estava em seu estande, quando passamos por lá. Não havíamos preparado perguntas a ele como fizemos com Christian von Koenigsegg e vários outros chefões. No começo hesitei por um instante, mas depois saí correndo atrás dele como um fã enlouquecido.
Encontrei Horacio perto do estande da McLaren, ao lado do cara com o terno mais louco do evento, outro que calçava tênis verde-neon que contrastava com seu traje formal, e um altão que fazia o papel de intérprete, já que o inglês de Horacio é apenas um pouco melhor que meu italiano. Os gestos foram minha maior ajuda, mas caso eu tenha entendido algo errado, aviso depois que receber as cartas de protesto.
Não estávamos interessados em quando o Huayra Spyder será lançado. Queríamos saber o que Pagani achou dos supercarros do Salão. E como estávamos perto do McLaren P1, perguntei sobre o modelo inglês antes de falarmos da LaFerrari ou do Lamborghini Veneno. Horacio não ficou impressionado. Ele disse que por ter o mesmo monocoque de carbono e o V8 de 3,8 litros do MP4.12C, o P1 não é muito mais do que uma versão preparada do modelo de entrada da McLaren, em sua opinião. Ele também disse que ao carro faltou emoção, e que o F1 de 21 anos que estava logo atrás do P1 (veja o estande aqui) continua sendo mais bontio.
Concordo com ele.
O próximo foi o Lamborghini. Eu sabia que ele não diria nada muito negativo a respeito do Veneno. Horacio começou em Sant’Agata logo quando migrou da Argentina para a Itália em 1983, e quatro anos mais tarde ele foi o responsável pelo Countach Evoluzione, um modelo de testes feito pelo novo Departamento de Compósitos. Ele fundou sua própria empresa em 1991, mas não estaria onde está hoje sem a Lamborghini.
Ele disse que como foram feitos apenas três unidades (+1), o Veneno não é muito mais que um exercício de design, mas é um carro muito masculino e agressivo. Acho que ele gostaria de dar uma volta com esse carro…
Não podíamos perguntar muito sobre a LaFerrari, já que ele ainda não a tinha visto, e estava a caminho do estande quando o chamei. Ainda assim, apontando para o lado esquerdo de seu peito, ele me contou que adora as Ferrari, e tem certeza de que a LaFerrari tem a alma que falta ao P1. Não nos surpreendeu que, depois de viver 30 anos na Itália, ele preferisse os supercarros italianos aos britânicos. Mas quando perguntei, ele rapidamente me assegurou que também gostava de Porsches, então não é um caso de nacionalismo. Nunca vi alguém mexer a cabeça tão rápido dizendo nãonãonãonãonão quando perguntei se ele se referia ao 911. Ele obviamente estava falando do Carrera GT.
Depois disso ele sorriu e se despediu educadamente. Ele tinha uma nova Ferrari para conhecer…
[Fotos: Thomas Endesfelder, Peter Orosz, Máté Petrány e Pagani]
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