O EcoSport é o único modelo exposto no Salão de Genebra que já roda no Brasil e ainda não chegou às lojas europeias. Mas vê-lo ali na versão para a Europa deixa a dúvida: será o jipinho deles mais caprichado que o nosso? Com essa pergunta na cabeça e uma câmera na mão, fui tirar isso a limpo.
A primeira dificuldade: o carro estava dentro de uma plataforma giratória e com as portas trancadas. Só tive acesso ao interior do modelo no segundo dia de imprensa, após procurar a pessoa responsável pelo Eco por todo o estande. Antes de entrar, porém, já é possível notar algumas diferenças. A construção do modelo europeu, ao menos nessa unidade de Salão (que costuma receber atenção especial da fábrica), parece mais criteriosa que a brasileira, com vãos de carroceria mais justos. O estepe preso à tampa traseira, coisa que caiu em desuso na Europa – basta ver os rivais Peugeot 2008 e Renault Captur – é coberto por uma tampa plástica com o nome do carro, que substitui o logotipo “EcoSport” existente na tampa do modelo nacional. Do outro lado fica o logo “Ecoboost” que indica o uso do motor 1.0 turbo.
Ainda por fora, chamam a atenção as rodas aro 17 com desenho mais esportivo e pneus Michelin 205/50. No Brasil, o Eco é equipado com rodas aro 16 e pneus Pirelli 205/60 R16 – uma opção mais acertada em termos de conforto, tendo em vista nosso piso maltratado e a proposta off-road leve do carro. Mas a grande diferença fica mesmo pelo motor mais avançado do modelo europeu. Enquanto no Brasil temos o bom Sigma 1.6 16V, de 115 cv e 15,9 kgfm, os europeus terão o ótimo 1.0 Ecoboost de três cilindros e turbo, capaz de gerar 125 cv e até 20,4 kgfm de torque. Tentei fotografar o tricilíndrico sob o capô, mas a alavanca que abre o compartimento estava travada.
“E o acabamento?”, você deve estar me perguntando. Para minha surpresa, o nível de qualidade dos materiais e montagem é bastante similar ao do Eco nacional. Nada de superfície emborrachada no painel ou forração mais requintada nas portas. O plástico rígido continua o tema principal do interior, apesar dos bons encaixes e da ausência de rebarbas. O que muda são detalhes: no carro brasileiro a parte central do painel tem acabamento prata na área do sistema de som e “black piano” na região inferior, enquanto o europeu usa um tom grafite na peça toda. Botão de partida e entrada USB são comuns aos dois modelos.
Ao fim do “pente fino”, acredito que os brasileiros estão bem servidos quando o assunto é EcoSport. A lamentar, mesmo, somente a ausência do motor Ecoboost em terras tupiniquins. Ainda na dúvida? Confira a galeria abaixo com o carro europeu (azul) e o nacional (vermelho) e tire suas próprias conclusões.
Texto e Fotos Daniel Messeder, de Genebra, Suíça
Disponível no(a):http://carplace.virgula.uol.com.br
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