5 de mar. de 2013

AVALIAÇÃO: DURANGO E A VOLTA DO FAROESTE À ITALIANA

Utilitário Esportivo feito em Detroit capricha no conforto e mostra que a união com a Fiat fez bem. A partir de R$ 169.900

Dodge Durango Citadel (Foto: Chrysler)
O nome Durango remete ao Velho Oeste americano. E não é pra menos, além de batizar um dos 31 estados que compõem o México, é o nome de uma cidade no Estado do Colorado, nos EUA, que nasceu durante a conquista do Oeste americano e que hospedou lendas do faroeste como Bat Masterson, Butch Cassidy e Sundance Kid.
Sempre associado aos cowboys, à construção das ferrovias e às longas jornadas das caravanas, Durango também é o nome de um dos utilitários esportivos, tamanho família, mais populares dos Estados Unidos.
Mas para entender a relação desse SUV, que capricha no conforto para sete passageiros, com os faroestes italianos nada como uma rápida aula de cultura inútil...

Nos anos 60 e 70 os italianos invadiram o mundo com um dos gêneros de filmes mais populares de todos os tempos, os chamados “spaghetti western”, que por aqui ficaram conhecidos como faroestes à italiana. Esses filmes, sempre de baixo orçamento, relançaram a moda dos filmes de faroeste, que nessa época andavam em baixa em Hollywood.
A Dodge, a marca mais antiga do grupo Chrysler, assim como os filmes de faroeste, também andou em baixa, tanto que o fantasma da crise quase fechou as portas da empresa ainda assusta. Fundada em 1900 pelos irmãos John Francis e Horace Dodge, ela é considerada como a mais americana das fabricantes de veículos e ainda luta para manter a identidade. Depois de passar pelas mãos dos alemães da Daimler (leia-se Mercedes Benz) agora se rende aos italianos da Fiat, que sacaram rápido e começam a realizar o sonho de entrar no mercado americano pela porta da frente.
Dodge Durango Citadel (Foto: Chrysler)
Se os roteiros dos filmes de bangue-bangue eram de gosto duvidoso, o Dodge Durango capricha no acabamento e no estilo. A nova carroceria ganhou linhas mais suaves e alongadas. A onda na linha de cintura traseira, marca registrada de todos os modelos da Dodge, continua lá só que um pouco menos marcante.
Espaço de diligência
Antes da chegada das ferrovias, a maneira mais confortável de cruzar o Velho Oeste era a bordo das espaçosas diligências. Hoje, dá para afirmar sem medo de errar que o Durango é uma versão contemporânea das diligências, só que muito mais potente, confortável e segura para viajar com a família.
O tamanho do carro atende bem o gosto do consumidor americano. Com pouco mais de 5 metros de comprimento e 1,80 metro de altura o Durango surpreende na hora de fazer curvas. A suspensão bem calibrada quase não rola lateralmente e consegue ser firme sem sacrificar o conforto.
O test drive de lançamento teve como roteiro uma viagem entre São Paulo e a cidade de Bertioga no litoral Norte. No trecho de descida de serra pela rodovia Mogi-Bertioga deu para sentir o carro na mão o tempo todo. Por ter o peso da carroceria distribuído quase meio a meio sobre cada eixo, nas freadas mais bruscas o Durango não “afunda” a frente, o que ajuda a manter a trajetória e o controle desse utilitário com mais de 2 toneladas.
Dodge Durango Citadel (Foto: Chrysler)
O Durango 2013 é equipado com o motor Pentastar, um V6 de 3,6 litros, que já é usado pelo Jeep Grand Cherokee. Mesmo entregando 286 cavalos, o desempenho do Durango não empolga, o que não surpreende já que a proposta desse utilitário é a de ser um carro familiar. Mesmo assim a cavalaria é suficiente para dar segurança nas ultrapassagens e responde prontamente quando se afunda o pé de uma vez até o fim do curso do acelerador.
A transmissão automática de cinco velocidades é bem escalonada, com trocas suaves, sem trancos. Isso explica um pouco da falta de respostas mais nervosas no acelerador.
O consumo de gasolina é proporcional ao tamanho do veículo. Segundo a Dodge, o Durango faz 6,8 km/ litro na cidade e 9,8 km/litro na estrada. Durante o test-drive de aproximadamente de 300 quilômetros, que misturou o trânsito de São Paulo com a viagem por rodovias, o computador do carro registrou consumo médio de 7,5 km/litro.
Conforto e diversão para todo mundo
Com largas poltronas e espaço para os braços e as pernas o Durango é feito para quem quer conforto. Até os famigerados banquinhos da terceira fileira surpreendem e oferecem espaço para dois cowboys, desde que eles não passem de 1,70 metro de altura. Quem viaja na traseira tem saídas de ar-condicionado independentes e sistema multimídia com DVD e um par de fones de ouvido sem fio.
Dodge Durango Citadel (Foto: Chrysler)
O motorista, além de muito espaço, conta com o conforto dos espelhos interno e externo esquerdo que escurecem quando o carro de trás usa luz alta. Os bancos dianteiros têm aquecimento e um prático sistema de ventilação no encosto e assento, um item interessante para os dias de calor. Além disso, o Durango conta com faróis e limpador de pára-brisa têm acionamento automático.
Mas esse Dodge também comete alguns – poucos - pecados... O primeiro deles é a ausência de um sistema de navegação por GPS integrado ao sistema multimídia do painel, que se tornou equipamento indispensável em veículos dessa categoria. Outro item que faz falta é o fechamento dos vidros quando se aciona o alarme, um conforto básico que a gente já encontra até em carros mais populares.
Dodge Durango Citadel (Foto: Chrysler)
O Durango chega ao Brasil de olho no mercado dominado hoje pelo Toyota Hilux SW4, Mitsubishi Pajero Full e Land Rover Discovery.
O SUV full size da Dodge começa a ser vendido em duas versões de acabamento. A mais simples, batizada de Crew, vem sem os enfeites cromados da carroceria e o sistema multimídia traseiro. Ela é equipada com rodas de liga pintadas aro 18 polegadas e custa R$ 169.900.
A versão Citadel é a mais completa e traz, além do DVD traseiro – perfeito para os fãs de bang-bang curtirem seus filmes durante a viagem -, rodas aro 20 polegadas, capa dos espelhos e fisos cromados e volante aquecido. O modelo é vendido por R$ 189.900.

Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/

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