Desenvolvido no Brasil, V60 Racing quer mostrar que a Volvo também sabe ser esportiva
Quando um conceito entra no imaginário popular pode ser difícil tirá-lo de lá. No mundo automotivo, a história não é diferente. A Volvo sabe que sua reconhecida capacidade de criar carros extremamente seguros impressiona os consumidores mais maduros.
Mas tanta preocupação com segurança afasta a sua imagem de qualquer ideia de esportividade, um atributo que seduz boa parte do público mais jovem. Renovar os consumidores da marca é uma das razões para que a fabricante sueca tente, sempre que possível, lembrar ao mundo que também sabe produzir carros “nervosos”. Tal necessidade gerou a recente linha R-Design, com versões esportivas de modelos como o sedã S60 e a perua V60. E também o V60 Racing, um dos destaques da marca no último Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em outubro. Desenvolvido no Brasil e com apenas um exemplar produzido, o tuning transformou uma perua V60 R-Design T5 Dynamic em um “bólido” nos moldes dos que disputam a categoria Turismo N, da FIA.
Quando um conceito entra no imaginário popular pode ser difícil tirá-lo de lá. No mundo automotivo, a história não é diferente. A Volvo sabe que sua reconhecida capacidade de criar carros extremamente seguros impressiona os consumidores mais maduros.
Mas tanta preocupação com segurança afasta a sua imagem de qualquer ideia de esportividade, um atributo que seduz boa parte do público mais jovem. Renovar os consumidores da marca é uma das razões para que a fabricante sueca tente, sempre que possível, lembrar ao mundo que também sabe produzir carros “nervosos”. Tal necessidade gerou a recente linha R-Design, com versões esportivas de modelos como o sedã S60 e a perua V60. E também o V60 Racing, um dos destaques da marca no último Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em outubro. Desenvolvido no Brasil e com apenas um exemplar produzido, o tuning transformou uma perua V60 R-Design T5 Dynamic em um “bólido” nos moldes dos que disputam a categoria Turismo N, da FIA.
A pintura azul e branca do Racing
evoca o Volvo 850 Estate da equipe inglesa Tom Walkinshaw Racing, que
teve algum sucesso no mundo das competições na década de 1990.
Naquela época, pilotada por Rickard Rydell e Jan Lammers, a versão sedã do 850 obteve até melhores resultados que a wagon Estate, a quem sucedeu no Campeonato Britânico de Turismo. Mas a opção de fazer referência à perua se justifica pelo marketing. “É um meio de reforçar a imagem de esportividade inerente à V60, o nosso Sportswagon”, explica Paulo Solti, presidente da Volvo Cars para o Brasil e América Latina.
Naquela época, pilotada por Rickard Rydell e Jan Lammers, a versão sedã do 850 obteve até melhores resultados que a wagon Estate, a quem sucedeu no Campeonato Britânico de Turismo. Mas a opção de fazer referência à perua se justifica pelo marketing. “É um meio de reforçar a imagem de esportividade inerente à V60, o nosso Sportswagon”, explica Paulo Solti, presidente da Volvo Cars para o Brasil e América Latina.
Lançada mundialmente em 2010, a nova
V60 só chegou no Brasil em setembro do ano passado. Foi exatamente para
atrair mais atenção sobre o lançamento nacional que a Volvo fez a
apresentação do V60 Racing no Salão de São Paulo, em outubro. Os
responsáveis pelo desenvolvimento do modelo foram o diretor de
pós-vendas da Volvo no Brasil, Paulo Mussi, e Ricardo Braz, diretor da
empresa de equipamentos para automobilismo AMB. O trem de força é o
mesmo do V60 R-Design T5 Dynamic, composto pelo motor 2.0 turbo de
quatro cilindros com injeção direta e câmbio automatizado de dupla
embreagem com seis velocidades e opção de acionamento manual das marchas
na alavanca. Mas a Volvo afirma que ele desenvolve mais de 250 cv,
contra “apenas” 240 cv do modelo de rua. Os cavalos extras foram obtidos
com a otimização da admissão e no escapamento e novos filtros de ar.
A suspensão da versão tunada mantém os
amortecedores originais, mas tem menor altura do solo e traz molas
H&R, específicas para competições. As rodas são as mesmas de 18
polegadas, mas receberam pintura cinza – que também evoca o modelo de
competição dos anos 90 – e são “calçadas” em pneus Michelin Pilot Sport
235/40 ZR18. Os freios foram redimensionados, com discos de 16,5
polegadas.
Por dentro, a transformação foi mais
extrema. Retirou-se quase a totalidade do acabamento e equipamentos para
reduzir o peso e abrir espaço para a gaiola – que segue os padrões
oficiais da FIA. Os assentos “fashion” da versão R-Design deram lugar
apenas dois bancos frontais estilo concha, típicos dos carros de
competição. O volante é esportivo e o cinto é de quatro pontos, para
fixar o corpo do piloto ao banco mesmo em manobras mais radicais. Até as
portas perderam o forro original para dar lugar a placas de inox. O
peso total em relação à V60 R-Design caiu aproximadamente 250 quilos.
Assim, a relação peso/potência caiu de 6,6 kg/cv para 5,1 kg/cv. Uma
“dieta” que, segundo a Volvo, pode ajudar a dar uma oportuna pitada de
jovialidade à imagem dos carros da marca no Brasil.
Primeiras impressões
Criatura das pistas
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press
Santa Rita/RS - O local escolhido pela
Volvo para a apresentação da V60 Racing era bem adequado: o autódromo
Velopark, na periferia de Porto Alegre. Desde a preparação, a
experiência de dirigir um modelo desse tipo já se diferencia
radicalmente do que se faz ao dirigir um automóvel comum. Afinal, só o
ritual de vestir um aparato que inclui macacão de competição, luvas,
balaclava – proteção de pano para a cabeça do piloto – e capacete já
basta para inspirar qualquer um a pisar mais fundo.
Antes do teste do V60 Racing, foi
realizada uma palestra com dicas da equipe da Advanced Driving
School.com.br, que ensina pilotagem esportiva na capital gaúcha. Como
“aquecimento”, foi possível dar algumas voltas com versões de competição
do hatch C30 e com as versões R-Design do sedã S60 e da wagon V60, os
últimos três modelos dirigidos levando na carona um dos pilotos
profissionais que ministram o curso. Essa “prévia”, além da oportunidade
de explorar o potencial dinâmico do modelos, também deu a chance de
conhecer as características do pequenos circuito de 2.780 metros.
Assim, quando chegou a hora de levar o V60 Racing para a pista, os pontos de frenagem antes de cada curva já eram conhecidos, o que facilitou bastante a exploração da performance do carro. Com o alívio de 250 quilos no peso em relação à versão R-Design, o Racing mostrou que é capaz de um desempenho mais impressionante inclusive que a versão 3.0 de seis cilindros em linha de 300 cv. A possibilidade de subir ou descer as marchas na alavanca do câmbio automático permitiu acelerar ao máximo nas retas e entrar nas curvas do circuito de forma que seria considerada absolutamente imprudente e até insana em uma estrada comum. As molas esportivas H&R e os pneus Pilot Sport cumpriram com louvor a função de manter o “foguete” em contato com o solo. As retomadas de velocidade impressionam tanto quanto o barulho do motor – para a redução do peso, todo o isolamento acústico do V60 original foi descartado.
No final, a impressão é que a equipe brasileira que realizou a transformação da perua atingiu em cheio dois objetivos. O primeiro foi criar um “brinquedo de adultos” bastante divertido. O segundo vai depender da exposição que o modelo modificado possa obter. Somente um exemplar da V60 Racing foi produzido e o modelo não terá escala comercial – portanto, não vai vender nada. Mas quem puder ver o V60 Racing em ação numa pista de corrida provavelmente vai passar a ver a Volvo com outros olhos.
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