Como os pilotos precisam usar várias camadas de roupas a prova de fogo, não é difícil concluir que eles vão suar bicas ao longo das quase duas horas de duração de um GP. O resultado dessa sudorese é uma perda de quase dois quilos de líquidos que causa desitratação e um consquente cansaço e perda de desempenho. Em lugares mais úmidos como a Malásia, por exemplo, Rubens Barrichello certa vez contou que perdia 3,2 kg durante a corrida.
O sistema de hidratação de um carro de Fórmula 1 é, na verdade, bastante simples. Resume-se basicamente a uma bolsa presa nas laterais do cockpit ligada a um canudo com saída na queixeira do capacete. E para poupar o piloto de desgastar-se mais ainda puxando o líquido por quase um metro de canudo, há uma simples bomba de lavador de para-brisa – igual a do seu ou do meu carro – que pressuriza e esguicha o líquido na boca do piloto.
Para acionar a bomba há um sugestivo botão no volante onde se lê “drinks”. O plioto chega na reta ou algum trecho mais “tranquilo”, aperta o botão e mata a sede – ou “reidrata”, para usar o termo fisiológico correto.
A hidratação dos pilotos, contudo, começa dias antes do GP, com a ingestão de bebidas especiais chamadas hipotônicos. Esse tipo de bebida tem concentração de solutos (sais minerais e outras substâncias) inferior à do plasma sanguíneo, e por isso é absorvida pelo organismo mais rapidamente que a água pura. Eles também bebem hipotônicos antes das corridas, naquelas garrafinhas estilosas que carregam pelo paddock. Os hipotônicos diferem dos isotônicos por não terem carboidratos em sua composição.
Durante a corrida os pilotos ingerem cerca de 1,5 litro de líquido, à medida em que os perdem pelo suor. O tipo de bebida ingerida durante a corrida varia de acordo com o gosto do piloto (o que será que James Hunt bebia?), mas normalmente é uma bebida de alta concentração feita de fluidos à base de glicose com vitaminas e minerais para estimular o sistema imunológico e estabilizar as reações sanguíneas, algo semelhante ao sal de frutas. Curiosamente a água é opção menos recomendada, já que demora mais para ser absorvida que um isotônico ou hipotônico.
Já achou as bolsas?
Logicamente a bebida não é gelada, nem ao menos fresca. Com a temperatura do cockpit chegando rapidamente aos 50 graus, a bebida acaba esquentando praticamente como um chá.
Se em uma corrida os pilotos ingerem mais de 1,5 litro de líquido e a bexiga humana suporta um volume de cerca de 700 ml, como eles fazem quando a coisa aperta? Bem… alguns pilotos seguram a vontade, mas outros aproveitam as camadas de roupa e as manchas de suor para aliviar ali mesmo no cockpit. É meio nojento? É, mas como já disse Nick Heidfeld em uma entrevista ao jornal alemão Bild: “O que eu devo fazer? Parar nos boxes e ir ao banheiro?”.
Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br/
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