Hatch esportivo chega da França por R$ 99.990, com o mesmo motor 1.6 turbo do DS3 e do DS5
No primeiro contato com o modelo em solo brasileiro, deu para perceber como ele fica ágil perto de grandão DS5, mas não tem a mesma esperteza do DS3. Afinal, o trio usa exatamente o mesmo propulsor, o ótimo 1.6 turbo feito em parceria com a BMW, que rende 165 cv de potência e 24,5 kgfm de torque a baixos 1.400 giros. A diferença do conjunto mecânico é que o menorzinho usa câmbio manual de seis marchas, enquanto DS4 e DS5 usam transmissão automática de seis marchas, com possibilidade de trocas manuais pela alavanca. A Citroën declara acaleração de 0 a 100 km/h em 8,6 segundos e máxima de 212 km/h. Em nosso teste, o DS3 foi a 100 km/h em 7,7 s. Em breve levaremos o DS4 para a pista de testes.
A conversa entre câmbio e motor é muito boa, permitindo boa agilidade no trânsito ao modelo de quase 1,4 tonelada. Mas é preciso usar o modo esportivo para garantir respostas que se aproximam do espertíssimo DS3, e aí a economia de gasolina fica um tanto comprometida. O que mais agrada no esportivo de médio porte é o casamento entre o conjunto motor/câmbio alemão com o conjunto suspensão/direção francês. Sim, nessa praia os franceses mandam muito bem, vide o sucesso dos seus carros nas provas de rali – e isso vem desde meados do século passado. Para controlar o ímpeto do hatch, há discos nas quatro rodas (ventilados na frente), ABS, REF (repartidor eletrônico de frenagem), AFU (auxílio em frenagens de emergência), ESP (controle de estabilidade) e ASR (antipatinagem).
O motorista encontra uma boa posição de dirigir com facilidade, e se vê rodeado dos pincipais comandos. A combinação de couro de duas cores nos revestimentos e os detalhes cromados garantem um aspecto bem jovial ao DS4. O quadro de instrumentos é muito bonito, com três mostradores circulares que combinam elementos digitais e analógicos. E é possível alterar a coloração desses elementos por meio de dois botões, combinando iluminação branca ou em vários tons de azul. Só o que me incomodou foram os reflexos do sol sobre as lentes dos instrumentos, que difucultavam a vsualização. O cromado no centro do volante, com o logo da divisão DS, também ofusca a vista dependendo da incidência solar.
O nível de equipamentos é muito bom em termos de comodidade e segurança. Como no DS5, ele vem com massageadores lombares nos bancos dianteiros, faróis de duplo xenônio, luzes diurnas por leds, sensores de ré e de ângulo morto, sistema de auxílio para baliza (apenas avalia o espaço disponível, não faz a manobra), auxílio para partida em subidas ou descidas (Hill Asssist), para-brisa panorâmico e muitos outros itens de série.
A questão é o seu preço, especialmente salgado por conta dos impostos para importados. O DS4 de R$ 100 mil vai disputar mercado com hatches médios alemães, como o BMW 118i (a partir de R$ 107 mil), e em breve com as novas gerações do Audi A3 Sportback e do Mercedes Classe A, além do sueco Volvo V40. Se tivesse motor mais forte, o Hyundai Veloster (R$ 80 mil), também entraria nessa disputa.
Mas a maior ameaça ao DS4 no mercado atende pelo nome de Fusca. Com motor 2.0 de 200 cv, o novo VW vem do México por preços na faixa de R$ 80 mil, embora não tenha versão com portas traseiras. As vantagens tributárias para modelos mexicanos, nesse caso, fazem toda a diferença na disputa entre esses dois modelos de inspiração nostálgica: o Fusca, do velho e popular besouro, e o DS4, do lendário Citroën DS, que brilhou na Europa entre 1955 e 1975. O francês pode até ter mais charme e exclusividade, mas a diferença de preço para o VW mexicano é bem considerável.
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