27 de jan. de 2013

F-1- W-duto de ponta de asa: novidade para 2013?

Ubiratan Bizarro Costa
Asa dianteira do carro de 2012 da McLaren, pilotado por Lewis Hamilton (Divulgação) 
Asa dianteira do carro de 2012 da McLaren, pilotado por Lewis Hamilton (Divulgação) 
 
Na temporada passada, a Mercedes desenvolveu um dispositivo na asa dianteira denominado W-duto. Neste sistema, a entrada de ar elíptica na ponta do bico do F1 era usada também para soprar um dispositivo que ajudava a acelerar o ar em determinadas partes inferiores da asa, o que a “estolava” de forma controlada, oferecendo um ganho aerodinâmico na frente do F1.

Este sistema foi criado para manter o ganho do efeito aerodinâmico na asa dianteira, mesmo caso a FIA no futuro proibisse o uso do duto do DRS, também criado pela Mercedes, que usava os dutos vindos da asa traseira móvel para alimentar a asa dianteira.
Porém, em 2013, com a proibição do uso desta pequena entrada de ar na ponta do bico do F1 para outros fins (que não refrigerar componentes internos do sistema de freios e direção), além do uso das aberturas do DRS traseiro, as equipes que quiserem fazer uso do efeito do antigo W-duto terão que criar outro ponto de entrada de ar, na frente do carro, para alimentar este dispositivo.
Existem dois possíveis pontos que vejo para colocar uma nova entrada de ar do W-duto: o primeiro seria em baixo do bico, próximo aos postes verticais de fixação da asa dianteira. O segundo seria sobre a frente do cockpit, atrás das antenas próximas à suspensão dianteira. Mas nestes dois locais existem alguns inconvenientes de espaço, dimensão, etc, que prejudicam um pouco outras partes do F1.
Sendo, baseado no que já foi explorado na F1, pedaços de outros antigos componentes, efeitos aerodinâmicos, etc, etc, criei uma possível forma de como poderiam ser esses futuros “novos” W-dutos em 2013, que para facilitar denominei:  W-duto de ponta de asa.
Como seria seu teórico funcionamento:
ASA DIANTERIA 2013 base1 Quando o F1 está acelerando nas retas, o ar entra por duas “canaletas” instaladas nas pontas da asa dianteira (destacadas em amarelo). Nessas canaletas estão localizadas duas entradas de ar que alimentam os pequenos dutos, os quais percorrem e alimentam os pontos necessários para criarem o ganho aerodinâmico do dispositivo W-duto.
Nas retas, o ar “frontal” entra acelerado mais pelos pequenos orifícios de ar do fundo, marcados com a letra “A” (destacados pelas setas laranjas), baseados nos orifícios das antigas entradas de ar lá no DRS da asa traseira. Esses orifícios alimentam dutos estreitos embutidos dentro da asa, que vão soprar pequenos furos localizados abaixo da aleta “superior” da asa dianteira (setas finas laranja), como eram no antigo W-duto da Mercedes.
Porém, quando o F1 entra em uma curva para a esquerda (seta verde), o ar entra em “ângulo”, alimentando mais a canaleta da ponta esquerda da asa dianteira. Isso faz com que o ar sofra uma pequena curva (seta azul B), entrando mais nos orifícios de ar da frente da canaleta, marcado em azul com a letra “B”, saindo acelerado por baixo do perfil inferior da asa dianteira (setas finas em azul).
Sendo assim, nas retas o ar sopra em baixo das duas aletas superiores da asa dianteira, e nas curvas sopra em baixo da aleta de “cada lateral” por vez (a que estiver apontada para a curva) da base da asa dianteira, simulando o funcionamento da antiga entrada de ar do bico do F1.
Certo, mas para que isso?
Acelerando o ar por baixo, a asa “estola” , fazendo com que perca pressão aerodinâmica naquele ponto específico. Então, tirando um pouco de pressão aerodinâmica da frente, ganha-se um pouco mais de velocidade, tanto nas retas como nas curvas de alta, o objetivo final do uso dos antigos W-dutos.
É claro que este dispositivo pode não ser exatamente assim. Mas a “teoria de funcionamento” é muito provável, já que os caminhos de criação para manter os efeitos do antigo W-duto, desenvolvido pela Mercedes, são poucos e bem limitados pelo regulamento atual.
É este provável modelo de “W-duto de ponta de asa” que, cheguei à conclusão, pode figurar ao longo deste campeonato, já que os designers e engenheiros da F1 não tem muito por onde escapar…. Bem, só se surgir um gênio que der jeito de criar outro tipo de dispositivo que ofereça os mesmos ganhos do antigo W-duto, mas de forma totalmente diferente. Aí eu vou querer ver mesmo… Ah, se vou…..
E, como disse antes, se eu fosse designer de uma das equipes nanicas, por exemplo, não pensava duas vezes em testar algo assim. Vai que ganha alguns lugares no grid (ou descamba de vez lá para trás!).
Então fica aí mais essa idéia de um provável dispositivo que poderá surgir ao longo desta temporada de 2013. Fica ligado.

Fonte: blog/telemetria
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br/blog/telemetria
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