9 de jan. de 2013

Fotástica: como fazer uma fotografia assim?

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Já que ontem dia 8 de janeiro, foi comemorado o dia  do fotógrafo, por quê não falarmos de fotografia? Neste post, vamos mostrar algumas das técnicas usadas para se chegar a resultados como o deste belo nine-eleven preto!


Clique aqui para ampliar a fotografia! ]
Oskar Bakke é um dos maiores gênios dos cliques e pós-processamento (tratamento) da fotografia automotiva hoje em dia. Esta foto é a junção de várias imagens registradas de forma independente e combina diferentes técnicas. Algumas simples, outras mais complexas, mas todas podem ser feitas com a seguinte lista: locação de baixa luminosidade, uma câmera semi-profissional com lente de entre 24 e 70 mm (equipada com um polarizador, filtro usado para remover reflexos – basta girá-lo), um tripé, um flash destacável, disparador remoto para a câmera e um bastão de luz branca, fluorescente ou de LEDs. Não entendeu este último?
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Passo 1: criando o reflexo na lateral

Bingo! Veja o chão aí em cima: temos duas enormes lâmpadas deste tipo. Note os belos reflexos brancos que elas criaram nas saias do BMW. É com elas que você vai desenhar os reflexos que estão na linha de cintura do Porsche. Não preciso dizer que você vai precisar de uma fonte remota de energia.
Você vai compor o enquadramento bonitinho, botar a câmera no tripé e configurar o modo de disparo em BULB, que deixa o obturador aberto enquanto o botão for pressionado. Use o disparador remoto e crie o reflexo passando a lâmpada de fora a fora no carro. Você vai passar entre a câmera e o carro. Como é um disparo muito longo (cerca de 15 segundos, e por isso é preciso que o lugar tenha pouca luz, senão a foto estoura em branco!), não se preocupe, você não vai sair na imagem.
A sua preocupação estará em outra coisa: diferentemente da foto do BMW acima, a câmera não poderá receber nenhuma luz diretamente do bastão. Se isso acontecer, você vai criar rabiscos no ar – como na foto abaixo. É legal, mas não é o efeito que você quer: para ficar como no Porsche, a câmera precisa receber apenas os reflexos da lâmpada na lataria! Ou seja, você vai precisar criar uma camisinha em forma de meia lua, de plástico, tecido grosso ou alumínio, para esconder toda a luz da parte de trás da lâmpada. Sem esta proteção, não vai rolar.
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No fundo, é uma técnica simples, mas de execução muito complicada: até pegar o jeito de passar o bastão de luz sem “queimar” a imagem e/ou acertar o ângulo correto para desenhar o reflexo da forma como você quer, você vai disparar dezenas de vezes. E xingar muito.
Outra coisa: nesta imagem de Oskar Bakke, é possível que haja a fusão de mais de uma passagem do bastão de luz. Para o longo reflexo da lateral, é importante que seja feito de uma vez. Mas detalhes como o aerofólio, teto, ou o para-lamas do lado oposto, podem – e devem – ser feitos separadamente e posteriormente reunidos no Photoshop.

Passo 2: criando os borrões de luz no fundo

Essa é bico! Sabe aqueles riscos brancos e vermelhos do fundo? Basta tirar uma foto de exposição muito longa (também, de entre 5 e 15 s) enquanto carros estão passando. A foto do Agile abaixo é minha: fiz esta técnica com 15 segundos de exposição. O carro também recebeu algumas luzes de flashes destacados da câmera (em ângulos recortados, pois de frente, chapado, fica bem feio).
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O fundo com os riscos vermelhos e brancos é mais uma fotografia separada, que será unida posteriormente no Photoshop.

Passo 3: manipulação

Photoshop é como sal e pimenta. Usado da forma correta, é o tempero indispensável para qualquer fotografia digital. Usado em excesso, arruína completamente a imagem, deixando-a com aspecto fake e carregado.
Produções como estas de Bakke exigem o uso de Photoshop ou de Lightroom. Não só para se unir as diferentes imagens registradas (no mínimo, o reflexo da lateral e os borrões de luz do fundo, mas normalmente, há cinco ou seis imagens fundidas) como também para se criar esta atmosfera sombria. Usa-se bastante contraste, retira-se saturação, aplica-se alguns efeitos como shadow/highlight para dramatizar texturas e o principal: milhares de máscaras.
Cada detalhe da imagem (rodas, janelas, faróis, elementos do fundo, asfalto, carroceria) deve ser separado em uma camada e tratado de forma isolada. Só assim – e com muita quilometragem e o estudo de boas referências – consegue-se chegar a um resultado refinado, que não seja grosseiro ou fake.
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Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br/
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