10 de jan. de 2013

Especial: Aston Martin completa 100 anos com eternos retornos

Fotos: Divulgação
Especial: Aston Martin completa 100 anos com eternos retornos
Marca britânica chega ao centenário cheia de renascimentos e veículos clássicos
 
 A Aston Martin é uma marca com muita história para contar. Com 100 anos completados neste janeiro, a fabricante inglesa já faliu mais de uma vez, passou pela mão de diversos donos, criou carros esporte luxuosos marcantes e, de quebra, apareceu em filmes de James Bond com papéis de destaque. As comemorações para o centenário da fabricante britânica começam neste dia 15 de janeiro, data oficial em que a empresa foi fundada, e terão a presença do Aston Martin mais antigo ainda em circulação, o A3 de 1923, com “apenas 90 anos”.

A presença desse modelo, 10 anos “defasado”, tem a ver exatamente com o tipo de negócio praticado no início das operações da marca. Apesar da tal imagem atual de elegância da Aston Martin, o começo dela tem pouca relação com requinte em si. Criada por Lionel Martin e Robert Bamford, a empresa começou em 1913 com o nome de Bamford & Martin basicamente adaptando carros para corridas de rua. Daí a ausência de modelos deste período. O nome atual da companhia veio só no ano seguinte e tem relação com essa herança. Depois de uma vitória em uma espécie de rali na subida de Aston Hill, nos arredores de Londres, Lionel Martin ganhou reconhecimento e rebatizou a empresa para Aston Martin, juntando seu sobrenome ao da corrida. A história da marca continuou aliada às competições e, em 1922, um modelo da fabricante chegou a bater o recorde de velocidade da época.

Problemas financeiros atingiram a empresa em 1924 e a Aston Martin foi à falência para ser resgatada no ano seguinte por um grupo de investidores locais. A ideia inicial dos novos diretores era apenas produzir motores próprios e vender para os fabricantes de veículos da época. Entretanto, ao saber da boa fama da marca, principalmente nas corridas, decidiram criar um modelo todo novo. 
 

Aston Martin DB2

A boa fase foi interrompida pela Segunda Guerra Mundial, quando a fábrica foi voltada para a produção de componentes aeronáuticos. Ao fim do conflito, no entanto, veio a fase áurea da Aston Martin. Com Sir David Brown no comando da empresa, surgiram alguns dos carros mais icônicos do período. A famosa linha DB – iniciais do industrialista britânico – começou em 1948 com o Sports Limited, apelidado de DB1. A produção foi de apenas 15 unidades. Dois anos depois veio o DB2, com um motor maior e produção mais ampla. Em 1959, a Aston Martin entrou no campeonato mundial de Formula 1 e teve o norte-americano Carrol Shelby como um dos pilotos do DBR4. 
 
Aston Martin DB4 GT Zagato

Em 1960 a fabricante se aliou ao estúdio italiano Zagato para criar o DB4 GT Zagato e iniciar uma parceria que rendeu modelos importantes na história da marca. Mas foi em 1963 que a Aston Martin ficou definitivamente marcada na história. Neste ano surgiu o DB5, um cupê que impressionou pela beleza. Além do desenho e do desempenho esportivo garantido pelo motor de 4 litros, o DB5 ainda ficou famoso por sua aparição no filme “007 contra Goldfinger”, de 1964, quando é guiado por Sean Connery em clássicas perseguições.
 

Aston Martin DB5

Mesmo com a boa aceitação da linha DB, a Aston Martin passou por uma grave crise financeira nos anos 1970, o que levou a duas trocas no comando da empresa. Em 1975, empresários norte-americanos compraram a companhia por pouco mais de um milhão de libras. O principal modelo deste “renascimento” foi o Lagonda, sedã esportivo com motor V8 e design futurista. Mas a vida não foi nada fácil para a marca britânica na década seguinte. Em 1980, o empresário inglês Victor Gauntlett comprou a empresa. Durante toda a década ele teve problemas financeiros e foi obrigado a apelar para outros investidores. Até que, em 1987, a Ford resolveu comprar 75% da Aston Martin e em 1991 concordou em tomar o controle completo da marca.
 

Aston Martin Lagonda

A “era Ford” foi marcada pelo ressurgimento da linha DB na gama da fabricante. Em 1993 foi lançado o DB7, até hoje o carro melhor sucedido da história da Aston Martin, com mais de 7 mil unidades construídas. Com o domínio da gigante norte-americana, a produção dos modelos ingleses foi robotizada – até então tudo era feito a mão – e a quantidade de exemplares saindo das fábricas aumentou drasticamente. Em 2001 apareceu o Vanquish, esportivo com um novo motor V12 que se situou no topo da linha da marca.
 

Aston Martin DB7 Volante

A década de 2000, por sinal, marcou mais uma reviravolta na Aston Martin. Um novo diretor foi apontado – Ulrich Bez, que continua até hoje – e a nova sede da empresa foi inaugurada, em Gaydon, no centro da Inglaterra. Em 2004 apareceu o DB9 e, mais tarde, a sua variante esportiva, o DBS. Em 2006, no entanto, a Ford mudou drasticamente o gerenciamento de suas marcas e resolveu vender todas – inclusive a Aston Martin. Imediatamente um conglomerado britânico se interessou e comprou a fabricante, transformando a marca em uma das únicas fabricantes de automóveis independentes do mundo.
 

Aston Martin DBS

Os tempos atuais confirmam a boa fase da Aston Martin. Em 2009 foi lançado o primeiro superesportivo da história da montadora, o One-77 de apenas 77 unidades produzidas e 750 cv extraídos do V12 de 7.3 litros – derivado do V12 de 6.0 litros feito pela própria empresa. Em 2012 apareceu o novo carro-chefe da Aston, o renovado Vanquish, que mantém o estilo, mas eleva ainda mais os padrões de esportividade e luxo.
 
Aston Martin One-77

Coisa de cinema

Além de ser responsável por criar modelos clássicos por si só, a Aston Martin ficou reconhecida no mundo por suas aparições nos filmes do agente secreto britânico James Bond. Foi em 1964, em “007 contra Golfinger”, o terceiro filme da série, que a tradição de “Bond Cars” começou. Foi nele que apareceram os primeiros mirabolantes equipamentos instalados pela equipe de 007 para ajudá-lo em suas missões. O carro escolhido pelos produtores foi um DB5, que recebeu radares, mísseis, bombas de fumaça e até um assento ejetor. O sucesso foi imediato e o DB5 ficou instantaneamente famoso. A parceria continuou em “007 contra a Chantagem Atômica”, de 1965, mais uma vez com o modelo e também estrelado por Sean Connery. Em “A Serviço de Sua Majestade”, de 1969, o DB5 aparece mais uma vez, mas desta vez sem grande destaque. Mas a culpa talvez seja pela trama fraca, que teve o “reforço” da atuação insípida de George Lazenby no papel do agente com licença para matar.
 

Aston Martin DB5 com Sean Connery

Os carros da Aston Martin só voltaram aos filmes do agente secreto 20 anos depois, em “007 Marcado para a Morte”. O filme, estrelado por Timothy Dalton, traz o V8 Volante usado pelo próprio Victor Gauntlett, dono da empresa na época. Assim como o DB5, o conversível traz diversos equipamentos que ajudam Bond, como uma turbina na traseira, raios laser nas rodas dianteiras e mísseis teleguiados instalados sob os faróis de neblina.

Após o filme, a parceria entre Bond e Aston Martin ficou paralisada mais uma vez. O retorno aconteceu em 2002, com “Um Novo Dia Para Morrer”, com Pierce Brosnan envergando o indefectível “smoking” do mais elegante agente “double zero”. O automóvel usado era um Vanquish que tinha pneus com travas para melhor tração na neve, sistema de invisibilidade, metralhadoras e – mais uma vez – assento do passageiro ejetável. Que felizmente Bond não usou para despachar a sensual agente Jinx, interpretada pela atriz Halle Berry.

A Aston Martin continuou na franquia cinematográfica nos três filmes seguintes, todos estrelados por Daniel Craig. Em “Casino Royale”, de 2006, e “Quantum of Solace”, de 2008, James Bond pilota um DBS, mas sem nenhuma grande invenção para ajudá-lo. No último filme, “Skyfall”, de 2012, a estrela volta a ser o DB5, que ainda recupera os mesmos equipamentos do original de “Goldfinger”. 
 
 
Aston Martin Vanquish

Fonte: Motrdream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
Comente está postagem.

Nenhum comentário: