Discovery 4 HSE oferece bastante conforto e requinte sem deixar de lado as melhores tradições “off-road” da Land Rover
O lançamento do Range Rover Evoque fez um estrago no restante da gama Land Rover, assim como em todo o mercado de utilitários de luxo. Praticamente todos os modelos do segmento perderam vendas, “sugadas” pelo carisma do bem sucedido “baby Range”.
Embora também tenha sido afetado, o Discovery, no entanto, consegue
manter uma razoável clientela, fiel a seus atributos. São cerca de 100
unidades por mês, procuradas por consumidores que valorizam justamente o
fato dele ser bem diferente do novato da marca. O visual “fashion”, o
estilo moderno e charme urbano do Evoque dão lugar a atributos mais
pragmáticos – praticidade, simplicidade e discrição. O Discovery é
atualmente o carro que melhor sintetiza os valores históricos da Land
Rover, com sua inquestionável valentia fora-de-estrada. Mas também há
espaço de sobra para as famílias mais abastadas – e muita sofisticação a
bordo.O lançamento do Range Rover Evoque fez um estrago no restante da gama Land Rover, assim como em todo o mercado de utilitários de luxo. Praticamente todos os modelos do segmento perderam vendas, “sugadas” pelo carisma do bem sucedido “baby Range”.
O Discovery 4 HSE, a versão topo do jipão inglês, é equipado com o novo câmbio de oito marchas, responsável por melhorar o rendimento do motor biturbo SDV6, com seis cilindros e 256 cv – ele também foi atualizado, já que o anterior produzia 245 cv. O torque se manteve em bons 61,2 kgfm, disponíveis a apenas 2 mil rotações. O propulsor também passou a equipar toda a linha 2013 – até o ano passado, a versão básica S vinha com o 2.7 TDV6 de 195 cv. A nova transmissão – que traz o famoso seletor giratório já conhecido dos Range Rover Vogue e Evoque e dos modelos da Jaguar – é quem ajuda a fazer os 2.583 kg do Discovery acelerarem de zero a 100 km/h em decentes 9,3 segundos e à velocidade máxima de 180 km/h, limitados eletronicamente. A tração é permanente nas quatro rodas, controlada pelo eficiente Terrain Response. Ele acerta diversos parâmetros do carro para o melhor comportamento em situações de asfalto, neve, areia, cascalho ou pedras. A resposta do acelerador é alterada e até a distribuição do torque pode mudar para que o jipão se saia bem em qualquer obstáculo.
Por fora, nada indica as mudanças sofridas na mecânica. O visual lançado em 2010 se manteve inalterado. Estão lá as linhas “quadradonas” e sisudas do modelo, mas que até lhe conferem alguma personalidade – austera, mas marcante. Os traços simples, com muitas superfícies planas conferem muita robustez ao conjunto. O Discovery é um carro grande, com 4,82 m de comprimento, 1,91 m de largura e nada menos que 1,88 m de altura, que o deixam fácil de achar em qualquer estacionamento. Apesar de bastante evoluído, o desenho imponente ainda traz muitas referências à primeira geração do modelo.
Mas é no interior que o jipão mostra suas qualidades mais surpreendentes. A quantidade de equipamentos de série da versão HSE impressiona. Além dos itens “básicos chiques” num carro de mais de R$ 300 mil, como ar-condicionado automático, revestimentos em couro e sensores de estacionamento, o modelo traz um competente sistema de entretenimento com 17 alto-falantes Harman-Kardon, comandados por uma tela sensível ao toque de 7 polegadas no centro do painel. Nele podem ser reproduzidos DVDs, CDs e mídias digitais para todos os ocupantes, que contam ainda com fones de ouvido sem fio – para a diversão de um não atrapalhar a do outro. Além disso, as dimensões avantajadas garante bastante espaço para os sete ocupantes – mesmo com as três fileiras erguidas, ainda sobram 280 litros no porta-malas.
Tanto luxo e tecnologia não custam barato. A versão topo sai por R$ 321.900, nada menos que R$ 53 mil a mais que a intermediária SE – e R$ 78 mil a mais que a básica S. Esses valores pagam itens como o teto solar triplo, bancos com ajustes elétricos, faróis de xenon adaptativos, a tela sensível ao toque, que também mostra imagens do GPS e da câmara de ré e até uma pequena geladeira embutida no console central dianteiro. O Discovery HSE custa consideravelmente mais que qualquer possível concorrente. Como trata-se de um segmento de mercado onde quem compra não está exatamente preocupado em economizar tostões, o preço elevado pode ser apenas um detalhe.
Ponto a ponto
Desempenho – A força com que o Discovery é impulsionado chega a ser surpreendente. O seis cilindros diesel tem poder suficiente para carregar os 2.583 kg do utilitário sem dificuldades. São 256 cv e 61,2 kgfm – estes disponíveis a apenas 2 mil rotações –, que deixam a impressão de sobrar motor no jipão. As arrancadas são decididas e praticamente não há hesitação ao acelerar, ainda que não disfarce as duas toneladas e meia de peso. Mesmo em alta rotação, o propulsor se mantém suave. O novo câmbio de oito marchas ajuda bastante no desempenho – são apenas 9,3 segundos para acelerar de zero a 100 km/h –, ainda que eventualmente titubeie alguns instantes para achar a marcha mais indicada para algumas retomadas – e aí sim o Discovery dispara. Nota: 9.
Estabilidade – Com um acerto de suspensão mais voltado para o conforto, o jipão inclina sem cerimônia nas curvas mais fechadas. Mesmo com toda a parafernália eletrônica, com sistemas de controle de estabilidade e tração, o centro de gravidade alto cobra seu preço. Nas estradas sinuosas, tais inclinações podem até dar alguns sustos no motorista – mesmo que não ocorram efetivos descontroles. Nas retas, entretanto, o Discovery é extremamente bem assentado e seguro. Já direção é um tanto anestesiada e tem pouco “feedback” das rodas dianteiras. Nota 7.
Interatividade – A versão topo HSE traz o máximo que um Discovery pode oferecer. Não faltam itens como tela sensível ao toque de 7 polegadas, sistema de som da marca Harman-Kardon com 17 alto falantes, GPS e conexões Bluetooth para celulares. No entanto, o software de controle tem processamento um tanto lento, ainda que seja fácil de usar. O Terrain Response é praticamente autoexplicativo, com diagramas que indicam a opção desejada. Todos os comandos são bem localizados e de uso simples, apesar da quantidade de funções. A posição de dirigir é das melhores, com diversos ajustes elétricos do banco e volante – que traz comandos do som, computador de bordo, controlador de velocidade de cruzeiro e telefone. Nota 9.
Consumo – O motor biturbo SDV6 consegue ser relativamente econômico. O InMetro não recebeu nenhuma unidade do carro para testes, mas foi possível atingir os 9 km/l de diesel em ciclo misto. Nota 8.
Tecnologia – O Discovery 4 é recente – foi lançado em 2010 – e usa uma evolução da arquitetura do modelo antigo, o 3, lançado em 2004. Ele é lotado de tecnologia, com sistemas eletrônicos de controle dinâmico e “gadgets” de entretenimento. Os passageiros dispõem até mesmo de telas atrás dos encostos de cabeça dos bancos dianteiros, que podem exibir conteúdos diferentes de TV ou DVD, com o som transmitido por fones de ouvido sem fio. O Terrain Response dá um show à parte, ao acertar diversos sistemas do carro de acordo com as condições do piso, selecionadas pelo motorista. O motor diesel de seis cilindros também foi atualizado em 2012 para melhor rendimento. Nota 9.
Conforto – É admirável o nível de conforto a bordo do modelo. O jipão trata muito bem os ocupantes ao ignorar buracos e ondulações do terreno. O isolamento acústico é dos melhores e ajuda o interior a se tornar um ambiente muito agradável. Há espaço de sobra para cinco ocupantes e mesmo os dois da terceira fileira não têm razões para reclamar de aperto. O rodar sólido acentua a sensação de conforto e o habitáculo também é muito bem isolado das vibrações do motor, praticamente imperceptíveis. As formas quadradas da carroceria liberam bastante espaço para os ombros e cabeça dos ocupantes. Nota 10.
Habitabilidade – O acesso é facilitado pelo bom ângulo de abertura das quatro portas. Há boa profusão de porta-objetos, com enormes espaços nas portas, que comportam garrafas de até 1,5 litro e um grande alçapão no console central. Os passageiros de trás têm à disposição porta-revistas nos encostos dos bancos da frente. O porta-malas acomoda 1.260 litros com a terceira fileira rebatida – com ela no lugar ainda sobram suficientes 280 litros – e tem abertura ampla, que facilita a colocação de objetos. A tampa traseira divida cria uma plataforma para deslizar itens maiores para o interior. Nota 9.
Acabamento – Um dos pontos fortes do Discovery. A Land Rover se esmerou nos arremates do interior, com muito luxo e sofisticação. Os materiais usados são de primeira linha e traduzem bem os R$ 321.900 cobrados pelo carro. Todas as superfícies são revestidas em couro ou material emborrachado, com apliques de aço escovado e preto piano no painel. O nível de requinte é muito bom e o acabamento primoroso cria uma atmosfera de primeira classe. Nota 10.
Design – O Discovery é inegavelmente “careta”. As linhas retas e cantos bem marcados dão um ar sisudo ao Discovery. No entanto, os traços simples de fato confirmam a impressão de que a função se sobrepôs à forma no caso do modelo britânico. Ele é bem “parrudo” e impõe respeito por onde passa. A frente traz uma enorme grade dianteira, com o nome da marca estampado em alto relevo no capô. Os faróis quadrados contribuem para a falta de elementos muito marcantes. Atrás, lanternas verticais, com luzes redondas de led. Definitivamente, ter uma aparência mais dinâmica não estava na pauta do modelo. Nota 7.
Custo/benefício – É difícil justificar de forma muito lógica e racional a aquisição de um jipão de R$ 321.900. O Discovery HSE diesel é nada menos que R$ 21.400 mais caro que a mesma versão com motor a gasolina e R$ 53 mil acima da versão intermediária SE – que é razoavelmente menos equipada. Para itens importantes como o sistema de entretenimento a bordo, é necessário pular para a versão topo, que não possui concorrentes diretos. Uma Mercedes-Benz ML 350, com motor V6 a gasolina, custa R$ 335 mil e tem somente cinco lugares, enquanto um Audi Q7, também com um V6 a gasolina, sai por R$ 332 mil. É um valor alto, mas quem pode pagar leva para casa o prestígio da marca, o excelente conjunto mecânico – é o único do segmento com motor diesel e efetivas capacidades para um off-road severo – e todo o refinamento de um Discovery. Nota 5.
Total – O Land Rover Discovery 4 HSE somou 83 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Radical chique
O Discovery 4 é um daqueles carros que faz o motorista se sentir um pouco “dono da rua”. Seja pelas dimensões avantajadas, seja pela estirpe do emblema – que agrega o valor pago pelo carro e diferencia os ocupantes do restante dos “mortais”. A posição de dirigir, bem alta, e a ampla área envidraçada favorecem a visibilidade, muito boa para todos os lados. Do posto de condução, todos os comandos estão à mão e são simples de usar. No entanto, o que mais chama atenção no interior é a qualidade do acabamento, comparável a qualquer sedã de alto luxo. A sensação de requinte é sempre presente, com encaixes absolutamente perfeitos, silêncio quase absoluto e razoável dose de funcionalidade, com botões grandes – pensados para serem acionados até com luvas de frio grossas.
Em movimento, a qualidade construtiva se traduz num rodar muito sólido – pudera, são mais de 2,5 toneladas de metal se deslocando. A suspensão a ar deixa longe dos ocupantes a maior parte dos solavancos e o Discovery desfila silencioso pelo trânsito. O motor de 3.0 litros diesel parece ter força de sobra para levar o jipão – são 9,3 segundos para chegar aos 100 km/h e a velocidade máxima é limitada a 180 km/h. Após um ligeiríssimo “delay”, o vigor surpreendente nas arrancadas. O novo câmbio de oito marchas, no entanto, melhorou bastante o comportamento do carro. Ele mantém por mais tempo o motor na faixa ideal de funcionamento, que torna as progressões mais consistentes e rápidas. As trocas são muito suaves e razoavelmente rápidas. Os 61,2 kgfm de torque dão a segurança necessária para qualquer ultrapassagem na estrada, ou mesmo superar obstáculos para os quais o Discovery foi projetado.
A suspensão a ar dá ao modelo um conforto digno de sedã de luxo. E o volante um tanto “anestesiado” ainda reforça essa impressão. Valetas e buracos são muito pouco sentidos no interior, mesmo com as rodas de 20 polegadas sobre os piores asfaltos. O problema é que a maciez do conjunto continua quando se dirige mais rápido e o utilitário certamente não tolera muito vigor nas curvas. Ele balança e inclina sem cerimônia – e chega a assustar. Convém respeitar os limites impostos principalmente pelo 1,88 m de altura da carroceria, que desencorajam qualquer condução mais esportiva. Além disso, o baixíssimo nível de ruído mascara a velocidade em que se trafega e é fácil se pegar andando consideravelmente acima dos limites de velocidade.
Pelo menos, os ocupantes não deverão reclamar de aperto ou tédio no interior. Além do espaço abundante, há uma tela de 8 polegadas em cada encosto de cabeça dos bancos dianteiros, que podem exibir filmes em DVD, videogames ou até televisão para a segunda e terceira fileira de assentos. Quem vai atrás também tem ar-condicionado exclusivo, com comandos dedicados e mais dois tetos solares – são três no total. Além de encarar sem medo os piores caminhos fora-de-estrada, o Discovery até que se sai muito bem como um carro familiar de alto luxo.
Ficha técnica
Motor: Diesel, dianteiro, longitudinal, 2.993 cm³, biturbo, seis cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro e comando duplo de válvulas no cabeçote. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de oito marchas à frente e uma a ré. Tração integral com cinco modos de tração para terrenos diferentes, reduzida e bloqueio do diferencial traseiro. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 256 cv a 4 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 9,3 segundos
Velocidade máxima: limitada eletronicamente a 180 km/h.
Torque máximo: 61,2 kgfm a 2 mil rpm.
Diâmetro e curso: 84,0 mm X 90,0 mm. Taxa de compressão: 16,0:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo double wishbone, com molas e amortecedores pneumáticos automaticamente reguláveis. Traseira independente do tipo double wishbone, com molas e amortecedores pneumáticos automaticamente reguláveis. Oferece controle eletrônico de estabilidade e controle eletrônico de descidas.
Pneus: 255/55 R20.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás. Oferece freios ABS com EBD de série.
Carroceria: Utilitário esportivo com chassi sobre longarina com quatro portas e sete lugares. Com 4,82 metros de comprimento, 1,91 m de largura, 1,88 m de altura e 2,88 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Peso: 2.583 kg.
Capacidade do porta-malas: 280 litros/1.260 litros com os bancos da terceira fila rebatidos/2.558 litros com os bancos da segunda e da terceira filas rebatidos.
Tanque de combustível: 82 litros.
Produção: Solihull, Inglaterra.
Lançamento mundial: 2009.
Lançamento no Brasil: 2010. Atualização: 2012.
Itens de série: Ar-condicionado automático, airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS com EBD, direção hidráulica, computador de bordo, trio elétrico, desembaçador do vidro traseiro, sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré, rádio CD/USB/MP3/Bluetooth com tela sensível ao toque de 7 polegadas, bancos em couro com ajustes elétricos, controlador de velocidade de cruzeiro, faróis de neblina, apliques cromados, rodas de 20 polegadas, descansa-braço central para o motorista, volante multifuncional, geladeira embutida no console central, teto solar panorâmico, faróis de xenon adaptativos, leds diurnos, sistema de entretenimento traseiro.
Preço: R$ 321.900.
Prós
# Desempenho
# Espaço interno
# Conforto
Contras
# Preço
# Estabilidade em curvas
Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br/
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