May vai ao Marrocos e passa um fim-de-semana poeirento com o novo crossover da Dacia. Ele fará a glândula efervescente do James tremer? Continue lendo para descobrir.
Bom, pelo menos poderemos lembrá-lo em seu auge,
quando ele brilhou brevemente no firmamento como uma estrela-guia, e
talvez agradecermos por ele ter sido tirado de nós no ápice da sua fama.
Seria parecido com a Princesa Diana.
Boas notícias! Até lá poderemos comprar o Dacia
Duster, e a preços que começam abaixo das £11 mil (R$36 mil). Nós
vivemos em um mundo onde produtos de limpeza automotivos têm nomes que
invocam performance – cera Turbo, pretinho Supercarro – mas eis um carro
humildemente batizado com o nome de algo que você pdoerá usar para
limpá-lo. Espero que possamos ter o Dacia Esponja e o Dacia Balde.
O que é o Duster? Não o confunda com aquela
catástrofe da Dacia que tinha o mesmo nome. Isto é um carro de cinco
lugares corpulento com uma distância exagerada do solo, bons ângulos de
entrada e saída (que em bom português significa “difícil raspar a frente
e a traseira no chão”), motores Renault e pacotes de equipamentos bem
austeros.
Na versão básica, ele tem um motor 1.6 a gasolina e tração dianteira,
mas também pode ter um 1.5 a diesel e tração integral. O Dacia Duster
com tração integral tem um engenhoso diferencial central que pode
dividir a potência automaticamente entre as rodas dianteiras e
traseiras, dependendo das condições da estrada, ou pode ser travada. Mas
não tem uma marcha reduzida, sistema para descida de ladeiras ou
qualquer outra besteira para prepará-lo para diferentes superfícies. É o
que antes era conhecido como um veículo off-road “grass and gravel”
(“grama e terra”).
Já que estamos no assunto, o que é a Dacia? Os
cínicos dizem que é uma maneira para a parceria Renault/Nissan produzir
carros baratos para os pobres sem apequenar a magia (sic) associada às
suas marcas existentes e estabelecidas, e outras besteiras de marketing.
Outros dizem que é um exercício em pragmatismo extremo, um claro
experimento em voltar ao básico do automobilismo através de carros que
são um tanto desinteressantes mas de procedência fidedigna. A ligação
entre Dacia e Renault funciona muito bem – a Renault oferece
conhecimento e evita que a Dacia fique tecnicamente moribunda, a Dacia
evita que a Renault seja “francesa” demais e acabe deixando-se levar.
Gosto muito da aparência do Duster. Não parece
mal-encarado, e é amavelmente corpulento, ao invés de querer parecer
muito “macho”. As rodas com seu tamanho normal ajudam, assim como sua
cara ligeiramente estúpida. O nome “Duster” está escrito na tampa
traseira com letras individuais e maiúsculas, como deveria ser. Se vai
dar ao seu carro um nome bobo, então não banque o covarde. Ele é bem
grande, o interior é alto e espaçoso e o porta-malas é enorme.
Sua cabine é bem “pelada”, para ser honesto. Ele não
tem ar-condicionado, vidros ou travas elétricas como itens de série, mas
estão disponíveis como opcionais, e nenhuma música que você escolha no
seu iPod jamais será exibida numa tela separada junto ao velocímetro, ou
nada do tipo. Não tem opção de câmbio automático. Pelo menos, quando
decidir pela versão 4X4 a diesel, você adicionará o controle do
diferencial ao deserto árido que é o painel do Duster, e aumentará o
número de comandos em cerca de 10%.
Mas ele não é ordinário. É como um hotel Formule 1,
onde os quartos e os banheiros parecem uma única peça de plástico
moldado, mas nada está fora do lugar e tudo funciona.
Quanto ao carro em si, é possível olhar com cinismo
para seu lançamento também. Ele aconteceu no Marrocos, o que pode
parecer uma tentativa barata de distorcer todo essa história de
pragmatismo com uma leve pitada de misticismo e exotismo. Carro chocho,
lançamento glamoroso: uma vez eu fui ao lançamento de um novo Bentley, e
ele aconteceu num posto de beira de estrada.
Mas verdade seja dita, a rural Marrocos acaba
ajudando. Aqui, o carro ainda é um bem muito caro para a maioria das
pessoas, muitas das estradas estão destruídas, e ele tem que estar
preparado para o que der e vier, mais ou menos como as mulas.
Neste quesito, o país não é muito diferente do
interior britânico; a maior parte dele também está inacabada. Um amigo
fazendeiro confirma que, no campo, a maior parte dos chamados “eventos
off-road” acontecem em trilhas e durante encontros druídicos. Para este
tipo de coisa, o Duster é muito bom, e eu até consegui fazer a versão
4X2 transpor uma ravina bem formidável e até uma pequena montanha para
confrontar algumas cabras. As extremidades curtas e a distância do solo
ajudam aqui, mas a ajuda menos óbvio é o peso de apenas 1.160 kg, ou
menos que o meu velho Porsche 911 dos anos 1980.
Com a tração integral e o motor a diesel, ele é
realmente impressionante. Não, você não poderá descer uma montanha com a
ajuda de uma marcha reduzida, como faria com um Land Rover, mas a bem
da verdade, ninguém realmente faz isso: é apenas um truque para cursos
off-road. E mesmo assim, o Duster pesa apenas 1.250 kg, o que ainda é
menos que o meu velho 911.
No asfalto, o nome “Duster” (“tempestade de areia”)
parece um tanto otimista. A versão a gasolina precisa ser forçado
bastante, e mesmo o diesel com todo seu torque não lhe dará muitas
chances de esfregar o nome “Duster” na tampa traseira na cara dos donos
de carros mais bacanas. Mas é razoavelmente refinado, e a suspensão,
essencialmente “une produit de France”, é bem macia e, portanto, muito
bem-vinda.
O que estou dizendo aqui é que o Duster é meio que um
carro, e nada mais. Pode parecer que faltam muitas coisas, mas isto
significa que o que está no carro está bem visível e evidente. O
problema das marcas desconhecidas (Proton, Perodua e Hyundai há não
muito tempo) é que sofrem do estigma de que são para pessoas que não
poderiam, de outra maneira, conseguir comprar um carro em seus países de
origem. Este parece ser um pouco diferente. Ele pode muito bem ser um
carro sensato para quem é extremamente sensato.
Posso pensar em dois compradores óbvios. Um seria um
fazendeiro, pois o Duster parece ser robusto, é mais do que capaz para a
labuta off-road, tem espaço atrás para ovelhas ou para a esposa, e até
que é fácil de lavar. Fazendeiros tem um certo histórico neste tipo de
coisa, com o Lada Niva e a picape Subaru 1800.
O outro são jovens. O Duster não custa muito, terá
uma manutenção fácil, a versão 4X2 a gasolina deve conseguir uma média
de 17,7 km/L se dirigido com cuidado, o seguro não deverá ser muito
alto, tem muito espaço para os amigos e toneladas de espaço no
porta-malas para uma barraca e um narguilé, e pode até voltar de
Glastonbury intacto. Ele também é agradavelmente “anti-fashion”.
É um carro barato. Também é básico, não é
particularmente excitante, definitivamente não é glamoroso e não posso
fingir que ele me faz sentir a efervescência. Mas ele não é nem um pouco
horrível. Na verdade, acho que ele pode ser um pouco “cool”.
Fonte: topgearbr
Disponível no(a): http://topgearbr.wordpress.com/
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