Motor 2.0 turbo de 245 cavalos e suspensão são pontos altos no Série 3.
Interior é sóbrio, mas completo; isolamento acústico poderia ser melhor.
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Há um senso comum entre os entusiastas de automóveis que diz que, reparando nas três principais marcas premium alemãs – Audi, BMW e Mercedes-Benz – , é possível notar uma clara distinção de personalidade entre elas.
Fazendo um paralelo com seres humanos, é como se a Audi fosse um cidadão alemão moderno, a BMW um alemão "louco" (no bom sentido) e a Mercedes um alemão que reverencia a tradição. Exageros à parte, é simples concluir que há três propostas diferentes entre essas fabricantes. Não é o caso de se tratar do jeito certo ou errado de se fazer carros, mas de como eles podem ser feitos.
Isso fica bem claro após o primeiro contato com a nova geração do BMW Série 3 e a consequente constatação de que ele é muito diferente dos seus históricos competidores, Audi A4 e Mercedes-Benz Classe C . Novamente, decidir qual desses três carros é melhor é uma mera questão de preferência pessoal e do que se espera de um sedã do tipo. É inegável, contudo, que a estrela (desculpe, Mercedes) da BMW faz o coração de quem gosta de dirigir bater um pouco mais rápido.
O G1 avaliou a versão 328i Luxury (R$ 212.950) da nova geração do Série 3 em um percurso de pouco mais de 20 km na região de Itupeva, no interior de São Paulo. O trajeto foi totalmente rodoviário, e mesclou um trecho da Rodovia dos Bandeirantes com 6 km de uma estrada particular cheia de curvas.
'Angry bird'
O novo desenho dos faróis do BMW Série 3 entrega a vocação esportiva do carro e é a novidade mais notada. Mais afilado em sua porção próxima à grade, ele cria um conjunto com esse elemento, dando a sensação de unidade e dotando, assim como no novo Série 1, o carro de um olhar parecido com um Angry Bird, personagem do jogo que virou febre em celulares. O visual "malvado" é endossado pelo capô musculoso e pela entrada de ar no para-choque.
O interior dos BMW é, tradicionalmente, sóbrio, quase como se quisesse disfarçar as virtudes do carro. Uma rápida olhada poderia causar expressões do tipo “pobre” e “sem graça” naqueles que não são iniciados no estilo da marca. Expoente disso é o quadro de instrumentos, que é avesso a cores ou itens tecnológicos, podendo ser considerado até simples demais para um carro de alma premium.
A lista de equipamentos contempla desde o trivial para um carro desse segmento (ar-condicionado, central multimídia, direção elétrica, volante multifuncional, memória de posição dos bancos, entre outros) a itens mais avançados, como o sistema Start-Stop (que desliga o carro em paradas, como nos semáforos), três modos de condução (esportivo, confortável e econômico), que ajusta parâmetros como a resposta do acelerador e a assistência na direção; e o controle de estabilidade (DSC), que monitora outros sistemas como os freios ABS, o diferencial traseiro e os controles de tração, de frenagem em curvas e de secagem dos freios.
Ao volanteÉ possível notar que a condução do novo Série 3 é especial já nos primeiros metros. O motor 2.0 de quatro cilindros turbo oferece disposição em todas as rotações. Ele é dotado de injeção direta e abertura variável das válvulas. São 245 cavalos de potência e um torque de 30 kgfm já aos 1.250 rpm, o que garante arrancadas e retomadas vigorosas, com uma nota grave saindo do escapamento. E sem beber demais: segundo a BMW, a média de consumo é de 15,6 km/l, considerando a gasolina europeia.
A suspensão inclina pouco e, com a condução ajustada eletronicamente para o modo esportivo, a direção fica no peso ideal para que a mistura entre diversão e segurança ocorra perfeitamente. A estabilidade é total, sem qualquer intervenção de controles eletrônicos, e coloca uma dúvida na cabeça do motorista: qual é o limite desse carro? O Série 3 causa uma sensação diferente do "andar sobre trilhos" dos carros dotados de tração nas quatro rodas. É tão eficiente quanto, porém, mais visceral. A conta é cobrada nos pisos irregulares, quando o BMW sacoleja um bocado e a suspensão bate de forma seca – efeito que já foi pior no passado.
A (talvez única) crítica diz respeito ao isolamento acústico das portas. Por vezes o barulho do ar sendo cortado pela carroceria do sedã deu a impressão de que uma pequena fresta da janela estava aberta.
ConclusãoAo fim do teste, fica fácil entender a diferenciação entre Audi, BMW e Mercedes citada anteriormente e, nessa consideração, representados por A4, Série 3 e Classe C, respectivamente. O "moderno" do Audi é a tecnologia a bordo do A4, o "tradicional" do Mercedes-Benz vem na forma do conforto que o Classe C oferece, e o "louco" do BMW se personifica no prazer ao dirigir do Série 3. Cada um vai muito bem na sua proposta. Quem gosta de dirigir, entretanto, tende a escolher o último, naturalmente.
Fonte: G1
Disponível no(a): http://g1.globo.com/carros/
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