10 de mai. de 2012

Teste: Mercedes-Benz SL é um sexagenário sexy

Fotos: Divulgação
Teste: Mercedes-Benz SL é um sexagenário sexy
Ícone da marca alemã quer chegar aos 60 anos com visual apto para conquistar novas gerações

por António de Sousa Pereira
da AutoMotor/Portugal
exclusivo para Auto Press


Quando o assunto é um novo Mercedes-Benz SL, é quase impossível não evocar o modelo original, ainda mais quando ele está prestes a completar 60 anos de existência. Mesmo que seja para exaltar o começo de uma das histórias mais bem-sucedidas da indústria automobilística, com mais de 650 mil unidades vendidas no mundo, um marco para um carro de luxo. Agora, na sexta geração, o SL aponta para o futuro sem perder a ligação com o memorável passado, com a manutenção dos preceitos básicos para um representante da classe "Sport Leicht" – esportivo leve, em alemão.


A nova carroceria é quase totalmente em alumínio, à exceção dos materiais compostos usados no teto rígido retrátil e nos reforços estruturais. Há ainda magnésio na moldura da capota e na cobertura do tanque de combustível. Com todas essas soluções, a estrutura básica do SL pesa apenas 254 kg, nada menos que 110 kg mais leve caso se fosse inteiramente de aço. A redução de peso ainda passou por outras áreas, que resultaram num total de 1.685 kg para o SL 350 – a versão mais simples – e 1.785 kg no SL 500. Em média, os dois estão 130 kg abaixo de seus antecessores, mas ainda conseguem 20% a mais de rigidez torcional, crucial num carro desenvolvido para rodar boa parte do tempo sem teto. A variante mais "simples" usa um V6 de 3.5 litros e 306 cv, enquanto a topo traz um V8 biturbo de 4.7 litros e 437 cv, esta capaz de levar o carro do zero aos 100 km/h em apenas 4,7 segundos e à velocidade máxima limitada eletronicamente de 250 km/h.



Uma das maiores características do novo SL é o significativo aumento de tamanho em relação ao anterior. São 5 cm a mais no comprimento e 5,7 cm na largura, que lhe conferem um porte ainda mais imponente e liberam mais espaço para os passageiros. Estes, aliás, continuam sendo muito bem tratados no interior luxuoso, marcado pela extrema qualidade construtiva e materiais de primeira linha. Também não falta tecnologia a bordo. O roadster volta a oferecer o interessante Airscarf, que sopra ar quente na altura do pescoço dos ocupantes, útil quando se deseja andar com a capota aberta mesmo em dias frios. Há ainda o sistema Hands-free Access, que permite abrir e fechar as portas sem o uso da chave, e ainda incopora a abertura do porta-malas com um passar de pé sob o para-choque traseiro. Ao contrário de carros mais simples, a mala também pode ser fechada pelo dispositivo.

O próprio teto retrátil é uma das estrelas do carro. Disponível em três versões: todo em chapa, com a seção central de vidro ou ainda o Magic Sky, que estreou no menor SLK. Com ele, os ocupantes podem selecionar ao toque de um botão a transparência do vidro, que vai de totalmente translúcido a inteiramente opaco. Qualquer uma das opções ainda é 6 kg mais leve que o SL anterior, e o processo de abrir ou fechar leva 20 segundos. O que altera a capacidade do porta-malas: são ótimos 504 litros com o teto no lugar e bem razoáveis 364 litros com a capota recolhida. Ainda que as linhas do novo carro não conquistem todos os olhos de imediato, é inegável a evolução em relação ao carro antigo, e que certamente faz do novo um legítimo representante da linhagem mais alta da Mercedes-Benz. Tudo isso, no entanto, tem um custo. Na Europa, o SL 350 não sai por menos de 93 mil euros – R$ 235 mil –, enquanto o SL 500 custa 117 mil – R$ 295 mil, antes da adição de qualquer opcional da enorme lista disponível. Para o Brasil, a Mercedes-Benz deve trazer o novo carro no segundo semestre de 2012. O preço ainda não foi confirmado, mas certamente será mais caro que os cerca de R$ 410 mil que a marca pedia pelo antigo SL 350 com motor V6.


Primeiras impressões


Melhor safra

Marbella/Espanha – Dirigir o novo SL é confirmar, na prática, toda a teoria acerca do roadster. A gama é inicialmente composta por duas versões, a SL 350, com um V6 de 3.5 litros, e a SL 500, equipada com um V8 de 4.7 litros e 435 cv, a única disponível para avaliação durante a apresentação do carro. Ambas usam o câmbio automático 7G Tronic, de sete marchas, com opção de trocas no volante e sistema start/stop. Além disso, os dois podem ser equipados com amortecedores controlados eletronicamente, num sistema que dispensa barras estabilizadoras.

Em qualquer caso, o SL 500 se destaca ao combinar de forma primorosa conforto e eficácia, adaptando-se com a mesma facilidade a uma tocada calma ou a uma condução mais esportiva, onde mostra notável estabilidade e agilidade. O motor responde sempre com prontidão às solicitações do acelerador e encanta pela som emitido pelo escapamento, principalmente em altos regimes. O sistema de direção, com assistência eletro-mecânica, também merece menção honrosa por ser uma das melhores do segmento, com relações diretas e peso correto em qualquer situação.


O isolamento acústico é outro item digno de nota. Com a capota recolhida e o defletor no lugar, o nível de ruído é surpreendentemente baixo a velocidades de até 160 km/h, prova de que as linhas exteriores – mesmo não sendo um consenso sobre beleza – dão ao roadster uma ótima aerodinâmica, com um coeficiente de apenas 0,27. Com o teto fechado, o conforto é semelhante ao de um sedã de alto luxo.

Por dentro, o único senão vai para o recorrente arranjo de alavancas ao redor do volante usado pela Mercedes. Praticamente todas as funções são concentradas num único satélite e é fácil acionar por engano o controlador de velocidade de cruzeiro quando na verdade se deseja dar seta. Mas são apenas detalhes, que não chegam perto de manchar a reputação do luxuoso e icônico conversível alemão.


Ficha Técnica


Mercedes-Benz SL 500

Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 4.663 cm³, oito cilindros em V, biturbo, com quatro válvulas por cilindro e comando duplo de válvulas no cabeçote. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de sete marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 435 cv a 5.250 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 4,6 s.
Velocidade máxima: 250 km/h.
Torque máximo: 70,6 kgfm entre 1.800 e 3.500 mil rpm.
Diâmetro e curso: 92,9 mm x 86,0 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo Multilink, com molas helicoidais, amortecedores telescópicos hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira do tipo Multilink, com molas helicoidais e amortecedores telescópicos hidráulicos. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 255/40 R18 na frente e 285/35 R18 atrás.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás.
Carroceria: Roadster em monobloco com duas portas e dois lugares. Com 4,61 metros de comprimento, 1,87 m de largura, 1,31 m de altura e 2,58 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cabeça.
Peso: 2.165 kg em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 364 litros.
Tanque de combustível: 73 litros.
Produção: Stuttgart, Alemanha.
Lançamento mundial: 2012.
Itens de série: Acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, bancos com ajustes elétricos, apoios de cabeça com sistema anti-ricochete, ar-condicionado automático, ABS, EBD, BAS, sistema detector de fadiga, bancos com aquecimento, rádio/CD/MP3/Bluetooth, coluna de direção ajustável eletricamente, cruise control, luzes de led, controle de establidade e de tração, trio elétrico, airbags frontais, laterais e de cabeça.
Preço na Europa: 117.096 euros (cerca de R$ 295 mil).


Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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