13 de mai. de 2012

Show de Maldonado por Rafael Lopes

Pastor Maldonado levantado por Fernando Alonso e Kimi Raikkonen no pódio de Barcelona

A Fórmula 1 viveu a história em Barcelona neste domingo. Pela primeira vez um piloto venezuelano venceu na maior categoria do automobilismo mundial. Pastor Maldonado, campeão da GP2 em 2010, foi perfeito neste domingo. Superado por Fernando Alonso na largada, o piloto da Williams teve uma incomum paciência, rara desde sua estreia, soube esperar e contou com a bela estratégia de sua equipe para superar o espanhol da Ferrari.
No fim da corrida, então, mostrou muita maturidade e soube administrar a vantagem, que terminou acima dos três segundos. Neste domingo, Maldonado deu show. E foi aprovado no vestibular de qualidade na F-1. De quebra, o piloto venezuelano ainda acabou com o jejum de vitórias da Williams, tradicional equipe da Fórmula 1 e que experimentava a decadência desde o fim da parceria de motores com a BMW. A equipe inglesa não subia ao alto do pódio desde o GP do Brasil de 2004, quando outro sul-americano, o colombiano Juan Pablo Montoya, dominou a corrida em Interlagos. Foi o 114º triunfo do time na categoria e justo no fim de semana em que foi organizada a comemoração dos 70 anos do fundador Frank Williams (a data do aniversário foi em 16 de abril, no GP da China). Pole position e vitória. Tem presente melhor?
Pastor Maldonado recebe a bandeirada
E a vitória de Maldonado ainda marcou outro fato histórico: cinco vencedores de cinco equipes diferentes nos cinco primeiros GPs. Isso não acontecia desde a temporada 1983, quando Nelson Piquet (Brabham), John Watson (McLaren), Alain Prost (Renault), Patrick Tambay (Ferrari) e Keke Rosberg (Williams) triunfaram no início do campeonato. É, sem dúvidas, a temporada mais equilibrada dos últimos anos. E não é só isso: ainda não dá para apontar uma equipe como a favorita ao título. E em Barcelona, pista preferida para testes por ter curvas de todos os tipos, Williams e Ferrari foram as que andaram melhor, junto com a McLaren. Mas ainda é cedo para falar sobre a relação de forças para as próximas corridas. Ainda mais depois de um início de temporada como esse. O fato é que o segundo lugar de Fernando Alonso mostra que a Ferrari evoluiu bastante em relação ao início do ano. O carro ainda tem deficiências, como a pouca velocidade de reta mesmo com a asa móvel (DRS) acionada e um alto desgaste de pneus, principalmente com os macios. Só que o espanhol pilotou muito e quase venceu a segunda no ano. A Lotus é outra equipe que vem muito forte, mas precisa melhorar seu início nas provas: Kimi Raikkonen foi o terceiro e Romain Grosjean, o quarto.
Fernando Alonso na corrida em Barcelona
Quem fez outra corridaça foi o japonês Kamui Kobayashi, da Sauber, que conseguiu uma excelente quinta posição ultrapassando adversários de equipes maiores. Sebastian Vettel manteve a liderança do campeonato com a sexta posição, com o mesmo número de pontos de Alonso, mas à frente nos critérios de desempate. Mas foi uma corrida decepcionante para a RBR, que ainda teve Mark Webber na 11ª posição. Outra frustração veio para a McLaren, que pintava como favorita nos treinos. Após a exclusão do treino e a perda da pole, Hamilton se recuperou bem, mas foi só oitavo. Jenson Button fez uma daquelas provas para esquecer e foi o nono. Para os brasileiros, uma corrida também muito ruim. Bruno Senna não se acertou com o carro durante todo o fim de semana e ainda se envolveu em uma polêmica com Michael Schumacher. Em uma disputa de posição, o brasileiro tentou defender, voltou para o meio da pista, mas o alemão da Mercedes perdeu o ponto de freada e acertou a traseira de sua Williams. Para mim, os dois tiveram sua parcela de culpa, mas os comissários da FIA não concordaram: puniram o heptacampeão – que perdeu a esportiva e chamou Bruno de “idiota” – com a perda de cinco posições no grid do GP de Mônaco. Bateu por trás… Levou a culpa.
Bruno Senna e Michael Schumacher na caixa de brita
Já Felipe Massa fez uma excelente largada e uma ótima primeira volta. Ele chegaria na zona de pontuação não fosse o drive through que recebeu por ignorar bandeiras amarelas (e não levar vantagem com isso). O brasileiro da Ferrari acabou apenas em 15º, uma volta atrás do companheiro Alonso. Não foi um bom fim de semana para ele, que teve problemas com o tráfego também no treino classificatório. Mas o crescimento do F2012 em Barcelona pode ser um alento para ele, ainda mais em Mônaco, próxima corrida da temporada, pista em que a velocidade final não faz muita diferença por causa da escassez de retas.
Fonte: voandobaixo
Disponível no(a): http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo
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