1 de mai. de 2012

Primeiras impressões: Audi S7


Eu gosto do Audi A7. Mas sempre senti que embora o V6 de 3,0 litros com supercharger e 314 cv seja mais que suficiente para a estrada, não consigo deixar de imaginar que esse carro merecia um V8. E ele acaba de ganhar um – o Audi S7 2013, um carro que é movido por um belo V8 capaz de acabar com qualquer piada sobre seu irmão de motor V6.

Nota: A Audi queria tanto que eu testasse o S7 que me convidou para a Alemanha para um hotel. Sério. Em Munique. E eles me compraram schnitzel de salsicha. Um monte. E aspargos. Aspargos estranhos, brancos, com formato fálico.
E que belo motor. Graças à suspensão a ar que deixa o carro 1 cm mais perto do chão que o A7, o S7 tem uma postura mais agressiva do que o já bastante atraente cupê de quatro portas. No mais, é basicamente o mesmo carro com um emblema novo – e rodas aro 21 opcionais. E, para quem acha que carro marrom é feio, a cor do carro que testei se chama “Rocky Mountain Brown”.

Por dentro, o mesmo interior suntuoso que você encontra no A7, com alguns detalhes exclusivos do S7 como costuras contrastantes no volante e bancos da linha S para todos o quatro passageiros, com costuras com um belo padrão em losangos.

Mas a história aqui é o motor. O downsizing no motor do modelo médio da linha S prova que tamanho não importa (ou ao menos é isso que eu fico dizendo a mim mesmo toda noite antes de dormir). Mesmo com dois cilindros a menos que o V10 biturbo de 4,0 litros que será substituído em todo carro S maior do que o S5, o novo V8 biturbo de 4,0 litros não deve muito a seu irmão mais velho. O novo motor entrega 425 cv – só 15 a menos que o V10.
Quando entrei na Autobahn ao sair daqui de Munique, porém, descobri que isso não importa. Graças aos gloriosos 56 kgfm de torque (versus 55 kgfm do V10), um chassi leve em alumínio e aço, e à nova transmissão S-Tronic de sete velocidades, o S7 é capaz de estimados 4,6 segundos para ir de 0 a 96 km/h – meio segundo mais rápido do que o S6 (tem até um sistema de controle de largada secreto que destrinchamos mais abaixo).

Melhor ainda, graças novíssimo sistema de “cilindros sob demanda” que desativa quatro dos oito cilindros ao rodar em velocidade de cruzeiro acima da 3ª marcha, é possível rodar economizando 25% mais combustível do que no motor V10 do S6 da geração passada. Que tal essa, pessoal verde?
Mas é justamente esse sistema a causa do único problema que eu tenho com o S7. É o mesmo problema que sempre me deixa com um pé atrás com sistemas de desativação de cilindros – eles são um tanto lentos em retomadas quando você pisa fundo. No entanto, não acho que a troca de quatro para seis cilindros tenha sido obstáculo no S7 (a Audi diz que dependendo do ponto de operação, a troca dura entre um e quatro centésimos de segundo) quando pisei no acelerador para ultrapassar uma fila de caminhões que se arrastavam na faixa da esquerda na Bundesautobahn 92.

Em contrapartida às preocupações, a Audi desenvolveu um sistema para monitorar os movimentos do motorista ao volante e o uso do acelerador. Então, por exemplo, se o sistema detecta um padrão irregular – como quando eu estava dirigindo por uma rotatória ou pisando repetidamente no acelerador em uma reta – os cilindros não são desativados. Isso ajuda, mas as regras para o sistema funcionar são bem complicadas. Basta dizer que mesmo com esse pequeno problema – e acreditem, é pequeno – a potência desse motor é mais que o suficiente para nos fazer esquecer do sonolento seis-cilindros debaixo do capô do A7.
Como usar o controle de largada do Audi S7
1 – coloque o controle de estabilidade no modo “sport” (aperte e segure por dois segundos).
2 – coloque o “Drive Select” no modo “dynamic”.
3 – pressione o freio com o pé esquerdo.
4 – pressione o acelerador com o pé direito.
5 – pé no porão.
6 – solte o freio.
Para segurar toda essa potência, a Audi equipou o S7 com discos ventilados (e perfurados na dianteira), fixados por pinças pretas de seis pistões que exibem o logo do S7 no eixo dianteiro e pinças de um pistão na traseira. Ou você pode optar por discos de freio de cerâmica e fibra de carbono com pinças cinza. Os freios de cerâmica frearam mais do que o suficiente para mim. Na verdade achei eles um tanto sensíveis – muitas vezes precisando de menos força do que eu esperava. Não importa, eles funcionam, e muito bem.
Graças ao à tração quattro com vetorização de torque, o S7 é bem preciso em curvas apesar do seu tamanho – 4,96 metros de comprimento – e peso – 1.945 kg. Sob condições normais, a engrenagem epicíclica distribui 60% do torque para o diferencial traseiro e 40% para a dianteira. Mas em caso de as rodas escorregarem, como, por exemplo, quando eu atingi um monte de terra com o pneu traseiro direito a caminho do lugar onde eu iria tirar fotos, o diferencial transmite a maioria do torque para o eixo com mais tração – nesse caso, o eixo dianteiro. Segundo a Audi, o sistema pode distribuir até 80% da potência para o eixo traseiro e no máximo 70% para o dianteiro.

Além disso, há um diferencial esportivo que vem de série no S7, que ajuda o torque todo a ir a uma única roda. Descobri que ele me ajudou a guiar melhor o carro por mais de uma vez quando atacava as tortuosas curvas Bávaras em alta velocidade, prevenindo minhas (necessárias e desnecessárias) correções.
Então, resumindo: o S7 não é perfeito, mas é muito, muito melhor do que o A7. A gente não vive em um mundo perfeito, mas ele me faz feliz no mundo imperfeito em que vivemos.
Fonte: jalopnik
 Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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