A Yamaha Corporation é um dos maiores conglomerados industriais dos Japão, com subsidiárias que produzem instrumentos musicais, motos de alta performance, home theaters, jet-skis, quadbikes e áudio profissional. Eles também se aventuraram no fantástico mundo dos automóveis esportivos na metade dos anos sessenta, quando criaram um projeto que foi recusado pela Nissan, mas que acabou se tornando o Toyota 2000GT – considerado por muitos o primeiro supercarro japonês.
Anos mais tarde, já no final da década de 80, a empresa se juntou à Ford para produzir os lendários motores SHO e aproveitou para dar um pulo na Fórmula 1. Apesar dos resultados insatisfatórios, a aventura da marca na categoria serviu como base para o OX99-11 o primeiro e único supercarro a ostentar a marca Yamaha.
A história do OX99-11 começa em 1989, quando a Yamaha iniciou sua incursão na Fórmula 1, fornecendo motores à fraca porém simpática Zakspeed, logo após o banimento dos turbocompressores. O motor contudo, era o mais fraco da temporada, com apenas 568 cv enquanto Judd e Cosworth extraíam 660 e os construtores de ponta chegavam aos 710 cv.
A equipe classificou-se para apenas quatro das 16 corridas da temporada, e acabou perdendo o patrocínio – o que a levou a abandonar a categoria, enquanto a Yamaha foi forçada a fazer de 1990 um ano sabático – que acabou servindo para que os japoneses reorganizassem seu projeto de motores criando a Ypsilon Technology, que faria a montagem e manutenção dos propulsores.
Em 1991 eles voltaram ao circo com um novo motor V12, de 3,5 litros chamado OX99, que equiparia a moribunda Brabham e seria o embrião do carro esportivo de rua da Yamaha.
Quando a Yamaha ingressou na Fórmula 1, o projeto já estava pronto, porém a fabricante não conseguiu encontrar um parceiro para fazer algo diferente de todos os demais esportivos da época. Os japoneses acabaram contratando uma empresa britânica chamada IAD, que prestava consultoria em engenharia e design para a indústria automobilística.
Em apenas doze meses os britânicos terminaram o desenvolvimento, inicialmente como um monoposto (foto acima), mas como a Yamaha desejava um carro de dois lugares, foi sugerida a configuração de lugares em tandem, onde o passageiro viaja atrás do banco do motorista – algo que combinava com as motos Yamaha.
Nascia o OX99-11, um carro feito para proporcionar uma experiência purista de condução. O chassi era feito de fibra de carbono, a carroceria de alumínio feita a mão, e o motor V12 de 3,5 litros e 60 válvulas era posicionado em posição central traseira, com 400 cv urrando a 10.000 rpm. As suspensões dianteira e traseira usavam braços triangulares sobrepostos (double wishbone), com acionamento dos amortecedores por pushrods.
Com essas especificações ele seria capaz de atingir os 100 km/h em 3,2 segundos e continuaria ganhando velocidade até os 350 km/h, quando a sexta marcha acabasse. Lembre-se que isso foi em 1992, o que fazia dele uma espécie de F1 amansado e carenado.
Apenas três carros foram construídos: um exemplar sem pintura usado nos testes, e dois para fotos de divulgação e apresentação à imprensa – um vermelho e outro preto. Pouquíssimas pessoas dirigiram o OX99-11. Um deles foi John Watson, ex-Fórmula 1, durante a apresentação do carro à imprensa. Outro foi o jornalista, consultor, escritor e vencedor de Le Mans em 1960 (pela Ferrari) Paul Frève. Ele disse que, apesar de bom e rápido, precisaria de refinamentos no manejo.
Contudo a essa altura a Yamaha e a IAD haviam entrado em desavença devido ao orçamento do projeto, que acabou “tirado” da IAD para ser finalizado na própria Ypsilon.
Com apenas seis meses para terminar o carro e uma recessão estourando no Japão, a Yamaha paralisou o projeto até 1994, prometendo retomá-lo quando a economia voltasse a se estabilizar. Mas ao perceber que não haveria clientes dispostos a comprar seu biposto de 800.000 dólares, a Yamaha cancelou definitivamente o projeto.
Um dos mais incríveis superesportivos já construídos estava morto antes mesmo de nascer.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br/
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