27 de mar. de 2012

Teste: Marcopolo Viale BRT encara trilhos de asfalto



Teste: Marcopolo Viale BRT encara trilhos de asfalto
Marcopolo inicia entregas do novo Viale BRT, sistema apontado como solução para o transporte público em grandes centros

Os BRTs viraram febre entre as prefeituras das grandes cidades brasileiras. Os “Bus Rapid Transit”, já populares em diversas capitais do mundo, pretendem suprir a falta do metrô com um sistema semelhante, mas com custo de implantação muito menor que o transporte de massa por trilhos. O BRT consiste em corredores especiais para ônibus, com paradas em plataformas niveladas com o piso do veículo e periodicidade controlada, tal qual um sistema de metrô. Os veículos têm maior capacidade que os ônibus urbanos, com o uso de chassis articulados. Em implantação no Rio de Janeiro, o sistema demandou o desenvolvimento de veículos mais modernos, segundo as exigências governamentais. Para atendê-las, a encarroçadora Marcopolo criou o Viale BRT, lançado após dois anos de pesquisas.
Com até 21 metros de comprimento, o modelo é capaz de levar 145 pessoas. Seu interior foi desenvolvido para maximizar o espaço para os passageiros. Foi dada maior atenção às áreas de circulação dentro do ônibus – a altura da carroceria foi aumentada para permitir a instalação de dutos de ventilação sem comprometer o espaço útil. As janelas são fixas e panorâmicas, com vidros colados, que favorecem a iluminação natural do interior. Além disso, o Viale BRT ainda pode ser equipado com conveniências como telas de LCD para monitorar as portas, câmaras de segurança e até acesso à internet sem fio no interior.


Para o motorista, computador de bordo, GPS, câmaras de ré, possibilidade de cabine isolada e câmbio automático para facilitar o trabalho. O posto de comando se assemelha ao de um ônibus rodoviário, com grande área envidraçada frontal que pretende melhorar tanto a visão do condutor para a rua quanto dos passageiros para os letreiros de itinerário. Por fora, luzes de leds – que incluem iluminação diurna – e design futurista, também inspirado em trens de alta velocidade. Repetidores das setas foram integrados aos retrovisores e as lanternas traseiras são verticais, para serem mais visíveis.

A maior novidade, no entanto, é o Sistema de Gerenciamento de Frota da Marcopolo. Além dos dados de uso de cada Viale, como velocidade média, tempo utilizado para cumprir cada viagem, combustível gasto, registro de defeitos e localização do veículo, outras informações podem ser repassadas para os terminais de embarque, como a distância do ônibus da estação e o tempo que ele levará para chegar até ela. Os passageiros poderão acessar essas informações até mesmo da internet, e programar suas saídas.

A Marcopolo usou nas primeiras unidades do Viale BRT o chassi Mercedes-Benz O 500 MA, com motor traseiro já adaptado às normas de emissões de poluentes Proconve P7. No fim de 2011, 87 unidades foram encomendadas para integrarem as primeiras linhas do sistema carioca. São estas que estão sendo entregues para começar a operar ainda no primeiro semestre de 2012.



Primeiras impressões

A nova fauna urbana
Caxias do Sul/RS – Só mesmo o design moderno do Viale BRT, inspirado no trem-bala, para evitar associações com os dragões do Ano Novo Chinês. O veículo foi projetado para serpentear com elegância às margens dos engarrafamentos, engrossados pela famigerada nova classe média brasileira. O projeto é seduzir esta legião de pródigos a deixar o carro na garagem e embarcar nas estações-plataforma. O BRT foi pensado para andar devagar. A velocidade máxima dentro da canaleta é de 60 km/h. O câmbio automático é configurado para neutralizar qualquer tentativa de uma condução menos civilizada.  Para manter o estresse do motorista em baixa, tudo é pensado para dar conforto e tranquilidade. O banco tem diversas regulagens – altura, inclinação do assento. No caso do modelo com motor Mercedes-Benz, não havia regulagem do volante – como existe em outras marcas.

No posto de condução, pode-se ter controle total sobre os passageiros que entram e saem através de uma tela de LCD, que zapeia entre as câmaras de cada porta. O câmbio eletrônico não tem sequer alavanca: as mudanças são feitas através de botões no painel que circunda o motorista. Além desses, são poucos comandos ali. Basicamente, controles para aberturas das portas, dos espelhos elétricos e alavanca do freio de estacionamento. O desenho dos espelhos foi uma solução interessante para melhorar a mobilidade dentro da cidade. Os retrovisores externos do BRT são colados à coluna dianteira. Os espelhos normais de ônibus rodoviários, que têm design similar ao BRT, avançam muito em relação à carroceria. Isso certamente provocaria conflitos, em ambiente urbano, com postes e galhos de árvore nas ruas.




Fonte: Motor Dream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br/
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Postado por: Ícaro Nunes

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