Compass é a resposta da Jeep ao aumento global da demanda pelos crossovers
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press
Se todo artista tem de ir aonde o povo está, todo o capitalista tem de ir aonde o lucro está. Isso explica as motivações mercadológicas do lançamento do Jeep Compass, apresentado em 2006, reformulado há um ano nos Estados Unidos e que acaba de desembarcar no Brasil. Marca do Grupo Chrysler, atualmente controlado pela Fiat, a Jeep construiu ao longo das últimas sete décadas uma sólida tradição no segmento dos 4X4 – tanto que o termo jipe se tornou sinônimo de veículo off-road. A capacidade dos carros da marca no fora de estrada conquistou fãs em todo o mundo. E muitos deles torceram o nariz quando a Jeep anunciou o lançamento do crossover Compass, com tração dianteira e configuração de mecânica e suspensão mais aproximada dos carros de passeio que dos utilitários.
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press
Se todo artista tem de ir aonde o povo está, todo o capitalista tem de ir aonde o lucro está. Isso explica as motivações mercadológicas do lançamento do Jeep Compass, apresentado em 2006, reformulado há um ano nos Estados Unidos e que acaba de desembarcar no Brasil. Marca do Grupo Chrysler, atualmente controlado pela Fiat, a Jeep construiu ao longo das últimas sete décadas uma sólida tradição no segmento dos 4X4 – tanto que o termo jipe se tornou sinônimo de veículo off-road. A capacidade dos carros da marca no fora de estrada conquistou fãs em todo o mundo. E muitos deles torceram o nariz quando a Jeep anunciou o lançamento do crossover Compass, com tração dianteira e configuração de mecânica e suspensão mais aproximada dos carros de passeio que dos utilitários.
Mas um fabricante de automóveis não existe para agradar consumidores “puristas” – existe para dar lucros aos seus acionistas. E foi em busca do lucro que a Jeep criou o Compass, que coloca a marca em um dos segmentos automotivos que mais se expandiu nos últimos anos – o dos crossovers, veículos de aspecto lameiro mas que não trazem obrigatoriamente maiores atributos para o fora de estrada. Nesse gênero de veículos, a imagem de robustez e esportividade é bem mais importante que a efetiva capacidade para enfrentar obstáculos ou acelerar forte. E, em termos de imagem off-road, a Jeep inegavelmente tem muito a oferecer. Tanto que o Compass se tornou um sucesso de vendas nos Estados Unidos e ajudou o Grupo Chrysler a ser a empresa automotiva que mais cresceu em 2011 no mercado norte-americano.
Além de inserir a marca em um novo
segmento, a proposta do Compass também é ser uma espécie de “carro de
entrada” da linha Jeep. O próprio “slogan” de lançamento do crossover –
“entre para o Mundo Jeep” – deixa essa intenção bem clara. É o único
Jeep oferecido abaixo dos R$ 100 mil – o preço de tabela está em
forçados R$ 99.900, fora o frete. Antes, a linha começava pelo Cherokee,
nas versões Sport – que custa atualmente R$ 109.900 – e Limited, pelo
Wrangler, nas versões Sport e Unlimited Sport, e pelo “top” Grand
Cherokee, nas versões Laredo e a “top” Limited, que atinge os R$ 175
mil.
E se a ideia é parecer um Jeep mesmo sem ser um jipe, a opção da marca foi adereçar o Compass com vários dos elementos estéticos presentes em seus veículos off-road. Lá estão a grade com sete vãos e as caixas de rodas angulosas, comuns aos modelos da marca. Os faróis do crossover lembram bastante os da Grand Cherokee. De perfil, o destaque criativo fica para a maçaneta traseira, que fica disfarçada na coluna da porta, como em alguns modelos da Alfa Romeo – também controlada pela Fiat. Já a traseira tem aspecto bastante robusto e conservador, valorizando os volumes das formas. A Jeep alega que buscou um visual contemporâneo, voltado para o público jovem. O conjunto até cumpre a função de inspirar força, mas não chega a inspirar jovialidade. É conservador e carece de maiores ousadias estéticas.
Por dentro, não há como escapar da sensação de que o Compass é o Dodge Journey da marca Jeep. Os padrões de acabamento e texturas são bastante similares e as diferenças se restringem às identidades estilísticas de cada marca. O Compass é confortável e elegante, sem extremos de requinte – bem dentro de sua proposta de ser um “carro de entrada” da marca. Em termos de segurança, a Jeep não economizou. Lá estão seis airbags – frontais, laterais e de cortina –, além de ABS, controle eletrônico de estabilidade e até monitoramento da pressão dos pneus.
Para mover o seu crossover de 1.424 quilos, a Jeep optou por uma motorização 2.0 litros de quatro cilindros em linha e 16 válvulas, que oferece 156 cv aos 6.300 giros e 19,4 kgfm em 5.100 rotações. Trabalha junto a um câmbio continuamente variável, que segundo a Jeep simula seis marchas. A marca informa que o seu mais novo modelo faz de zero a 100 km/h em 11,4 segundos e atinge a velocidade máxima de 180 km/h.
No Brasil, o Compass vai enfrentar muitos adversários – alguns do mesmo grupo, como Dodge Journey e Fiat Freemont. Além deles, encara Honda CR-V – que recebe uma nova geração ainda em março –, Kia Sorento, Mitsubishi ASX, Hyundai ix35 e Chevrolet Captiva, todos com preços entre R$ 80 mil e R$ 120 mil. Se conseguir herdar parte do prestígio no off-road da marca Jeep, pode dar trabalho à concorrência. E ajudar na ousada meta do Grupo Chrysler em 2012 – dobrar a quantidade de concessionárias e as vendas por aqui em relação a 2011.
Primeiras impressões
Questão de imagem
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press
Barueri/SP - Nas ruas e estradas da região de Barueri, na periferia paulistana, o Compass teve a chance de mostrar que a Jeep também pode se sair bem no asfalto, e não apenas fora dele. E a impressão inicial que deixou é de que a marca tem potencial para se estabelecer bem no novo segmento.
Entre os veículos do Grupo Chrysler, em termos de performance dinâmica, o Compass se assemelha bem mais a o Dodge Journey do que dos outros veículos da Jeep, como Cherokee, Wrangler e Grand Cherokee. Na estrada, se mostra um crossover correto, mas que não transmite grande exuberância em termos de desempenho. Seu motor de 156 cv não permite uma performance muito esportiva a um carro de quase 1,5 tonelada. O torque máximo de 19,4 kgfm só aparece aos 5.100 giros. As ultrapassagens devem ser bem calculadas, pois o carro demora um pouco a reagir quando o pedal do acelerador é acionado vigorosamente. E o câmbio CVT, embora seja bastante confortável, ainda ajuda a aumentar a sensação de morosidade. A opção pelo acionamento manual das marchas na alavanca de câmbio ajuda a tornar o desempenho um pouco mais instigante. Mas, se não dá ao carro um comportamento demasiadamente esportivo, pelo menos o motor parece ser econômico. A Jeep assegura que o Compass pode rodar até 9,8 km/l em trechos urbanos.
Em termos de suspensão, o acerto do Compass é bem coerente com sua proposta de carro de passeio. Nas curvas, o comportamento é macio, para privilegiar o conforto. O carro não chega a adernar excessivamente e mantém a compostura. A mesma aparente sobriedade aparece quando é necessário acionar os freios de forma mais vigorosa.
É um carro de passeio bastante confortável para cinco pessoas – há os devidos apoios de cabeças para três pessoas no banco traseiro. Mas, sem dúvida, passa longe de tudo que se espera de um Jeep. A ergonomia, em geral, é bem resolvida. Embora o painel de instrumentos seja constantemente ofuscado por reflexos que dificultam um pouco a visualização das informações.
Ficha técnica
Jeep Compass 2.0
Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.998 cm , com quatro cilindros em linha e dezesseis válvulas. Injeção eletrônica multiponto.
Transmissão: Câmbio continuamente variável (CVT), com seis marchas simuladas à frente e uma atrás. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 156 cv a 6.300 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 11,4 segundos.
Velocidade máxima: 180 km/h.
Torque máximo: 19,4 kgfm - 5.100 rpm.
Diâmetro e curso: 86,0 mm X 86,0 mm. Taxa de compressão: 16,0:1, ou 87,5 mm X 100,0 mm e 11,5:1
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e pressurizados e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo Multilink, com amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora.
Pneus: 215/60 R17.
Freios: Dianteiros por discos ventilados e traseiros por discos sólidos. ABS de série.
Carroceria: Crossover em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,44 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,66 m de altura e 2,63 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cabeça de série.
Peso: 1.424 kg.
Capacidade do porta-malas: 1.061 litros
Tanque de combustível: 51 litros.
Produção: Illinois, Estados Unidos.
Lançamento no Brasil: 2012.
Itens de série: Ar-condicionado automático, direção hidráulica, ABS, ESP, airbags frontais, laterais e de cabeça, rádio/CD/MP3/USB, retrovisores elétricos, vidros elétricos, desembaçador traseiro, computador de bordo, alarme perimétrico, rodas de 17 polegadas e teto solar elétrico.
Preço: R$ 99.900.
E se a ideia é parecer um Jeep mesmo sem ser um jipe, a opção da marca foi adereçar o Compass com vários dos elementos estéticos presentes em seus veículos off-road. Lá estão a grade com sete vãos e as caixas de rodas angulosas, comuns aos modelos da marca. Os faróis do crossover lembram bastante os da Grand Cherokee. De perfil, o destaque criativo fica para a maçaneta traseira, que fica disfarçada na coluna da porta, como em alguns modelos da Alfa Romeo – também controlada pela Fiat. Já a traseira tem aspecto bastante robusto e conservador, valorizando os volumes das formas. A Jeep alega que buscou um visual contemporâneo, voltado para o público jovem. O conjunto até cumpre a função de inspirar força, mas não chega a inspirar jovialidade. É conservador e carece de maiores ousadias estéticas.
Por dentro, não há como escapar da sensação de que o Compass é o Dodge Journey da marca Jeep. Os padrões de acabamento e texturas são bastante similares e as diferenças se restringem às identidades estilísticas de cada marca. O Compass é confortável e elegante, sem extremos de requinte – bem dentro de sua proposta de ser um “carro de entrada” da marca. Em termos de segurança, a Jeep não economizou. Lá estão seis airbags – frontais, laterais e de cortina –, além de ABS, controle eletrônico de estabilidade e até monitoramento da pressão dos pneus.
Para mover o seu crossover de 1.424 quilos, a Jeep optou por uma motorização 2.0 litros de quatro cilindros em linha e 16 válvulas, que oferece 156 cv aos 6.300 giros e 19,4 kgfm em 5.100 rotações. Trabalha junto a um câmbio continuamente variável, que segundo a Jeep simula seis marchas. A marca informa que o seu mais novo modelo faz de zero a 100 km/h em 11,4 segundos e atinge a velocidade máxima de 180 km/h.
No Brasil, o Compass vai enfrentar muitos adversários – alguns do mesmo grupo, como Dodge Journey e Fiat Freemont. Além deles, encara Honda CR-V – que recebe uma nova geração ainda em março –, Kia Sorento, Mitsubishi ASX, Hyundai ix35 e Chevrolet Captiva, todos com preços entre R$ 80 mil e R$ 120 mil. Se conseguir herdar parte do prestígio no off-road da marca Jeep, pode dar trabalho à concorrência. E ajudar na ousada meta do Grupo Chrysler em 2012 – dobrar a quantidade de concessionárias e as vendas por aqui em relação a 2011.
Primeiras impressões
Questão de imagem
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press
Barueri/SP - Nas ruas e estradas da região de Barueri, na periferia paulistana, o Compass teve a chance de mostrar que a Jeep também pode se sair bem no asfalto, e não apenas fora dele. E a impressão inicial que deixou é de que a marca tem potencial para se estabelecer bem no novo segmento.
Entre os veículos do Grupo Chrysler, em termos de performance dinâmica, o Compass se assemelha bem mais a o Dodge Journey do que dos outros veículos da Jeep, como Cherokee, Wrangler e Grand Cherokee. Na estrada, se mostra um crossover correto, mas que não transmite grande exuberância em termos de desempenho. Seu motor de 156 cv não permite uma performance muito esportiva a um carro de quase 1,5 tonelada. O torque máximo de 19,4 kgfm só aparece aos 5.100 giros. As ultrapassagens devem ser bem calculadas, pois o carro demora um pouco a reagir quando o pedal do acelerador é acionado vigorosamente. E o câmbio CVT, embora seja bastante confortável, ainda ajuda a aumentar a sensação de morosidade. A opção pelo acionamento manual das marchas na alavanca de câmbio ajuda a tornar o desempenho um pouco mais instigante. Mas, se não dá ao carro um comportamento demasiadamente esportivo, pelo menos o motor parece ser econômico. A Jeep assegura que o Compass pode rodar até 9,8 km/l em trechos urbanos.
Em termos de suspensão, o acerto do Compass é bem coerente com sua proposta de carro de passeio. Nas curvas, o comportamento é macio, para privilegiar o conforto. O carro não chega a adernar excessivamente e mantém a compostura. A mesma aparente sobriedade aparece quando é necessário acionar os freios de forma mais vigorosa.
É um carro de passeio bastante confortável para cinco pessoas – há os devidos apoios de cabeças para três pessoas no banco traseiro. Mas, sem dúvida, passa longe de tudo que se espera de um Jeep. A ergonomia, em geral, é bem resolvida. Embora o painel de instrumentos seja constantemente ofuscado por reflexos que dificultam um pouco a visualização das informações.
Ficha técnica
Jeep Compass 2.0
Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.998 cm , com quatro cilindros em linha e dezesseis válvulas. Injeção eletrônica multiponto.
Transmissão: Câmbio continuamente variável (CVT), com seis marchas simuladas à frente e uma atrás. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 156 cv a 6.300 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 11,4 segundos.
Velocidade máxima: 180 km/h.
Torque máximo: 19,4 kgfm - 5.100 rpm.
Diâmetro e curso: 86,0 mm X 86,0 mm. Taxa de compressão: 16,0:1, ou 87,5 mm X 100,0 mm e 11,5:1
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e pressurizados e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo Multilink, com amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora.
Pneus: 215/60 R17.
Freios: Dianteiros por discos ventilados e traseiros por discos sólidos. ABS de série.
Carroceria: Crossover em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,44 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,66 m de altura e 2,63 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cabeça de série.
Peso: 1.424 kg.
Capacidade do porta-malas: 1.061 litros
Tanque de combustível: 51 litros.
Produção: Illinois, Estados Unidos.
Lançamento no Brasil: 2012.
Itens de série: Ar-condicionado automático, direção hidráulica, ABS, ESP, airbags frontais, laterais e de cabeça, rádio/CD/MP3/USB, retrovisores elétricos, vidros elétricos, desembaçador traseiro, computador de bordo, alarme perimétrico, rodas de 17 polegadas e teto solar elétrico.
Preço: R$ 99.900.
Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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