3 de mar. de 2012

Teste: Ducati 1199 Panigale mostra ferocidade máxima em Abu Dhabi

Fotos: Divulgação
Teste: Ducati 1199 Panigale mostra ferocidade máxima em Abu Dhabi
Ducati 1199 Panigale combina desempenho explosivo e alta tecnologia em conjunto surpreendente

por Carlo Valente
do Infomotori.com/Itália
exclusivo para Auto Press


A Ducati já estava ficando para trás na corrida pela melhor moto superesportiva. Até que mostrou no Salão de Milão de 2011 a nova 1199 Panigale, para substituir a já defasada – nem por isso menos brilhante – 1198. A nova cartada da marca a põe de volta na crista da onda tecnológica que domina o segmento. É uma moto projetada do zero, mas que segue as tradições da marca. Apenas algumas peças foram mantidas em relação à antecessora.
O motor segue a configuração já conhecida da Ducati, com dois cilindros em L e válvulas com acionamento desmodrômico – que usa varetas ligadas diretamente às valvulas, o que evita molas e suas possíveis flutuações. São 195 cv a altas 10.750 rpm e 13,6 kgfm de torque a 9 mil rotações. Tanta força aliada ao baixo peso – apenas 164 kg a seco – formam uma mistura quase explosiva, com cada cv carregando apenas 840 gramas. O propulsor é o mais potente já fabricado pela Ducati e consegue levar a 1199 Panigale a velocidades incríveis. Ele é acoplado a um câmbio automatizado de seis marchas, com embreagem automática DQS.



Para manter o baixo peso e a boa distribuição, o motor é integrado ao quadro e envolto por uma chamativa carenagem. Atrás, o braço único de alumínio da suspensão traseira é suspenso por um amortecedor Sachs na versão básica e por um Ohlins TTX na versão S. Na frente, o garfo invertido regulável tem 50 mm de curso. Os freios com pinças Brembo de pistão duplo e ABS – opcional –, desenvolvidos especificamente para a nova Panigale, são os responsáveis por segurar a supermoto. O visual é o clássico da Ducati, com a traseira curta e as dimensões enxutas. A discrição não é uma das características dominantes.

A 1199 é recheada de tecnologia. Há três modos de condução: Sport, Race e Wet – para piso molhado. Cada um deles configura a moto de acordo com a situação. No modo Wet, a potência é limitada e as respostas muito suavizadas, para evitar problemas em pisos escorregadios. O modo Sport libera toda a força do motor. No Race, a assistência eletrônica é reduzida e a Panigale fica ainda mais feroz. Cada modo também altera a maneira como as informações são mostradas na tela de TFT no centro do painel.



Mas a novidade é o EBC, um mecanismo de controle eletrônico do freio-motor, que pode ser operado em três níveis diferentes ou totalmente desligado. Ele ajuda a manter a moto estável durante reduções extremas – como na entrada de uma curva – ao monitorar a posição do acelerador, marcha utilizada e a taxa de desaceleração do virabrequim do motor. Assim, ele balanceia todos esses parâmetros eletronicamente para equilibrar o torque aplicado sobre o pneu traseiro nessas condições. Com ele desligado, o funcionamento é normal.

Além disso tudo, para não deixar dúvidas da vocação da 1199, ela ainda traz o Ducati Data Analyzer, que permite o proprietário fazer o download dos dados sobre o desempenho da moto para um computador, tal qual a equipe de telemetria de uma moto de corrida. Uma evolução desse sistema é opcional na versão Tricolore como DDA Plus, que integra um GPS ao conjunto e dá informações com ainda mais precisão. Com isso, fica clara a intenção da Ducati de reunir tradição e tecnologia das pistas para as ruas com a nova Panigale.



Impressões ao pilotar

Tigre domado


Abu Dhabi/Emirados Árabes – Pilotar uma moto da estirpe da 1199 Panigale é sempre uma experiência especial. As pequenas dimensões e o baixo peso fazem dela uma motocicleta muito rápida, arisca e com respostas sempre diretas. O assento triangular, apesar de pequeno, acomoda bem o piloto. A posição é das melhores, com guidão e pedais que parecem ter sido posicionados sob medida. Não chega a ser confortável, mas dá o suporte necessário para o piloto conseguir extrair o máximo da Panigale. Também nem de longe é uma motocicleta para viagens tranquilas de fim de semana. No máximo pequenos passeios recheados de emoção. O propósito é claro: entregar o máximo de desempenho e velocidade possível. O som do escapamento não é dos mais encorpados, mas é um bom coadjuvante quando se acelera a moto a fundo.

Com certeza o habitat natural da 1199 Panigale é a pista. Logo na primeira curva do circuito de Yas Marina, ela mostra suas maiores qualidades. Pode se chegar nas curvas a velocidades absurdas que a moto aceita e contorna sem dar sustos ao piloto. Estável como poucas, parece nem precisar de todos os dispositivos eletrônicos de segurança para manter sua trajetória. No entanto, poderia ter um sistema para evitar o empinamento, já que basta sair forte de uma curva que a frente da moto levanta com uma facilidade notável. Mesmo em linha reta, com o piloto fazendo peso sobre a moto, o comportamento é arisco.


Os freios dão show de eficiência, capazes de segurar a moto vindo em velocidades acima dos 270 km/h para a casa dos 80 km/h em poucos metros antes da tomada de uma curva. Paradas mais bruscas podem até desorientar o piloto, tamanha a capacidade de frenagem do sistema. O controle de estabilidade pouco interfere e tem sete regulagens disponíveis.

O motor de dois cilindros parece até um pouco anêmico abaixo de 4.500 rpm, faixa a partir da qual se transforma e empurra a 1199 com um vigor impressionante. Há um pacote, cobrado à parte, que adiciona mais 12 cv aos 195 cv que o propulsor já fornece e melhora o comportamento da motocicleta em regimes mais baixos, dando respostas mais precisas. Mas mesmo com tanta fúria, é uma moto fácil de pilotar, que entende os comandos e se adapta à habilidade de quem está sobre ela.



Ficha técnica


Ducati 1199 Panigale

Motor: A gasolina, quatro tempos, 1.199 cc, dois cilindros em V, com 90º de inclinação, quatro válvulas por cilindro, sistema de válvulas com acionamento desmodrômico. Injeção eletrônica multiponto sequencial e refrigeração a água.
Câmbio: Manual de seis marchas à frente com transmissão por corrente.
Potência máxima: 195 cv a 10.750 rpm.
Torque máximo: 13,6 kgfm a 9 mil rpm
Diâmetro e curso: 112 mm x 60,8 mm.
Suspensão: Dianteira feita pela Marzocchi com garfo de alumínio pressurizado e ajustável, com 50 mm de curso. Traseira feita pela Sachs ajustável de braço único de alumínio.
Pneus: 120/70 R17 na frente e 200/55 R17 atrás.
Freios: Dianteiro: Discos duplos de 330 mm de diâmetro. Traseiro simples com 245 mm de diâmetro com pinça de dois pistões fixos. Oferece ABS de série a partir da versão S.
Dimensões: 2,07 metros de comprimento total, 0,81 m de largura, 1,10 m de altura, 1,43 m de distância entre-eixos e 0,82 m de altura do assento.
Peso: 164 kg.
Tanque do combustível:
17 litros.
Produção: Bolonha, Itália.
Preço na Europa: 19.190 euros, equivalente a R$ 44 mil.



Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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