Ultrapassar os 400.000 quilômetros com um único carro é um feito impressionante. Paul Habib, Jr. alcançou a marca em seu Honda Civic 2006 já no segundo ano com o carro. Neste mês, cinco anos depois de comprá-lo, ele irá ultrapassar os 1.200.000 km. Seu objetivo? Passar de um milhão de milhas (1.600.000 km). Esta é a história de um homem, uma máquina e sua busca incessante pela glória da alta quilometragem.
A primeira coisa que você precisa saber sobre Habib, Jr é seu emprego. Ele entrega suprimentos médicos e outros itens para uma farmácia em Kentucky. Ele vive próximo a Evansville, no estado de Indiana e normalmente dirige até Murray, Kentucky no sudoeste do estado e então até Campbellsville na parte central do Kentucky antes de voltar para casa (o mapa do link é só para ter uma ideia das distâncias envolvidas).
Em uma semana comum ele costumava percorrer 5.800 quilômetros, o que significa que rodou a média anual de um norte-americano em apenas três semanas. Ele agora reduziu a média para cerca de 4.350 quilômetros por semana. Habib, Jr. encara todo esse tempo na estrada como “só um passeio pelo Kentucky”.
Neste ritmo, o que “Million Mile Joe” LoCicero levou 22 anos para fazer em seu Honda Accord, Habib, Jr. pode completar em apenas sete anos.
Ele começa por volta das 13:30, cinco dias por semana, e só chega em casa lá pelas quatro da madrugada. Ele também tem um turno menor no sábado. Aos domingos, cuida do Civic e descansa.
A segunda coisa que você precisa saber sobre Habib, Jr. é seu carro. É um Honda Civic LX quatro portas 2006 com transmissão manual que comprou usado na concessionária em maio de 2007 com aproximadamente 35.000 quilômetros rodados. Substituiu seu Ford Probe, que tinha 482.000 km quando o deixou na mão, e uma minivan Honda Odyssey que ele adorava, mas não lhe dava a autonomia que desejava.
“Me apaixonei pela oitava geração do Civic na primeira vez em que a vi na rodovia”, contou Habib, Jr. ao Jalopnik. “É lindo”.
Durante os primeiros 365.000 quilômetros o motor era todo original, com apenas velas, filtros e uma válvula PCV trocados. Habib, Jr. é metódico com a manutenção e atento a coisas que geralmente passam despercebidos por nós.
Por exemplo, ele começou a trocar o óleo por conta própria 1.600 quilômetros depois do aviso do veículo (se trocasse a cada 4.500/5.000 quilômetros teria que trocar mais de uma vez por semana) e então passou a usar um óleo sintético especial – ele mantém contato com os fabricantes de óleo sobre seu progresso, já que se trata de uma cobaia de teste e tanto para eles. As velas? NGK Laser Iridium, que continuam em uso depois de mais de 965.000 quilômetros.
Habib, Jr. mantém todas as trocas listadas neste épico tópico no fórum 8thCivic.com, para quem tem curiosidade em saber a dedicação necessária para alcançar uma quilometragem dessas.
Por incrível que pareça, o carro quase não passou dos primeiros 370.000 quilômetros. Na metade de 2008 Habib, Jr. pensou que o motor tinha ido para o saco.
Post de 2008.
E sim, o motor MORREU!! Depois que conseguir meu novo motor (daqui a duas semanas) vou desmontar o antigo e ver que raios aconteceu. O carro estava funcionando perfeitamente, a temperatura estava em 33°C e eu usei um pouco de direção “agressiva” para desviar de uma lesma e então parei em um estacionamento.
Um dos melhores momentos aconteceu com 440.000 quilômetros, quando a concessionária Honda na região mandou uma carta para Habib, Jr. se oferecendo para comprar seu carro atual na troca por um modelo novo pelo valor de tabela.
“Quando cheguei lá, conversei com o funcionário que enviou a carta e falei para ele que ele não iria querer fazer a troca, já que meu carro já tinha 440.000 quilômetros rodados; você precisava ver a cara dele”, disse Habib, Jr.
Com cerca de 550.000 quilômetros, Habib, Jr. achou que seria uma boa ideia finalmente usar o motor reserva e o instalou junto com uma transmissão usada. O motor original “rodava firme e forte” mas por que se arriscar?
Devido ao trabalho, ele é usado e abusado na estrada, incluindo alguns ataques do que ele chama de veados “kamikazes” que surgem do meio do nada. Na casa dos 620.000 quilômetros, ele atingiu/foi atingido por um deles e achou que foi PT, mas depois de ver o quanto a seguradora estava disposta a pagar, resolveu bancar o prejuízo e consertou sozinho, o que fez por menos de US$ 2.000.
Por incrível que pareça, Habib Jr. fez a maior parte da manutenção no estacionamento do condomínio onde costumava morar. É um lembrete para aqueles que reclamam que não podem mexer no carro porque não possuem uma garagem equipada.
Em abril de 2011, o Civic estava perto de 1 milhão de quilômetros (aproximadamente 621.000 milhas) então ele mudou o hodômetro para o sistema métrico na esperança de ver uma sétima casa decimal mas, como ele descobriu um quilômetro depois, o novo hodômetro parava em 999.999 km!
O carro acabou de passar dos 1.199.450 km (745.300 milhas) e está a caminho do objetivo de Habib, Jr que é de alcançar o limite do hodômetro em milhas.
Segundo o site da Honda dedicado aos proprietários “rodados”, o motorista de Civic que mais se aproxima da marca vive em Las Vegas e tem 805.000 milhas, mas é um 2003 com uma vantagem de quatro anos.
Então o que o Civic tem pela frente?
“Vou continuar andando com este carro até atropelar outro veado. Depois disso vai para a garagem, onde vou começar a restaurá-lo para uso diário”, diz Habib, Jr. “Espero encontrar outro Ford Probe da primeira geração para continuar com as entregas”.
Se em uma tarde qualquer você encontrar um Civic 2006 cinza bem rodado cruzando o Kentucky, deixe-o passar, talvez seja uma lenda.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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