24 de jan. de 2012

A saudosa baboseira dos emblemas automotivos


Eu acho que há uma espécie de acordo secreto entre os projetistas de carros e os engenheiros no qual os projetistas ficam com a fama e os livros sobre sua obra, contanto que deixem espaço nos carros para os emblemas que explicam as coisas técnicas nas quais os engenheiros trabalharam duro. Talvez rolem uns tapinhas nas costas também. É a única explicação para alguns emblemas ridículos e desnecessários (mas no fundo inesquecíveis) encontrados em muitos carros.

O tipo de varal de anúncios sobre toda a variedade de tecnologias que o carro contém parece ter perdido o fôlego, quando comparado com o auge nos anos 80, quando as traseiras dos carros se pareciam com as janelas repletas de adesivos. Rodando atrás de um carro você sabia quantas marchas ele tinha, o número de válvulas, a forma como o combustível era injetado nos cilindros, se tinha aspiração natural, um intercooler, e mais. É mais ou menos como se eu vestisse calças com emblemas do tipo “Bar Mitzvahdo”, “Sangue quente” ou “Dois pulmões” no traseiro.

Acredito que esse tipo de emblema informativo surgiu na década de 30 com os logos V8 nos carros com esse tipo de motor, e fazia sentido. Era algo para se gabar. Com a era do muscle car vieram emblemas gigantes para que todos soubessem as cilindradas do motor, outra grande ferramenta de marketing. E daí por diante, indicando algo útil para os gearheads, e ignorados pelo resto do mundo.
O emblema mais famoso é provavelmente o “turbo”, que na década de 1980 pipocava por toda a parte em qualquer carro que chegasse perto de uma turbina. “5-Speed” também foi popular, principalmente entre os fabricantes japoneses, que realmente queriam que você soubesse da existência da quinta marcha; a galera mais esportiva gostava de ressaltar que mesmo que você tirasse um comando de válvulas, você tinha outro. O logotipo CVCC da Honda lembrava a todos que os vórtices sob o capô do Civic eram do tipo composto (você sabe, para combustão controlada). Ainda que quase todos os conhecidos achassem que era uma grafia bizarra da Honda para “Civic”.
Apesar da maioria das pessoas aproveitar a informação do emblema “DOHC” no carro tanto quanto entenderiam um emblema “12 Volts”, em alguns carros a descrição é absolutamente essencial para o marketing. Pegue o exemplo do “DIESEL” na traseira dos Mercedes movidos pelo combustível; não só lembrava os frentistas com qual combustível abastecer, deixava claro porque aquele sedã novinho era tão lento, barulhento e fumacento.

Os emblemas quase sempre fazem referência a uma parte da engenharia que não é vista no carro: injeção de combustível, número de válvulas, esse tipo de coisa. Eu sempre achei que isso era um pouco injusto, já que os carros são cheios de detalhes, e por isso criei alguns emblemas alternativos na galeria acima para destacar detalhes esquecidos. Aproveite e sinta-se a vontade para criar os seus e mostrá-los nos comentários.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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