Passarela corroída por ferrugem dá o tom de abandono em Jacarepaguá
Foto: Ivan Pacheco/Terra
Foto: Ivan Pacheco/Terra
A direção de prova adverte ao público: está proibido atravessar a pista do Autódromo de Jacarepaguá pela passarela da reta dos boxes. O aviso, feito com algumas horas de atraso, se dá depois que carros já haviam ido à pista durante o fim de semana da Itaipava GT Brasil e diversas pessoas já tinham subido na mesma plataforma. Embora atrasado, o aviso é plausível.
A passarela está totalmente enferrujada e, inclusive, teve partes da estrutura destruídas pela maresia. Quando os carros passam em alta velocidade, ela chega a balançar. A sensação é de que pode despencar a qualquer momento. Ledo engano quem pensa que esse cenário é algo exclusivo à reta dos boxes: prestes a ser desativado, o Autódromo de Jacarepaguá vive dias de manutenção deficitária, descuidos com a pista e com a infraestrutura e até problemas com coisas consideradas básicas.
"Não tínhamos abastecimento de água e precisamos alugar um caminhão pipa", reclama o responsável por uma das equipes do Itaipava GT, competição de automobilismo que ocorreu em Jacarepaguá no fim de semana dos dias 10 e 11.
"Já cortaram quase metade da pista. É um autódromo de história internacional, uma pena. Só tem detalhes para ajeitar", acredita Matheus Stumpf, líder do torneio. "Isso aqui tem história, já recebeu categorias mundiais. É triste", complementa Allam Khodair, piloto da Stock Car e da GT3.
Djalma Neves, presidente da Federação de Automobilismo do Rio de Janeiro, lamenta a situação. "Vejo isso com tristeza. É um circuito com história e não merece esse cenário. No entanto, por causa do acordo judicial, seria de se imaginar que não mais aconteceriam investimentos naquele espaço", analisa.
Nesse momento, é um acordo mencionado por Djalma entre a Federação Carioca de Automobilismo e a Prefeitura do Rio de Janeiro, que impede a desativação imediata do Autódromo de Jacarepaguá. O pacto indica que o fechamento só poderá ocorrer quando for entregue uma nova pista no bairro de Deodoro. O projeto, entretanto, sequer foi finalizado.
Enquanto a pista de Jacarepaguá funciona em condições deficitárias de manutenção, um grupo de fãs de automobilismo se mobiliza para tentar impedir que os planos da Prefeitura do Rio e do Comitê Olímpico Brasileiro sejam colocados em prática. A demolição deve dar lugar a um moderno centro de treinamento para o esporte olímpico e visa os Jogos de 2016.
Luis Otávio lidera o grupo SOS Autódromo, que já reuniu cerca de 8 mil assinaturas para impedir o processo de demolição. "É mais barato reformar do que fazer uma pista nova. Mas a ideia da Prefeitura é utilizar uma parte disso para o centro de treino e vender o resto ao setor imobiliário, para fazer prédios na beira da Lagoa de Jacarepaguá, como na Lagoa Rodrigo de Freitas", reclama. Ele promete ingressar uma ação civil pública para tentar frear o fim do autódromo.
"Não podemos negar que a área do autódromo está entre as mais cobiçadas e valorizadas da cidade", admite Djalma Neves. "A prefeitura, dona do espaço, é que pode responder", ressalva. Segundo o dirigente, o povo carioca tem apego ao automobilismo. "A pista de Jacarepaguá está entre aquelas que têm recebido os maiores públicos do automobilismo brasileiro", afirma.
Em um momento em que as categorias de base do País têm dificuldades em revelar pilotos, Djalma lembra de um acordo não cumprido pela prefeitura em 2007. "Havia a promessa da reconstrução do kartódromo em outro local e isto jamais aconteceu. O kart é o celeiro do esporte. Sem ele, fica difícil gerarmos pilotos em condições de chegar à Fórmula 1", observa. Hoje, o Estadual do Rio na modalidade ocorre em Volta Redonda.
Inaugurado em 1978, o circuito carioca já foi palco de 10 provas da Fórmula 1, a última delas em 89. Também conhecido como Autódromo Internacional Nelson Piquet, teve a pista reduzida em 2007 para dar espaço a novas estruturas dos Jogos Pan-Americanos, como o Parque Aquático Maria Lenk e a HSBC Arena. Em 2004, recebeu o último grande evento internacional, a Moto GP.
O Terra tentou contato com a Secretaria de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro, que é responsável pela manutenção do autódromo de Jacarepaguá, mas não foi atendido.
A passarela está totalmente enferrujada e, inclusive, teve partes da estrutura destruídas pela maresia. Quando os carros passam em alta velocidade, ela chega a balançar. A sensação é de que pode despencar a qualquer momento. Ledo engano quem pensa que esse cenário é algo exclusivo à reta dos boxes: prestes a ser desativado, o Autódromo de Jacarepaguá vive dias de manutenção deficitária, descuidos com a pista e com a infraestrutura e até problemas com coisas consideradas básicas.
"Não tínhamos abastecimento de água e precisamos alugar um caminhão pipa", reclama o responsável por uma das equipes do Itaipava GT, competição de automobilismo que ocorreu em Jacarepaguá no fim de semana dos dias 10 e 11.
"Já cortaram quase metade da pista. É um autódromo de história internacional, uma pena. Só tem detalhes para ajeitar", acredita Matheus Stumpf, líder do torneio. "Isso aqui tem história, já recebeu categorias mundiais. É triste", complementa Allam Khodair, piloto da Stock Car e da GT3.
Djalma Neves, presidente da Federação de Automobilismo do Rio de Janeiro, lamenta a situação. "Vejo isso com tristeza. É um circuito com história e não merece esse cenário. No entanto, por causa do acordo judicial, seria de se imaginar que não mais aconteceriam investimentos naquele espaço", analisa.
Nesse momento, é um acordo mencionado por Djalma entre a Federação Carioca de Automobilismo e a Prefeitura do Rio de Janeiro, que impede a desativação imediata do Autódromo de Jacarepaguá. O pacto indica que o fechamento só poderá ocorrer quando for entregue uma nova pista no bairro de Deodoro. O projeto, entretanto, sequer foi finalizado.
Enquanto a pista de Jacarepaguá funciona em condições deficitárias de manutenção, um grupo de fãs de automobilismo se mobiliza para tentar impedir que os planos da Prefeitura do Rio e do Comitê Olímpico Brasileiro sejam colocados em prática. A demolição deve dar lugar a um moderno centro de treinamento para o esporte olímpico e visa os Jogos de 2016.
Luis Otávio lidera o grupo SOS Autódromo, que já reuniu cerca de 8 mil assinaturas para impedir o processo de demolição. "É mais barato reformar do que fazer uma pista nova. Mas a ideia da Prefeitura é utilizar uma parte disso para o centro de treino e vender o resto ao setor imobiliário, para fazer prédios na beira da Lagoa de Jacarepaguá, como na Lagoa Rodrigo de Freitas", reclama. Ele promete ingressar uma ação civil pública para tentar frear o fim do autódromo.
"Não podemos negar que a área do autódromo está entre as mais cobiçadas e valorizadas da cidade", admite Djalma Neves. "A prefeitura, dona do espaço, é que pode responder", ressalva. Segundo o dirigente, o povo carioca tem apego ao automobilismo. "A pista de Jacarepaguá está entre aquelas que têm recebido os maiores públicos do automobilismo brasileiro", afirma.
Em um momento em que as categorias de base do País têm dificuldades em revelar pilotos, Djalma lembra de um acordo não cumprido pela prefeitura em 2007. "Havia a promessa da reconstrução do kartódromo em outro local e isto jamais aconteceu. O kart é o celeiro do esporte. Sem ele, fica difícil gerarmos pilotos em condições de chegar à Fórmula 1", observa. Hoje, o Estadual do Rio na modalidade ocorre em Volta Redonda.
Inaugurado em 1978, o circuito carioca já foi palco de 10 provas da Fórmula 1, a última delas em 89. Também conhecido como Autódromo Internacional Nelson Piquet, teve a pista reduzida em 2007 para dar espaço a novas estruturas dos Jogos Pan-Americanos, como o Parque Aquático Maria Lenk e a HSBC Arena. Em 2004, recebeu o último grande evento internacional, a Moto GP.
O Terra tentou contato com a Secretaria de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro, que é responsável pela manutenção do autódromo de Jacarepaguá, mas não foi atendido.
Fonte: terra.com.br
Disponível no(a):http://esportes.terra.com.br
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