O GP da Hungria sempre foi muito especial para Jenson Button. Afinal, alem de sempre fazer boas corridas no circuito, o inglês conseguiu seu primeiro triunfo na Fórmula 1 com a Honda, em Hungaroring, em 2006. Neste ano, mais um motivo para comemorar: seu 200º GP na categoria seria comemorado no país do Europa Oriental. Mas nada na carreira deste piloto veio fácil: ele é o quarto piloto da história da categoria a demorar mais para vencer uma corrida (113 GPs).
Além disso, quase viu sua trajetória ser encerrada de forma abrupta com a saída da Honda da Fórmula 1, no fim de 2008. Só que, a partir deste episódio, sua vida mudou completamente. Salvo por Ross Brawn, ele foi campeão do mundo em 2009, com a estreante Brawn GP. No ano seguinte foi para a McLaren e não se intimidou com a presença de Lewis Hamilton no time: disputou o título de 2010 e está na luta em 2011. Superação é a marca de sua carreira, assim como de boa parte de suas vitórias.
Exatamente como no GP da Hungria deste ano, uma corrida tumultuada pela chuva, parecida com a primeira vitória de Button em 2006. Antes da prova, porém, ele teve de lidar com um problema em seu site pessoal, atacado por hackers, que noticiavam um falso acidente com o piloto. Na pista, sem se abalar com isso, seu estilo de pilotagem, mais preciso e cerebral, foi decisivo para o segundo triunfo no ano. Enquanto seus rivais apanhavam dos pneus, desgastando-os rápido demais ou fazendo trocas esdrúxulas em momentos errados, o inglês parecia em velocidade de cruzeiro. Quando precisou ser agressivo, foi. Atacou Hamilton e ultrapassou o companheiro sem correr riscos desnecessários. No fim, motivou sua equipe de mecânicos da McLaren dizendo que estava de volta na briga e correu para os braços de Jessica Michibata, sua namorada, e John, seu pai. Considerando seu desempenho em condições adversas, é bom não duvidar de Button.
Ainda sobre a McLaren, mas mudando apenas o carro: Lewis Hamilton teve um dia de altos e baixos na Hungria. Poderia ter vencido a corrida, mas um problema no rádio, uma confusão na troca de pneus e um erro – com direito a punição com um drive through – acabaram com suas possibilidades. Deu show (seus fãs adoram, diga-se de passagem), mas não conseguiu transformar isso em pontos. Apesar disso, não dá para classificar o desempenho do inglês de ruim. A exceção do momento da rodada (quando voltou e quase bateu em Paul di Resta), ele foi agressivo nos momentos certos. Deu azar em um GP bastante imprevisível. O pênalti imposto pelos comissários foi justo. E confesso que fiquei surpreso quando o próprio Hamilton admitiu isso, em entrevista após a corrida. Ótima postura, que pode – finalmente – indicar seu amadurecimento. Será?
Serão cenas dos próximos capítulos. Na Ferrari, é essencial destacar o desempenho excepcional de Fernando Alonso, que chegou na terceira posição em Hungaroring. Com 76 pontos nas últimas quatro provas, ele foi o piloto que mais marcou pontos neste período, três à frente do líder Sebastian Vettel, com 73 (Hamilton fez 61 e Webber, 55). O espanhol pode ser enquadrado naquela famosa frase dos torcedores de futebol: “Deixou chegar…” Ela retrata bem a motivação do bicampeão, que nunca deixou de acreditar em um possível – quase improvável – título. Foi assim no ano passado, quando bateu na trave em Abu Dhabi, e está sendo assim em 2011. A conquista continua difícil, mas ver a motivação de Alonso é impressionante. Poucos pilotos se comportariam assim em uma situação como essa. Por isso, é bom não tirá-lo da briga ainda.
Quanto à RBR, o sinal de alerta continua aceso. Apesar do segundo lugar de Sebastian Vettel, está claro que o RB7 não tem mais a ampla vantagem do início do ano. E isso era natural acontecer, já que Ferrari e McLaren investiram muito para reagir. Entretanto, o alemão já tem uma vantagem grande e pode se dar ao luxo de apenas administrá-la. A não ser que uma série de problemas aconteça, o que é improvável. Mark Webber não teve um desempenho tão bom na Hungria, mas foi uma exceção em relação às corridas anteriores. O fato é que a pausa de quatro semanas da Fórmula 1 fará bem à equipe austríaca. Apesar do fechamento das fábricas, soluções para o carro serão analisadas.
Já Felipe Massa continua em má fase. Sua corrida de recuperação foi até boa, mas a rodada no início, que danificou sua asa traseira, acabou com suas chances de pódio. Ele e Alonso cometeram alguns erros na pista molhada, mas o espanhol deu mais sorte e não acertou as barreiras de pneus. O brasileiro da Ferrari se mostra mais combativo, largou pela primeira vez no ano na frente do companheiro (1 x 10 no confronto), mas acabou sofrendo com a imunda pista de Hungaroring, pouquíssimo usada durante o ano, na largada. O carro patinou e ele perdeu tempo. Sorte ou azar, é fato que ele continua devendo uma reação para seus fãs e para a equipe.
Outro destaque da corrida foi a quebra e o incêndio no carro de Nick Heidfeld, da Renault-Lotus. O alemão saiu do pit stop com o escapamento – colocado na frente dos radiadores – soltando labaredas pelo cano do lado esquerdo do chassi. A carenagem pegou fogo e ele teve de sair correndo do carro. Depois disso, algo na lateral explodiu e os detritos acabaram pegando na perna de um fiscal de pista, que tentava apagar o incêndio. A equipe anglo-francesa não especificou a causa, mas tenho a suspeita de que o motor estourou e a posição dianteira do escapamento colaborou para as chamas. Era um dos riscos apontados pelos especialistas.
E a Williams, hein? Continua naquela draga habitual, infelizmente. Desta vez com o Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers), o brasileiro Rubens Barrichello chegou a andar um bom tempo na zona de pontuação, mas acabou caindo para 13º. O venezuelano Pastor Maldonado fez outra corrida discreta e ficou apenas em 17º, duas voltas atrás. É, realmente a fase do time é bem complicada…
Fonte: voandobaixo/
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/
Além disso, quase viu sua trajetória ser encerrada de forma abrupta com a saída da Honda da Fórmula 1, no fim de 2008. Só que, a partir deste episódio, sua vida mudou completamente. Salvo por Ross Brawn, ele foi campeão do mundo em 2009, com a estreante Brawn GP. No ano seguinte foi para a McLaren e não se intimidou com a presença de Lewis Hamilton no time: disputou o título de 2010 e está na luta em 2011. Superação é a marca de sua carreira, assim como de boa parte de suas vitórias.
Exatamente como no GP da Hungria deste ano, uma corrida tumultuada pela chuva, parecida com a primeira vitória de Button em 2006. Antes da prova, porém, ele teve de lidar com um problema em seu site pessoal, atacado por hackers, que noticiavam um falso acidente com o piloto. Na pista, sem se abalar com isso, seu estilo de pilotagem, mais preciso e cerebral, foi decisivo para o segundo triunfo no ano. Enquanto seus rivais apanhavam dos pneus, desgastando-os rápido demais ou fazendo trocas esdrúxulas em momentos errados, o inglês parecia em velocidade de cruzeiro. Quando precisou ser agressivo, foi. Atacou Hamilton e ultrapassou o companheiro sem correr riscos desnecessários. No fim, motivou sua equipe de mecânicos da McLaren dizendo que estava de volta na briga e correu para os braços de Jessica Michibata, sua namorada, e John, seu pai. Considerando seu desempenho em condições adversas, é bom não duvidar de Button.
Ainda sobre a McLaren, mas mudando apenas o carro: Lewis Hamilton teve um dia de altos e baixos na Hungria. Poderia ter vencido a corrida, mas um problema no rádio, uma confusão na troca de pneus e um erro – com direito a punição com um drive through – acabaram com suas possibilidades. Deu show (seus fãs adoram, diga-se de passagem), mas não conseguiu transformar isso em pontos. Apesar disso, não dá para classificar o desempenho do inglês de ruim. A exceção do momento da rodada (quando voltou e quase bateu em Paul di Resta), ele foi agressivo nos momentos certos. Deu azar em um GP bastante imprevisível. O pênalti imposto pelos comissários foi justo. E confesso que fiquei surpreso quando o próprio Hamilton admitiu isso, em entrevista após a corrida. Ótima postura, que pode – finalmente – indicar seu amadurecimento. Será?
Serão cenas dos próximos capítulos. Na Ferrari, é essencial destacar o desempenho excepcional de Fernando Alonso, que chegou na terceira posição em Hungaroring. Com 76 pontos nas últimas quatro provas, ele foi o piloto que mais marcou pontos neste período, três à frente do líder Sebastian Vettel, com 73 (Hamilton fez 61 e Webber, 55). O espanhol pode ser enquadrado naquela famosa frase dos torcedores de futebol: “Deixou chegar…” Ela retrata bem a motivação do bicampeão, que nunca deixou de acreditar em um possível – quase improvável – título. Foi assim no ano passado, quando bateu na trave em Abu Dhabi, e está sendo assim em 2011. A conquista continua difícil, mas ver a motivação de Alonso é impressionante. Poucos pilotos se comportariam assim em uma situação como essa. Por isso, é bom não tirá-lo da briga ainda.
Quanto à RBR, o sinal de alerta continua aceso. Apesar do segundo lugar de Sebastian Vettel, está claro que o RB7 não tem mais a ampla vantagem do início do ano. E isso era natural acontecer, já que Ferrari e McLaren investiram muito para reagir. Entretanto, o alemão já tem uma vantagem grande e pode se dar ao luxo de apenas administrá-la. A não ser que uma série de problemas aconteça, o que é improvável. Mark Webber não teve um desempenho tão bom na Hungria, mas foi uma exceção em relação às corridas anteriores. O fato é que a pausa de quatro semanas da Fórmula 1 fará bem à equipe austríaca. Apesar do fechamento das fábricas, soluções para o carro serão analisadas.
Já Felipe Massa continua em má fase. Sua corrida de recuperação foi até boa, mas a rodada no início, que danificou sua asa traseira, acabou com suas chances de pódio. Ele e Alonso cometeram alguns erros na pista molhada, mas o espanhol deu mais sorte e não acertou as barreiras de pneus. O brasileiro da Ferrari se mostra mais combativo, largou pela primeira vez no ano na frente do companheiro (1 x 10 no confronto), mas acabou sofrendo com a imunda pista de Hungaroring, pouquíssimo usada durante o ano, na largada. O carro patinou e ele perdeu tempo. Sorte ou azar, é fato que ele continua devendo uma reação para seus fãs e para a equipe.
Outro destaque da corrida foi a quebra e o incêndio no carro de Nick Heidfeld, da Renault-Lotus. O alemão saiu do pit stop com o escapamento – colocado na frente dos radiadores – soltando labaredas pelo cano do lado esquerdo do chassi. A carenagem pegou fogo e ele teve de sair correndo do carro. Depois disso, algo na lateral explodiu e os detritos acabaram pegando na perna de um fiscal de pista, que tentava apagar o incêndio. A equipe anglo-francesa não especificou a causa, mas tenho a suspeita de que o motor estourou e a posição dianteira do escapamento colaborou para as chamas. Era um dos riscos apontados pelos especialistas.
E a Williams, hein? Continua naquela draga habitual, infelizmente. Desta vez com o Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers), o brasileiro Rubens Barrichello chegou a andar um bom tempo na zona de pontuação, mas acabou caindo para 13º. O venezuelano Pastor Maldonado fez outra corrida discreta e ficou apenas em 17º, duas voltas atrás. É, realmente a fase do time é bem complicada…
Fonte: voandobaixo/
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/
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