31 de ago. de 2011

Mazda RX-8: um rotativo pouco rodado



O encontro dos Mazdas MX-3 trouxe a muitos a lembrança de vários outros esportivos da marca que nunca chegaram oficialmente ao Brasil. Um deles, o MX-5, é figurinha relativamente fácil nos classificados – às vezes até encontramos um belo exemplar rodando por aí. Já o outro é uma espécie que corre sério risco de extinção, mas você pode salvar um exemplar e preservá-lo do jeito certo. Bastam 109.800 reais a título de investimento.

Dizemos “investimento” pois esse nobre nipônico tem tudo para valorizar ainda mais. No começo do mês a Mazda anunciou que não haverá produção do esportivo RX-8 em 2012. Sendo o último modelo da marca (e do mundo) a utilizar o instigante motor rotativo Wankel, o ponto final em uma linhagem de 44 anos, a geração derradeira do RX-8 já possui valor incalculável para quem realmente aprecia as nuances e soluções de carros que fogem do lugar comum.

Apesar de não ter o carisma e a aura de seu antecessor RX-7, o RX-8 tem seu charme e muitas qualidades, começando pelas minúsculas portas traseiras invertidas. E engana-se quem acha que o banco traseiro é meramente decorativo ou apenas para crianças. Ali cabem dois adultos com algum conforto.
A potência surpreende os desavisados: entre 192 e 250 cv, pode parecer muito para um motor 1.3, mas tratando-se de um Wankel, é difícil obter um parâmetro de comparação com os motores de pistão. As autoridades do automobilismo, por exemplo, baniram esse tipo de motor por nunca chegar a um consenso sobre a equivalência, considerando que a cilindrada de um motor rotativo equivale a um motor de quatro tempos até duas vezes maior.
Um dos grandes benefícios do motor RENESIS (nome comercial dos atuais motores rotativos da Mazda) são suas dimensões compactas, que permitiram a instalação em posição central-dianteira , resultando em uma distribuição ideal sobre os eixos (50/50) e melhor aproveitamento do espaço interno. Para quem gosta de giro alto, a faixa vermelha do RX-8 começa nas 8.500 rpm.

O exemplar que encontramos está em São Paulo e é um modelo 2006 com apenas 9.000 km rodados e 215 cv. A potência reduzida deve-se ao câmbio automático, que não conseguiria suportar as 9500 rpm que o motor é capaz. Ainda assim, chega aos 250 km/h e acelera de zero a 100 km/h em pouco mais de seis segundos.
Agora a parte chata da história: além de custar 109.800 reais, o RX-8 tem elevado consumo de óleo e combustível como todo carro com esse tipo de motor. Reserve um litro de lubrificante para cada 2.000 km e não espere rodar mais de 9 km/l.
Como se vê, parece que o mundo conspira contra os maravilhosos Mazda de motor rotativo.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

Nenhum comentário: