11 de ago. de 2011

Crie o seu endiabrado brasileiro! com receita e tudo todos os ingredientes



Chute as flores, devore o frango e embriague-se com a pinga da macumba. Faça um pacto com o criador da algazarra, e ganhe o direito de fazer uma versão esportiva do carro que você quiser. Eu vou começar, mas essa brincadeira só vai ter graça se vocês participarem com as suas sugestões!

Sem delongas, apresento-lhes o Ford Focus GT! Motor de 2,5L, 210 cavalos, rodas aro 17, etc. Uma versão esportiva de verdade, sem engodos, realista, THE REAL DEAL ! Kowalski não brinca em serviço…
Por quê um Focus GT?
Porque lá fora, o Focus é um carro tradicional no automobilismo mundial, particularmente no WRC. A imagem esportiva é muito bem aproveitada no velho mundo, com as versões ST e RS. Mesmo quem compra as versões básicas, sente esse gostinho da pimenta por pura herança. Mas aqui, não temos nada que valorize isso. Niente. Nothing. No Brasil, o Focus é visto como um automóvel confortável, confiável, de design excêntrico…
E só.
Por aqui, ninguém o vê como mais esportivo que o Civic. Seria cômico, se não fosse trágico. O fantasma de um consultor veio aqui me perguntar pra quê associar a imagem do Focus a algo esportivo, se ele é visto como confortável, confiável e o design agrada. Bom, pergunte aos milhares de jovens empresários de 30 a 60 anos que antes compravam Golfs e hoje levam Civics pra casa, não para mim. Eu só acho que a imagem do Focus no Brasil precisa de um belo revamp. Um tapa de luva de concreto.
Como seria?

1) Motor

Hoje, o Focus 2.0 Duratec gera 148 cavalos (álcool) a 6.250 rotações por minuto. Nada mal, não? Mas pense como seria gostoso um Focus com o motor 2.5 do Fusion, que rende 173 pocotós a 6000 giros na gasosa. Opa, 25 cavalos a mais, 250 rpm a menos… tá sobrando potencial. Yummy yummy. Vamos espetar um comandinho um pouco mais inquieto, com uns 7 graus a mais, um filtrinho mais esportivo, aquele remapeamento de injeção básico e render uns 210 cavalos a 6600 rotações? Os 500cc a mais de deslocamento garantem uma pegada de torque no mínimo semelhante ao Duratec de 2 litros – com uma estiligada de dar medo naquele seu amigo tunado.
Ei. Estamos falando de 25% de potência extra em um carro que já é bem esperto. ISSO é esportivo.
Sorriu né, seu bastardo. Você é dos meus.

Huuuummmberto…. não desta vez.
Ah, o acelerador eletrônico seria remapeado. Assim, aquelas subidas de giro irritantes no meio das trocas rápidas de marcha seriam curadas. A publicidade poderia usar isso pra criar ilusões com sacadinhas hypadas. Uhul! Tuntz tuntz! Os caras são pagos pra isso.

2) Freios e suspensão

No fancy stuff here. Arroz com feijão bem feito é o que vira tempo. Pra frear o ímpeto do menino, pastilhas mais macias e discos mais espessos são suficientes: maior capacidade de frenagem e resistência ao fading, sem encarecer tanto. Um aviso no manual para trocas mais frequentes de pastilhas acompanhado de recomendação dos vendedores, e pronto. Sem pânico. Discos perfurados tendem a criar rachaduras, pinças esportivas custam uma fortuna. Não é necessário.
Amortecedores e molas podem permanecer os mesmos. O segredo fica nas novas barras estabilizadoras: consideravelmente mais grossas, principalmente a traseira. Desta forma, a rolagem da carroceria diminui pacas e o comportamento dinâmico fica mais neutro, anulando as saídas de frente do padrão de fábrica.

Rodas do Fusion. À direita, a versão endiabrada para o incrével Focus GT.
Pneus e rodas? Que tal as belas unidades do Fusion, que calçam sapatinhos de medidas 225/50 R17? Uma bela evolução frente ao 205/55 R16 do Focus original. Mais grip, menos ângulo de deriva, tô dentro. Pra não ficarem idênticas ao sedanzão, uma pintura em preto metálico cairia bem. Rodas negras são o ícone internacional de um carro-de-poucos-amigos. Não sei se a furação e o off-set das rodas do Fusion casam, e não interessa: o que faz uma fábrica? Fabrica, oras.
3) Acessórios e perfurmarias.
Pouca coisa, pra não encarecer o projeto com supérfluos. Novamente, o pessoal da publicidade poderia trabalhar em cima disso. We make the REAL thing, entende?
-Pedaleiras que posicionem o acelerador um pouco mais próximo ao pedal de freio, facilitando o punta-tacco.
-Emblemas GT espalhados na carroceria e no interior. Um bom designer conseguiria fazer um  remake do "GT" usado nos Mavericks e Mustangs! Pense na moral que isso ia trazer ao carro. Ah! A Ford gringa já fez isso, com o novo Mustang? Pois é…
-Volante: aro mais grosso é o suficiente. Diâmetro menor seria perfeito.
-Bancos: com as costuras em creme, pra dar um contraste no tecido sem usar o óbvio vermelho.
-Carroceria: um simples trabalho de discretas saias nos parachoques e nas laterais, inspirado no design da versão RS, resolveria tudo com elegância. O Civic Si mostrou que não são necessários muitos penduricalhos pra se fazer um mito.
-Cores: preto metálico, branco perolizado, grafite metálico, vermelho perolizado. E chega. Aqui, não adianta inventar muita coisa: brasileiro não gosta de cor berrante.
Bottom Line
Seria um carro muito bacana, não? Motor forte, suspensão esportiva mas ainda confortável, pneus largos, estilo sutil e elegante para agradar do jovem playboy ao empresário na crise de meia idade. Não importa o preço da versão GT, e nem se traria prejuízo à fábrica a curto prazo: pense em como a imagem de toda a linha Focus melhoraria por estas bandas. Essa é a missão de uma versão esportiva. É um investimento, não se pode pensar em lucro num ciclo fechado apenas em suas vendas.
Mas vocês sabem como as coisas são. "Ah, não é flex". "Ah, rodas e motor do Fusion num Focus causaria conflitos de segmento". "Ah, e o consumo?". "Ah, barras estabilizadoras grossas são desconfortáveis quando o carro pega um buraco com um lado só". Ah. Vão pra casa do caracol, isso sim. Nasci no continente errado.
Mas não se esqueçam de me sugerir as versões esportivas de vocês. Quem sabe rola um post disso?

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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