29 de ago. de 2011

Cheiro de diesel e de lucro no segmento de ônibus e caminhões

Cheiro de diesel e de lucro no segmento de ônibus e caminhões
Situação econômica favorável do país embala crescimento no segmento de ônibus e caminhões
por Bruno França
Auto Press


A venda de caminhões e ônibus continua em alta, a despeito da crise que envolve a Europa e os Estados Unidos. Com o mercado interno aquecido, o Brasil se mantém como o quarto colocado na lista de produtores mundiais dos dois segmentos. E promete alcançar a terceira posição nos próximos anos. 
Com o cenário favorável, é possível confirmar em números o bom momento. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), no acumulado do ano foram comercializados 52.926 unidades de caminhões de todos os segmentos. Um aumento de 4,8% em relação aos primeiros cinco meses de 2010, quando 44.641 unidades tomaram as ruas.

A grande preocupação dos produtores é que a crise internacional se alastre até o Brasil, grande fornecedor de commodities para os norte-americanos, europeus e asiáticos. “Embora tenhamos um mercado interno forte e em crescimento, ninguém está a salvo de uma crise. Tudo dependerá da intensidade e do tempo que ela persistir. No momento não existe prognósticos de cenário negativo” alerta Antônio Dadalti, vice-presidente de vendas e marketing da Iveco na América Latina. A marca italiana apresentou de janeiro a julho deste ano o maior crescimento de vendas entre caminhões acima de 2,5 toneladas. Ela emplacou 30,8% a mais de veículos no período, enquanto a média do setor foi de 3,6%.

Apesar do bom momento, as empresas sabem dos obstáculos que as esperam no segundo semestre deste ano. Com a implantação das medidas estabelecidas pela Euro5 em 2012 – que no Brasil são chamadas de Pronconve P7 –, os fabricantes se preparam para uma antecipação de mercado. Essa lei ambiental foi criada para monitorar a emissão de poluentes dos motores diesel e exigirá novas tecnologias para o consumo mais limpo. “Com os novos produtos mais caros, as revendedoras devem se antecipar na compra e assim se preparar para a virada do ano, quando a demanda estará a todo vapor”, explica Gilson Mansur, diretor de vendas para o mercado interno da Mercedes-Benz do Brasil. Até julho a empresa obteve 25% de participação no setor de caminhões com números expressivos no segmento de veículos pesados (34 mil unidades) e extra-pesados (4.569 unidades).

Já para a Volvo do Brasil, que atua somente na produção de veículos pesados e semi-pesados, tudo está acontecendo dentro do previsto. “Com o Proconve P7, é normal existir essa necessidade de compra antecipada. É uma forma de prevenção. Mais temos a certeza que iremos atender a necessidade do consumidor”, pondera Bernardo Fedalto, gerente de caminhões da empresa.

Esses dois setores são os mais representativos do mercado brasileiro, e somam 62% das vendas. Neles, a Volvo aumentou sua participação em 17,6% e ocupa o primeiro lugar na lista dos pesados, seguida de Scania, Mercedes-Benz e Man/Volkswagen. Ainda é a terceira fabricante de caminhões semi-pesados, segmento que tem no topo a Man/Volkswagen.

Para os coletivos, o momento também é ótimo. Com o turismo em alta pela Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, os governos federal, estaduais e municipais passaram a ter uma preocupação a mais com o transporte público. E, em metrópoles como o Rio de Janeiro, estão sendo implantadas vias expressas de ônibus, as BRS e BRTs. Com isso, as empresas já se preocupam em atender essa nova área de atuação no país. “Ao receber esses grandes eventos, o Brasil já começou seus planos de infra-estrutura e há uma correria do mercado em atender a esse ’novo’ setor. As montadoras querem colocar suas marcas nessa área”, explica Luiz Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America, que atualmente vende quatro mil veículos por mês.

Mas, para os representantes das empresas, o ponto forte desse sucesso é explicado pela nova classe média, que agora tem poder de compra para viajar. “Desde o ano passado existe um grande número de pedidos para renovação e aumento de frotas rodovárias. O momento do mercado de ônibus é agora, pois existe uma boa capacidade de atender a demanda da produção de veículos” afirma Mansur, diretor da Mercedes-Benz, atual líder nas vendas de ônibus, com mais de 50% de participação de mercado.



Fonte: Motor Dream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br/

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